sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Etapa nº. 96, breve biografia da vidente Lúcia dos Santos

      Sendo que, na etapa nº 93 recordei uma velhinha, uma senhora doente, com quem era habitual eu encontrar-me no caminho para a escola e, aquele tema, despertou a minha curiosidade sobre as aparições de Nossa Senhora aos três pastorinhos. do que estudei, achei oportuno transcrever a biografia dos videntes, pelo que; na etapa nº. 94 publiquei a biografia de Francisco, na etapa nº, 95 a biografia de Jacinta, e na de hoje, etapa nº. 96, termino a ronda com a biografia de Lúcia.:

      Lúcia dos Santos nasceu a 22 de Março de 1907 a António e Maria Rosa dos Santos. A prima de Francisco e de Jacinta, era a mais jovem de sete irmãos e a mais velha dos ^rês pastorinhos. Desde a infância, era conhecida por ser precoce e era uma favorita tanto dos novos como dos velhos. Dotada de um temperamento aberto e otimista e uma inteligência viva, organizava jogos, orações, bailes, e outras iniciativas entre as crianças da aldeia.

      O seu sofrimento começou imediatamente após a primeira aparição da Virgem. Tornou-se o alvo principal das críticas por parte da família e dos amigos ao ponto de sentir rolutante a voltar de novo à Cova da Iria para o encontro marcado com Nossa Senhora a 13 de Julho. O sacerdote paroquial de Fátima chegou a insinuar que ela podia ser um "instrumentosinho do demónio". Foi só com a insistência dos outros videntes que ela superou o seu medo e viajou à Cova como lhe tinha pedido a abençoada Virgem.

      Outro grande momento de sofrimento para Lúcia foi quando Nossa Senhora lhe disse que em pouco tempo levaria o Francisco e a Jacinta ao Céu e a informou que eta teria que ficar só na terra, para espalhar a devoção do Coração Imaculado de Maria. Mas a Virgem deu-lhe conforto, "O Meu Coração Imaculado será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá a Deus."

      Era a Lúcia que falava com a Rainha do Céu, que lhe apresentava solicitações e favores em nome de muita gente e que pediu um milagre para que todos acreditassem nas aparições. Foi também a Lúcia que, quando os profetas foram levados para a prisão a 13 de Agosto de 1917, organizou a resistência às ameaças e à adulação das autoridades, que tinham como propósito descubrir o segredo revelado por Nossa Senhora. E quando o Francisco e a Jacinta adoeceram, foi uma vez mais a Lúcia que os acompanhou carinhosamente até ao fim.

"Senhor, fazêde uma Santa de mim, guardai o meu coração
sempre puro e só para vóz!"
 
      Em 1921, na decisão do bispo de Leiria (Diocese de Fátima), a Lúcia foi enviada da sua aldeia de Alkjustrel e levada imediatamente às Irmãs Doroteias do Vilar no Porto. Achava-se que a sua presença em Fátima podia obstruir a imparcialidade das investigações que estavam sendo realizadas para determinar a validez das aparições. Além disso, Lúcia, aos 14 anos, tinha sido vítima de molestamentos e interrogações quase contínuos, tanto de amigos como de inimigos, pelas aparições.
 
      No ano de 1928, Lúcia tornou-se uma irmã de Santa Doroteia, e mais tarde em 1946, depois de uma breve visita a Fátima, entrou no Convento das Irmãs Carmelitas de Coimbra, onde passou a residir com o nome de Irmã Maria Lúcia do Coração Imaculado.

      A Mãe de Deus, que lhe pediu para ficar no mundo para propagar a devoção ao Seu Coração Imaculado, veio várias vezes mais a visitar a sua servente, incluso a 10 de Dezembro de 1925, quando, em Pontevedra, Nossa Senhora deu à jovem frira postulante a promessa dos Cinco Primeiros Sábados e também, cinco anos mais tarde, em Tuy, onde, na presença da Santíssima Trindade, revelou mais a fundo o espírito de esta grande devoção de reparação.

      Lúcia morreu no dia 13 de Fevereiro de 2005, aos 97 anos, no Convento Carmelita de Santa Teresa, em Coimbra. O Papa João Paulo II, nessa ocasião, rezou pela Irmã Lúcia e enviou o Cardeal Tarcisio Bertone para o representar no funeral. Em 19 de Fevereiro de 2006 o seu corpo foi transladado de Coimbra para o Santuário de Fátima onde foi sepultada junto dos seus primos, Francisco e Jacinta Marto.

      O santo do dia de hoje é: São Jerónimo, Confessor e Doutor da Igreja
      ( + Palestina, 419) "Natural de Dalmácia, recebeu formação católica, mas só foi batizado aos 20 anos. Possuidor de uma cultura clássica das maiores do tempo, é considerado um dos mestres da língua latina. Aproveitou integralmente sua imensa cultura no serviço da Igreja, lutando contra as heresias e defendendo a fé católica. Atraído pela vida isolada e recolhida, na oração e nas austeridades, nem por isso deixava de participar ativamente, desde os vários locais em que viveu como ermitão, das grandes controvérsias do mundo culto de então. Foi secretário do Papa São Damasco, e recebeu deste o encargo de traduzir para o latim os Livros Sagrados, de modo a haver uma única versão oficial das Escrituras, para que não fossem estas deturpadas pelos hereges dos séculos futuros. Essa foi a origem da Vulgata. Na fase final da sua vida, permaneceu em Belém, na Palestina, onde dirigiu um mosteiro de monges e deu assistência a um mosteiro feminino."

      Oração:- Ó Deus, criador do universo, que vos revelastes aos homens, através dos séculos, pela Sagrada Escritura, e levastes a vosso servo São Jerónimo a dedicar a sua vida ao estudo e à meditação da Bíblia, dai-me a graça de compreender com clareza a vossa palavra quando leio a Bíblia. 
      São Jerónimo, iluminai e esclarecei a todos os adeptos das seitas evangélicas para que eles compreendam as Escrituras, e se dêem conta de que contradizem a religião Católica  e a própria Bíblia, porque eles se baseiam em princípios pagãos e superticiosos.
      São Jerónimo, ajudai-nos a considerar o ensinamento que nos vem na Bíblia acima de qualquer outra doutrina, já que é a palavra e o ensinamento do próprio Deus. Fazei que todos os homens aceitem e sigam a orientação do nosso Pai comum expressa nas Sagradas Escrituras.
      São Jerónimo, rogai por nós.



quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Etapa nº. 95, breve biografia de Jacinta Marto

      Na etapa de ontem dediquei minha atenção à biografia de Francisco Marto, irmão de Jacinta, hoje, com toda a minha simplicidade e respeito por tão importantes personagens, vou transcrever um texto que tive a graça de encontrar sobre Jacinta.

      Jacinta Marto nasceu a 11 de Março de 1910. Na altura das aparições tinha sete anos. Era a mais jovem dos videntes. Durante as aparições viu e ouviu tudo, mas não falou ao Anjo nem à Mãe de Deus. Inteligente e muito sensível, ficou profundamente impressionada quando ouviu a Abençoada Virgem declarar que Jesus estava muito ofendido pelos pecados. Depois de ver a imagem do inferno, decidiu oferecer-se completamente à salvação das almas.

      A noite da primeira aparença de Nossa Senhora (13 de Maio de 1917, foi Jacinta que, a despeito de promessas que tinha feito a Lúcia, revelou o segredo da aparição à sua mãe: "Mamã, hoje vi Nossa Senhora na Cova da Íria! Que senhora mais bonita!" Mais tarde, o Céu favorecia Jacinta ainda mais com duas visões poderosas do Santo Padre: um papa sofrendo das perseguições feitas contra a Igreja e também das guerras e das destruições que agitavam o mundo. "Pobre Santo Padre", dizia Jacinta, "é muito preciso rezar por ele." A partir daí, o Vigário de Cristo esteve sempre presente nas orações e nos sacrifícios dos videntes, mas sobretudo Jacinta.

"Oxalá que pudesse por no coração de toda a gente o fogo que tenho  no meu coração,
que me faz amar tanto o Coração de Maria!"

      Para salvar as almas do fogo do inferno, a Jacinta  suportava sacrifícios voluntariamente. No calor terrível do verão, deixou de beber água. Como um sacrifício pela glória de Deus, oferecia os seus lanches da tarde às crianças ainda mais pobres do que ela. Para salvar almas, decidiu suportar a dor de levar uma corda áspera cheia de nós amarrada à pele. Aturou as interrogações exaustivas e os insultos dos descrentes sem o mais pequeno lamento. "Oxalá que pudesse mostrar o inferno aos pecadores!", dizia "seria muito feliz se todos pudessem ir ao paraíso". 
 
      Um ano após as aparições da Cova da Iria, começou a doença que levaria à sua morte. Primeiro veio a pneumonia bronquial, depois um abcesso nos pulmões, e com ambos sofreu intensamente. Porém na sua cama de hospital, declarou com otimismo que a sua doença era mais uma maneira de sofrer para a conversão dos pecadores.
 
      Depois de dois meses no hospital, voltou a casa, onde se descobriu uma chaga ulcerosa e aberta no peito. Pouco depois foi diagnosticada com uma tuberculose. No transcurso do ano seguinte, sofreu gravemente por Nossa Senhora. "Jesus estará contente por eu lhe oferecer o meu sofrimento?" perguntou à Lúcia. Em Fevereiro de 1920, ele foi levada apressadamente para outro hospital, desta vez em Lisboa. Desfeita num esqueleto e morrendo sem a presença de seus queridos pais ou de Lúcia, consolou-se com a ideia de que esta era mais uma oportunidade para oferecer os seus sofrimentos pelos pecadores. No hospital de Lisboa foi visitada não menos de três vezes por a Mãe de Deus.
 
      Finalmente, na noita de 20 de Fevereiro de 1920, a promessa da "Senhora mais brilhante que o sol" foi cumprida. "Vim para levar-te ao Paraíso." Como o Francisco, a Jacinta jaze agora na grnde Basílica de Nossa Senhora de Fátima.
 
      O santo do dia de hoje é: São Miguel, São Gabriel e São Rafael, Arcanjos
      Neste dia, a Igreja celebra os três gloriosos Arcanjos citados nominalmente nas Sagradas Escrituras: - São Miguel, o Príncipe da Milícia Celeste, aquele que no prélio magno ocorrido no Céu, derrotou o revoltoso satanás e seus sequazes, precipitando-os no Inferno; - São Gabriel, o Embaixador de Deus, que levou à Santíssima Virgem o convite para ser Mãe do Messias; - e São Rafael, um dos sete Anjos que assistem ante o trono divino, que curou a vista do velho Tobias e foi guia e protetor do jovem de mesmo nome.

      Oração; a São Miguel: - São Miguel Arcanjo, protegei-nos no combate, defendei-nos com o vosso escudo contra os embustes e ciladas do demónio. Deus o submeta, instantemente vos pedimos e vós, ó Príncipe da milícia celeste, pelo divino poder, precipitai no inferno a satanás e aos espíritos malignos que andam pelo mundo procurando perder as almas. - Amém.

      Oração a São Gabriel: - Vós, Anjo da encarnação, mensageiro fiel de Deus, abri os nossos ouvidos para que possam captar até as mais suaves sugestões e apelos de graça emanados do coração amabilíssimo de Nosso Senhor. Nós vos pedimos que fiqueis sempre junto de nós para que, compreendendo bem a palavra de Deus e suas inspirações, saibamos obedecer-lhe, cumprindo docilmente aquilo que Deus quer de nós. Fazei que estejamos sempre disponíveis e vigilantes. Que o Senhor, quando vier, não nos encontre dormindo.

    Oração a São Rafael: - Glorioso Arcanjo São Rafael, que vos dignastes tornar a aparência de um simples viajante para vos fazer o protector do jovem Tobias. Ensinai-nos a viver sobrenaturalmente elevando sem cessar nossas almas, acima das coisas terrenas. Vinde em nosso socorro no momento das tentações e ajudai-nos a afastar de nossas almas e de nossos trabalhos todas as influências do inferno. Ensinai-nos a viver neste espírito de fé que sabe reconhecer a misericórdia Divina em todas as provações e as utilizar para a salvação de nossas almas. Obtende-nos a graça de uma inteira conformidade à vontade Divina, seja que ela nos conceda a cura dos nossos males ou que recuse o que lhe pedimos.
      São Rafael guia protector e companheiro de Tobias, dirige-nos no caminho da salvação, preservai-nos de todo perigo e conduzi-nos ao Céu. Assim seja.

  

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Etapa nº. 94, breve biografia de Francisco Marto

      Na etapa de ontem referi-me a uma memória que emocionalmente me envolveu quando aluno da primária e da doutrina, e esse ato, em que fui protagonista, proveio das aparições de Nossa Senhora, aos Três Pastorinhos. Hoje, tenho vontade de voltar, mas não sinto capacidade para homiliar sobre tão importante tema, por isso, e em face da minha incapacidade, peço a Nossa Senhora, a Seu Filho Jesus e aos três Pastorinhos, Santos,  perdão para as minhas faltas e permissão para transcrever um valioso texto, escrito por  pessoa que não sei identificar.
      "Francisco Marto nasceu a 11 de Junho de 1908 a Manuel e Olímpia de Jesus Marto e era o irmão mais velho de Jacinta e o primo direito de Lúcia dos Santos. Tinha nova anos na altura das aparições. Durante as aparições do Anjo e da Sagrada Virgem, ele viu tudo, mas, ao contrário de suas duas companheiras, não lhe permitiram ouvir as palavras que lhe foram pronunciadas.  Quando, no transcurso da Primeira Aparição. Lúcia perguntou se Francisco iria para o Céu,Nossa Senhora respondeu: "Sim, ele vai para o Céu, mas terá que recitar o Rosário muitas vezes". Sabendo que seria chamado em pouco tempo ao paraíso, o Francisco mostrou pouco interesse em assistir às classes. Várias vezes, chegando perto da escola, dizia à Lúcia e à Jacinta: "Vão vocês. Eu vou à Igreja a fazer companhia ao Jesus escondido" (uma expressão que se refere ao Santíssimo Sacramento). Muitas testemunhas contemporâneas afirmam terem recebido favores depois de terem pedido a Francisco que rezasse por elas.
"A Virgem Maria e Deus mesmo estão infinitamente tristes. 
Cabe-nos a nós consola-los"
      Em Outubro de 1918, Francisco adoeceu gravemente. Aos membros de sua família que lhe asseguravam que ele iria curar-se da sua doença, ele respondia firmemente: É escusado. Nossa Senhora quer que eu esteja com ela no Céu!" No transcurso da sua doença, continuou a oferecer sacrificios constantes para consolar Jesus ofendido por tantos pecados. "Já falta pouco tempo para ir eu para o Céu", disse à Lúcia um dia. "Lá encima, vou consolar muito Nosso Senhor e Nossa Senhora; a Jacinta vai rezar muito pelos pecadores, pelo Santo Padre e por ti. Vais ficar aqui porque Nossa Senhora assim deseja. Escuta, faz tudo o que ela te disser." À medida que a sua doença piorou e quebrou o que era uma saúde robusta, Francisco já não tinha as forças para recitar o Rosário. "Mamã, já não consigo dizer o , "parece que a minha cabeça está nas nuvens..." Ainda quando a força do seu corpo se perdia, a sua mente permanecia atenta à eternidade. Chamando o seu pai, pediu para receber Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento (ainda não tinha recebido a sua Primeira Comunhão nessa altura). Preparando-se para a confissão, pediu a Lúcia e a Jacinta que lhe lembrassem os pecados que ele tinha cometido. Ouvindo algumas travessuras que tinha cometido, o Francisco começou a chora, dizendo, "Já confessei estes pecados, mas vou confessá-los outra vez. Talves seja por causa destes que Jesus está tão triste. Peçam vocês também a Jesus que perdoe todos os meus pecados."

      Segui-se a sua primeira (e também a ultima) Santa Comunhão no quarto pequeno em que ele estava morrendo. Já sem forças para rezar, pediu a Lúcia e a Jacinta que  recitassem o Rosário em voz alta para que pode-se seguir com o seu coração. Dois dias mais tarde, perto do seu fim, exclamou: "Olhe, mãe, olhe, que luz tão linda, ao pé da porta." Perto das 10 horas da noite, a 4 de Abril de 1919, depois de pedir que todas as suas ofensas fossem perdoadas, faleceu com calma, sem nenhum sinal de sofrimento, sem agonia, o seu rosto brilhando com uma luz angélica. Descrevendo a morte de seu primo jovem nas suas Memórias, a Irmã Lúcia escreveu:" Ele voou para o Céu nos braços da Nossa Mãe Celeste."

      O santo de hoje é: São Venceslau, Mártir
      ( + Boémia, 929) Era menino de 13 anos quando herdou o Ducado de Boémia, por morte de seu pai Vradislau. Na Corte, duas influências opostas se defrontavam: de um lado, a piedosa Ludmila, mãe de Vratislau, que era católica fervorosa e educou no catolicismo o neto Venceslau; de outro lado, a duquesa Draomira, viuva de Vradislau, regente na menoridade de Venceslau. Sendo pagã fanática e não conseguindo ter influência sobre o jovem duque, manifestava clara preferência pelo filho mais jovem, Boleslau, que também era pagão. Draomira mandou estrangular a sogra e passou a perseguir os católicos, mas não ousou tocar em São Venceslau. Este, impotente, tomou uma atitude prudentemente discreta até que, ao atingir os 18 anos, deu um golpe de força e destituiu a mãe, tomando posse do seu ducado e modificando radicalmente a situação. Favoreceu o catolicismo, chamou de volta os missionários, mandou edificar igrejas, submeteu-se como vassalo do Santo Império. Muito piedoso, fazia questão de preparar pessoalmente, com trigo de suas plantações e uvas de suas videiras, as hóstias e o vinho destinados ao Sacrifício da Missa. Fez um breve mas memorável governo e morreu aos 23 anos, assassinado por Boleslau, que, em conluio com a mãe, o atraíra para uma cilada.

      Oração: - Ó Deus, Pai de bondade, Pai de misericórdia, eu Te louvo, eu Te bendigo, eu Te adoro. A exemplo de São Venceslau, quero encontrar no Evangelho, inspiração constante para minha vida. Quero viver as vem-aventuranças e cumprir com alegria o mandamento do amor. Amém.



terça-feira, 27 de setembro de 2016

Etapa nº. 93, uma velhinha às portas vermelhas

      Decorria o ano de 1945, e o Zé, integrado no grupo de alunos a frequentar a Escola Mista do Eirô, e também integrado em grupos a frequentar o ensino  da Doutrina, na Igreja, em Santa Marinha, a fim de se prepararem para a primeira comunhão, ou comunhão solene, em tempos que, a Igreja se empenhava muito em divulgar as aparições de Nossa Senhora, em Fátima, aos videntes, Francisco Marto, Jacinta Marto e Lúcia dos Santos. O senhor Abade, escolhendo esse tema, e fazendo dele, especiais lições de catequese, iz o Zé, incentivava as crianças a fazer sacrifícios, porque, ensinava ele, o senhor abade, que, "para agradar-mos à nossa Senhora, é preciso fazermos muitos sacrifícios". E, nesse sentido, todas as semanas, o primeiro tema, ao iniciar-se as lições de catequese, (lições da doutrina), o senhor abade interrogava a um por um, e mandava que descrevessem os sacrifícios que cada um tinha feito.
      Para obter resultados e poder descrever alguma coisa, coisa que o Zé pensava ser importante, e porque no seu caminho para a escola, passava junto a uma antiga casa, denominada de portas vermelhas, onde há uma bifurcação de três caminhos, e que, era comum o povo dizer, que aquela casa, em tempos antigos, terá sido o tribunal. Ali, quase todos os dias, o Zé encontrava uma senhora velhinha, doente, com um mal na boca, em especial na língua, que quando a mostrava, ninguém ficava insensível. A senhora aceitava as esmolas de quem por ali passava. Pela dificuldade que tinha em falar, não pedia, mas a quem, voluntariamente, lhe dava alguma coisa alguma coisa, ela mostrava ares de gratidão, as esmolas que lhe davam não seriam só para ela, porque, em especial eu, do pouco que conseguia para lhe dar, ela não teria possibilidade de o comer por causa da sua doença.

      Então o Zé, com o fim de poder apresentar um currículo de sacrifícios bem composto, em casa dos seus avós, e em especial do conteúdo das suas refeições, e do lanche que a avó, por vezes lhe mandava para a escola, escolhia do melhor, o mais macio para dar aquela velhinha, e, com o praticar daquele acto, que para ele próprio, era mesmo um sacrifício, ( abster-se de algo que lhe apetecia e lhe sabia bem para dar a outrem). E assim o Zé, quando na doutrina, contava ao senhor Abade, na presença dos colegas), sentia-se feliz e muito contente.

      Diz o Zé que, naquele ano, após ter terminado as aulas e a doutrina, entrou em férias e, no tempo de férias uma das suas obrigações era ir para o monte-d`além e tomar conta das vacas e das ovelhas e, muitas vezes, ele no monte, ouvia o sino da Igreja tocar a finados, e um dia, o sino tocava, tocava e o Zé lembrou-se daquela velhinha, prestou mais atenção e pelos toques, reconheceu que quem quer que tivesse morrido, era mulher, e isso, mais reforçou a sua convicção de que poderia ter sido ela, nunca soube a certeza, mas nunca mais a voltou a ver.
   
     Ao terminar por hoje este tema, digo por hoje, porque Senhor, eu não sou digno da vossa inspiração, mas se me ajudares, Senhor e se for essa a tua vontade, então sim, eu volto.
     O santo de hoje é: São Vicente de Paulo, Confessor
      ( + Paris, 1660) "Foi o fundador da Congregação da Missão e, juntamente com Santa Luísa  de Marillac, das Irmãs da Caridade. Sua vida é tão movimentada e cheia de aventuras que faz lembrar uma obra de ficção. Nasceu de uma família muito pobre em Landes, França; quando menino guardou porcos, e só pôde completar seus estudos porque foi auxiliado por um advogado caridoso, cujos filhos ajudou a educar ao mesmo tempo em que ele próprio estudava. Ordenado sacerdote aos 19 anos, passou a dar aulas particulares para se manter. Durante uma viagem marítima, caiu prisioneiro de piratas maometanos e foi conduzido à África, como escravo. Foi comprado por um médico árabe que lhe ensinou os segredos da medicina, e  em troca, São Vicente o converteu à Fé católica. Conseguindo retornar à França, empenhou-se na prática da caridade cristã, tanto espiritual quanto corporal, chegando a ter grande penetração na Corte. Foi capelão e conselheiro da rainha Margarida de Valois e prestou assistência ao rei Luís XIII moribundo. Fez parte do Conselho da Regência, durante a menoridade de Luís XIV, e exerceu grande influência sobre a rainha Ana d`Áustria. Fortunas espantosas, provenientes de coletas entre a alta nobreza, passavam por suas mãos e eram por ele distribuídas aos necessitados de toda a França, sem em nada alterar sua pobreza e simplicidade. Aos próprios parentes, pobres e necessitados, nunca quis favorecer, confiando-os à Divina Providência. Recebeu um benefício eclesiástico muito rendoso, que lhe assegurava uma vida sem preocupações económicas, mas renunciou a ele, por achar que não era conveniente para a sua santificação. Aproveitou a enorme influência política que desfrutava para conseguir a nomeação de Bispos virtuosos, dispostos a promover na França uma salutar reforma religiosa e a combater os erros do jansenismo. Incentivou a ideia de uma expedição armada contra a Inglaterra protestante que proibia, sob pena de morte, a actuação dos católicos em seu reino. Morreu em 1660, cercado da consideração geral, e foi canonizado em 1737".

      Oração:- São Vicente, que tanto vos compadecestes dos pobres, eu vos peço, olhai para mim! Sou pobre. Estou passando necessidades. O dinheiro é curto e nunca chega para comprar tudo o que necessito. Precisaria comprar mais comida, mais roupa, trocar meus sapatos velhos, falta roupa de cama, seria necessário comprar algumas telhas para tirar as goteiras da casa e algumas mata-juntas para fechar as frestas por onde passa o vento frio do inverno. Tomo chá, porque não comprar remédio. São Vicente! Sou pobre, mas tenho fé! Há gente mais pobre do que eu: são aqueles que não tem fé; porque esses têm a alma vazia. São Vicente, conservai minha riqueza, que é a fé; mas eu vos peço, aliviai também minha pobreza. Ajudai-me a adquirir ao menos o necessário para me alimentar bem, para me vestir honestamente e comprar os remédios que me conservam a saúde e as forças necessárias para fazer os meus trabalhos e cumprir as minhas obrigações e assim poder ser útil à minha família e a todos os que precisarem de minha ajuda. Amém

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Etapa nº. 92, um sonho às 3 da manhã

      Na noite de hoje, o meu espírito ter-me-há deixado a dormir e foi dar uma volta, e quando regressou, acordou-me, sem sequer ruído e muito suavemente, só para minha alma ver, mostrou-me um recinto, o qual associei à Assembleia da República, mas transformada em oficina de malhada, onde os malhadores seriam os deputados, todos a malhar sem dó nem piedade nas costas dos indefesos, dos infelizes que, nem oportunidades lhe davam para que pudessem dizer, ai que me doe.

      Eram 3 horas na manhã quando acordei para urinar e, naquele momento, o que me estava na mente, era a Assembleia da República, repleta de figurantes e com todos os lugares ocupados. Aquilo que até ma parecia ser real, mas que era apenas um pesadelo, todos os ocupantes das bancadas empunhavam malhos de ferreiro, que até poderiam ser usados para se moldarem uns ao outros e transformarem-se em algo de útil, esses broncos, que mais não sabem fazer do que malhar em vão, ninguém sai dali mais perfeito do que aquilo que era quando para lá entrou. A forja se não for assoprada, ao ponto de levar qualquer ferramenta, de ferro um metálica, à semelhança de brasa, não se molda e o ferreiro não consegue dar-lhe a têmpera de modo a que poça ter alguma utilidade.

      Que cenário desolador, que alarido se me deparou neste pesadelo, não me foi possível ver ou identificar de que lado estão tantos broncos! Que importa as direitas ou as esquerdas, quando o país é só um, não será dever de todos esgravatar na descoberta de fazer que, algumas sementes germinem e daí nasça algo de útil para todos?

      Aquilo que me aconteceu auela hora, 3 da manhã, não encontro justificação, que turbilhão de coisas se me afiguravam e, quando regressei à cama, depois de ter urinado, , já quase tudo se tinha varrido da minha mente, só me ficou aquele cenário e a interrogação do porquê. Será por eu ter ouvido ontem o comentário de Luís Marques Mendes? Que quando lhe pediram que comentasse a quantidade de milhos de euros que os governos entregam aos partidos políticos, ele disse que isso até se justifica, que é o custo da democracia! Pois é, se calhar foi por isso, porque quando eu tal coisa ouvi, custo da democracia fiquei a pensar; cara senhora! é linda mas não sei se é boa.

      Isto é um disparate, e de marretas como eu, está o mundo cheio, mas 230 malhadores, todos a malhar na mesma bigorna, uns direitos e outros esquerdos, em tempos descontrolados, não produzem nada de jeito nem de útil, se esses broncos conhecessem como se aparelha uma junta de bois para puxar ao carro ou ao arado, poderiam eles também aparelharem-se e levar o carro ao melhor destino, mas assim, não o fazem nem deixam que outros o façam.

      O santo de hoje é: São Cosme e São Damião, Mártires
      ( + Cicilia, Ásia Menor, séc III-IV) "Sofreram o martírio durante a perseguição de Diocleciano (284-3=5). Eram irmãos gémios e médicos, exercendo sua profissão gratuitamente, por caridade cristã, e nela obtendo curas espantosas. Durante a perseguição de Diocleciano, foram açoitados e em seguida decapitados, porque se recusaram a sacrificar aos ídolos. Tiveram seus nomes incluídos no Cânon da Missa e são invocados como protectores contra as doenças do corpo e da alma".

    Oração: - São Cosme e São Damião, que por amor a Deus e ao próximo vos dedicastes à cura do corpo e a da alma de vossos semelhantes, abençoai os médicos e farmacêuticos, medicai o meu corpoi no doença e fortalecei a minha alma contra a superstição e todas as práticas do mal. Que vossa inocência e simplicidade acompanhem e protejam todas as nossas crianças. Que a alegrai da consciência tranquila, que sempre vos acompanhou, repouse também em meu coração. Que a vossa proteção, Cosme e Damião, conserve meu coração simples e sincero, para que sirvam também para mim as palavras de Jesus: "Deixai vir a mim os pequeninos, porque deles é o Reino do céu".
      São Cosme e Damião, rogai por nós.


domingo, 25 de setembro de 2016

Etapa nº. 91, o Zé com a família

      ligação da etapa 90:
      A noite do dia 16 para o dia 17 de Abril, do ano de 1952, (de quarta para quinta-feira), o Zé, já a passou em casa da ti Maria, sua mãe.  O Zé estava feliz e conta que, nessa noite, ainda não dormia, mas fazia de conta, a ti Maria, antes de se deitar, passou pelas camas dos filhos, aconchegou-lhes a roupa, e ao passar pela cama que o Zé ocupava, a ti Maria teve igual procedimento, e pensando ela que o Zé já dormia, deu-lhe um beijo silencioso na testa. Que doce beijo, (disse o Zé), tão doce que, sendo o primeiro de que o Zé se recorda, o Zé, diz também que não foi o último, e que, a partir desse dia, e enquanto o Zé esteve com a família, a cena repetia-se diariamente, a mãe não se deitava sem antes confirmar o bem-estar dos filhos.

      O trabalho em que o Zé se vinha ocupando naqueles primeiros dias, durou, como estava previsto, para 2 semanas. Terminado aquele, logo o Zé arranjou outro, e esse novo trabalho, durou-lhe para quase 3 meses, era numa surriba, nuns terrenos situados na parte nascente, além do barroco que recebe as águas da Pedregosa, naquele trabalho, quando o Zé foi,  já lá andavam 4 homens, aos quais o Zé se juntou. O Zé nunca soube quem era o verdadeiro dono desse terreno, sabe que o efetivo dono, era ali representado pelo seu procurador, senhor Adriano da Granja. O senhor Adriano pagava todas as semanas e, quando aparecia para pagar, antes de o fazer, mandava despegar, reunia com o pessoal e todos lanchavam. Conta o Zé, que na primeira semana, o lanche foi sandes de queijo e pinga. No fim do lanche, com o pessoal reunido, o senhor Adriano teve uma palestra de apreço para com todos, e disse aos homens: "Agora vou vos pagar a semana conforme o que está combinado, e ao Zé, que ninguém sabia o valor do seu trabalho, mas que eu, tal como vós bem apreciamos, o Zé aplica-se, e eu, não lhe pago igual a vós, porque ele é um rapazinho e vós sois homens, fica a ganhar menos do que vós 1$00 (um escudo") e virando-se para o Zé, diz-lhe: "agora porta-te bem, olha que se baixares de rendimento, posso baixar-te o ordenado ou até mandar-te embora, vê lá!"
      Este trabalho durou até perto do final do mês de Julho, e o Zé, logo naquele último sábado de trabalho, depois de despegar e de receber, foi arranjar trabalho para outra gente, também numa remoção de terras, junto à ponte da estrada, entre a Feira-Franca e a Cruz. Ali, o Zé conheceu outra gente, gente pouco honesta e exploradora, não usaram chicote, mas pagaram mal e instigavam muito. Foi então aqui, que o Zé, mesmo sendo ainda garoto, avaliou a sua situação e resolveu sair da sua terra. Nespereira era grande de mais para quem é tão pequeno, e o Zé pensou, tenho o primo Manel em Aveiro, agora vai para lá a prima Alice, vou já falar com ela, e ela quando lá chegar, fala com o irmão, e eu vou ter com eles. E foi assim, o Zé trabalhou ali apenas aquela semana, recebeu e avisou que não voltava mais. E o Zé, como ele já disse, no dia 5 de Agosto, partiu, levado pelo destino.

      O Zé, lembra-se e confirma que, o pouco tempo que passou com a família,que foi desde o dia 16 de Abril ao dia 5 de Agosto de 1952, que todo o dinheiro que angariou com o seu trabalho, foi sempre entregue na totalidade à sua mãe. Sabe que nesse tempo, a sua mãe gozou de alguma felicidade, reconhece que a sua mãe o apaparicava com o melhor que tinha, que lhe devorou parte das melhores partes do pequeno porco, mas, diz o Zé, que não sente nenhum peso de consciência e, que apenas lamenta não ter tido a coragem, para algum tempo antes, antes de ter sido sacudido pela avó, não ter saído e ter ido para os pais, porque o lugar dos filhos, para bem ou para o mal, é com os pais.
      Assim, com o términos desta etapa, o Zé encerra este capítulo que arrancou de suas memórias, para que, naquilo que poça ser útil, e poça ser aproveitado com instrução, alguém o desfrute.

      O sano do dia de hoje é: São Firmino, Bispo e Mártir
      ( + Amiens, séc. IV) "São Firmino, primeiro bispo de Amiens, na França, foi martirizado nessa cidade, por amor a Jesus Cristo.
      Oração: -  Ó Deus, nosso Pai, ficai connosco, dirigi-nos cada passo, inspirai-nos sentimentos de coragem e fortaleza. Mostrai-nos vossa face amiga e encorajadora, para que possamos continuar firmes, superando pela fé todas as dificuldades e perigos. Amém.
                                                 São Firmino, rogai por nós.

sábado, 24 de setembro de 2016

Etapa nº. 90, o Zé voltou para a sua mãe

      E assim foi, no dia seguinte, terça-feira, o Zé, apresentou-se em casa  do patrão que o esperava com o patrão tomopu o pequeno almoço e de seguida, na companhia um do outro, Zé e patrão, foram continuar o trabalho do dia anterior. Esse trabalho, que se previa durar umas duas semanas, que era remunerado e com refeições, excepto ao domingo, enquanto durasse, o Zé teria os seus problemas minimizados. E entretanto, alguma coisa extraordinária poderia acontecer.

      A Noite de terça para quarta-feira, o Zé passou-a de igual modo como a noite anterior, o avô do Zé estava como de prevenção, à espera que o Zé entrasse a porta do quinteiro para lhe dar a chave, e assim aconteceu, o Zé, passou mais uma noite com a mesma normalidade. O dia de quarta-feira também lhe tinha corrido bem, mas, ao anoitecer, no regresso do trabalho, agora sem o patrão, que tinha regressado a casa mais sedo, o Zé, no seu regresso, tinha que passar em chão-de-bouças,  junto à casa aonde moravam os seus pais, e ali, no caminho, estava a ti Maria da Graça, a mãe do Zé à sua espera.

      E ali, em chão-de-bouças. naquele caminho, entre a casa,( que agora será do dr. Pereira), e o caminho, deu-se o encontro, mãe e filho abraçaram-se, terá sido o primeiro abraço livre, saudoso e de amor sincero que a mãe deu ao filho, naquele comovente encontro, a ti Maria demorou alguns segundos para recuperar, mas quando teve forças, disse ao Zé,  olha meu filho, o Pai Luís veio cá, veio dizer-me o que aconteceu e pediu-me para eu te esperar, e te pedir que viesses algum tempo cá para casa, contou-me tudo o que se passou e que se tu vieres para cá, será o melhor para todos.

      Assim foi, (parece obra da Santíssima Trindade - só que aqui, é: o pai, a  filha e o neto), o Zé, nessa noite de quarta para quinta-feira, já dormiu em casa da ti Maria, tinha-se agora encontrado com a sua verdadeira família, tinha-se reencontrado com o pai, com a mãe, com a irmã Augusta e com o irmão Aníbal. (era como o filho pródigo de regresso a casa).

      Nestes apontamentos, o Zé, que não quer apagar da sua memória a bondade da sua avó, uma, (para ele), mãe duas vezes, uma grande mulher, reconhece ter sido para o seu avô, uma boa esposa, uma boa mãe, até também para ele, e como avó,  a melhor avó do mundo. Quer o Zé, nestes apontamentos testemunhar o apreço por quem o criou, por quem o educou, por quem, com seu exemplo lhe mostrou que o melhor caminho para todos serem felizes, é não se fazer a outros o que não queremos que façam a nós. 
 
      O santo do dia de hoje é: São Vicente Maria Strambi, Bispo e Confessor
      ( + Roma, 1824) "Em 1768, jovem sacerdote, ingressou na Congregação Passionista, que acabava de ser fundada. Foi discípulo perfeito do biógrafo de seu fundador, São Paulo da Cruz. Dedicou-se com grande sucesso às pregações populares, até que foi feito bispo de Macerata e Tolentino. Recusou prestar juramento de fidelidade a Napoleão Bonaparte, que invadira e usurpara os Estados Pontificios e, em consequência, foi desterrado durante 7 anos. Já idoso, renunciou ao bispado e passou os ultimos tempos de vida em Roma, como conselheiro e director espiritual do Papa Leão XII. Ofereceu sua vida a Deus para que esse Papa, gravemente enfermo, não morresse, e foi atendido: São Vicente Maria morreu e o Papa recuperou a saúde".

      Oração: - Senhor da Messe e pastor do rebanho faz ressoar em nossos ouvidos teu forte e suave convite: "Vem e segue-me". Derrama sobre nós o teu Espírito, que ele nos dê sabedoria para ver o caminho e generosidade para seguir tua voz. Senhor, que a Messe não se perca por falta de operários, desperta nossas comunidades para a missão, ensina nossa vida a ser serviço, fortalece os que querem dedicar-se ao Reino na vida consagrada e religiosa. Senhor, que o rebanho não pereça por falta de pastores. Sustenta a fidelidade de nossos bispos, padres, diáconos e ministros. Dá perseverança a nossos seminaristas. Desperta o coração de nossos jovens para o ministério pastoral em tua Igreja.
      Senhor da Messe e pastor do rebanho chama-nos para o serviço de teu povo.
      Maria, Mãe da Igreja, modelo dos servidores do Evangelho, ajuda-nos a responder o SIM.
                                                                           Amém.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Etapa nº. 89, O Zé foi injustiçado

      ...Não veio o fato, mas a transformação da personalidade do Zé não parava, o Zé considerava-se um adolescente, já olhava para a sua própria sombra, a sua convivência com rapazes mais crescidos já se fazia notar, e naquele outro ambiente, ele sentia-se feliz. Chegada a Páscoa do ano de 1952, o dia de Páscoa, calhou a ser no dia 13 de Abril, o Zé, depois do almoço, autorizado pelo seu avô, saiu e foi juntar-se aos amigos, que, conforme já tinham combinado, foram ao bailarico, bailarico esse, em que estava o pai do Zé a tocar, (o Ti Joaquim Fonseca). Foi uma tarde muito animada, em fraterno convívio. Quando terminou o bailarico já era noite. De regresso a casa, o Zé jantou com os avós e pediu-lhes autorização para, já de noite ir até à Feira. Tendo sido autorizado, foi e, nessa noite, para não acordar os avós quando chegasse, foi dormir aos Paúlos.

      No dia seguinte, segunda-feira, dia 14 de Abril, logo pela manhã, o avô Luís vai aos Paulos, chama o Zé, e diz-lhe: "ó Zé, levanta-te e vai-te arranjar, que vamos lavrar o campo do canastro", (que boa notícia para o Zé, era dos trabalhos que ele mais gostava fazer), animado e cheio de  entusiasmo, o Zé vai à Granja para arrumar a roupa do domingo e vestir a roupa de trabalho. A manhã estava fria, o Zé procurava um par de meias, no seu quarto, o Zé não tinha guarda-roupa e nem cómoda, mas debaixo da cama, numa caixa de papelão, estavam meias da semana, e o Zé procurava-as. Mas, a avó do Zé, que já estava impaciente e com pressa para ir também para os campos e queria fechar a porta, tinha ao ombro uma foicinha, e nas mãos tinha uma corda, nem teria intenção de magoar, mas com a corda dobrada em partes, faz da corda um chicote. O Zé,  sentindo-se atingido, tenta fugir ao martírio, com a sua mão tenta afastar o braço da avó para arranjar espaço e escapar-se. Nesse entretanto, a tia do Zé, pelas janelas, a da casa dela e a do quarto onde a cena se estava a desenrolar, pelo que viu, convenceu-se que o Zé estava a tentar agredir a avó, (mãe dela), vem de casa dela, entra de rompante pela porta dentro, e, esta sim, atira-se ao Zé com provocação e fúria, azar para todos, a senhora, tia do Zé andava grávida, na fuga do Zé, a senhora  sua tia caiu, não houve consequências, mas poderia ter havido. 
      Após isto, o Zé apercebeu-se que o ambiente não lhe era favorável, sabia que ia ser acusado daquilo que não tinha feito, e que nunca lhe havia passado pela cabeça fazer, (bater na avó e na tia!), pelo que, resolveu já não ir ter com o avô, e nesse dia já não houve lavoura. Saído dali, o Zé, que até tinha para quem ir trabalhar a ganhar o dia, foi. À noite regressou à porta dos avós, a porta estava fechada, e de dentro, ouviu as vozes da avó, da tia e também a do tio Joaquim, o tema era o descrever de uma mentira, apercebeu-se que o tio Joaquim também estava convencido de que o Zé tinha agredido a sua mãe e a sua irmã, estava furioso, entretanto, a porta abre-se, era o avô do Zé que vinha à adego buscar uma bilha de vinho para o jantar, o avô viu o Zé, falou com ele, quis que o Zé lhe conta-se,  escutou o que o Zé lhe disse, e de seguida, o avô disse para o Zé; "eu acredito em ti"; foi buscar a chave da casa aonde o Zé dormiu a noite anterior, deu-lha e perguntou-lhe: "amanhã como é?", o Zé disse-lhe; vai ser como hoje... (continu-o na próxima)...
      O santo do dia de hoje é: São Lino, Papa e Mártir
      ( + Roma, séc. I) "Foi o segundo Papa, escolhido pelo próprio São Pedro para sucedê-lo. Sagrou quinze novos bispos, que mandou como missionários a várias regiões da Itália. Ordenou dezoito sacerdotes para exercerem seu ministério na Diocese de Roma, que dividiu em paróquias. Durante seu pontificado, que durou 12 anos, Jerusalém foi tomada e destruída. Sofreu o martírio por volta do ano 77, sendo sepultado ao lado de São Pedro".

      Oração do dia: Sê forte e corajoso, não fiques desanimado nem tenhas medo, porque, EU, O SENHOR SOU DEUS, estarei contigo em qualquer lugar por onde tu passares. Amém.
       

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Etapa 88, - Um garoto a querer deizar de o ser

      Como já o disse e o declarei em vários apontamentos, fui criado e vivi com meus avós maternos desde o meus 9 meses  até à idade de 14 anos e 292 dias.  Meus avós e todo o seu agregado familiar cuidaram de mim, educaram-me à sua maneira e na salvaguarda do meu futuro. Deram-me muito amor e carinho, pelo que, eu considero certo e adequado o provérbio do povo, quando diz: "ser avô, é ser pai duas vezes".
 
      Também, como já referi em diversos momentos, meus avós eram caseiros dos Amarais, na quinta da Granja, aonde eles, punham e dispunham como se fossem donos. Os Amarais, João de Deus e seu irmão José Maria, (meu padrinho), viviam em Além-Douro, e muito raras vezes vinham a Nespereira, embora, tivessem casa na Granja, onde meu padrinho, (José Maria) em sua casa, tinha como governanta a Ti Lucina. 

      O agregado familiar dos meus avós, eram eles, (o casal), 2 filhos, e 3 filhas, respectivamente; o António, o Joaquim, a Maria, a Ana e a São. Com esse número de 7 elementos se manteve durante longo período de tempo. tendo-se casado a filha mais velha e saído de casa, (a minha mãe) acabei por ser eu a substituí-la. No entretanto, a evolução dos tempos e das pessoas, a comutação teve que acontecer, minha mãe, a mais velha, que nasceu quando meu avô já andava na primeira grande guerra, saltou sedo do ninho. Depois, morreu a Ana, mais tarde, o António arranjou trabalho no Porto e ansiava emigrar para o Brasil, o Joaquim, depois da tropa casou, e a São também casou nova, tendo eles ficado apenas comigo. Em condições assim, não era mesmo possível meus avós continuarem a trabalhar aquela quinta, quinta que era grande e tinha terras muito dispersas, como: os Campinhos, o Ribeiro da Várzea, 2 campos em Fundo de Vila, uma áre grande em Ria-longo, e ainda, diversas tapadas dispersas e distantes.
 
      Meus avós, que até tinham terras próprias, aonde estiveram meus pais e mais tarde o filho Joaquim, resolveram entregar a quinta da Granja e foram para aquilo que era seu. claro que me levaram com eles, porque, na prática, eu até era deles, mas, nesse tempo eu estava a frequentar a escola. A quinta dos meus avós, embora de tamanho reduzido, todos os campos se situavam ali, nos Paúlos, com circulação de uns para os outros, onde havia um só senão, que era a casa de habitação e a abeguaria se situar  na Granja.

      Foi ali, na companhia de meus avós que se foi formando a minha personalidade, foi ali, que eu fui deixando de ser menino e comecei a sentir-me rapaz, e se não o era, já pensava que sim, que era, mas reconheço que estava errado. Meu avô tratava comigo de maneira muito civilizada, sem nunca me sentir obrigado a nada, eu obedecia-lhe a tudo sem nunca me sentir contrariado. Recordo que, no ano de 1951, tinha eu 13 anos, o senhor Nicolau convidou-me para lhe fazer a poda, aceitei o convite, e ele quis ajustei comigo um preço, meu avô achou bem, mas quis ajudar-me. Fizemos os dois aquele trabalho e no fim, foi meu avô a receber o dinheiro, ia dizendo que o dinheiro era meu, mas quem o guardou foi a minha avó, pois era ela quem tinha a chave do cofre. Também nesse ano, já fui eu o homem que manobrou o arado nas lavouras, meu avô, ao escrever para o filho António, que estava no Brasil, contou-lhe e gabou-me de tal modo que, meu tio mandou aos pais mil escudos para me comprar um fato, mas os panos para o fato nunca agradaram à minha avó e também o alfaiate nunca teve tempo para o costurar,  pelo que, o tão desejado fato nunca veio.  (por hoje é tudo, se puder, amanhã eu volto...)
 
      O Santo de hoje é: Santos Maurício e Companheiros, Mártires
      ( + Séc. III) "São Maurício comandava a célebre Legião Tebana, constituída por cristão do Egito. Por volta do ano 286, enquanto reinava Diocleciano, esse divisão estava servindo em território da actual Suíça, quando o comandante supremo, Maximiano, ordenou que todos os soldados oferecessem sacrifícios aos deuses pagãos. Os mambros da Legião Tebena se recusaram e foram todos mortos por amor a  Jesus Cristo".

      Oração do dia a Santos Maurício e Companheiros:
      Ó Deus, Senhor dos Exércitos, transforma-me pela ação do Espírito Santo, pois somente tu tens a força e o poder de converter meu interior e romper as cadeias do egoísmo. Amém.

     

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Etapa nº. 87, Se a pessoa quer, Deus ajuda

      Certo dia, avô e neto preparavam o comer para os animais, e enquanto o Ti Luís, (o avô) serrota a palha, o  Zé, ( o neto), vai fazendo a empalhada, o monte do penso ia crescendo, mas porque os animais eram bastantes, e porque tinha que ser um gigo raso para cada vaca, aquela tarefa de arrumar e tratar do gado demorava bastante tempo. Estavam os dois ocupados, e de tal modo concentrados, que nem avô, nem neto, se aperceberam, de ali, naquele palheiro, ter entrado uma outra pessoa. Era a filha mais velha do Ti Luís, a mãe do Zé, que entrou resolvida e disposta a enfrentar fosse qual fosse, a reacção do seu pai.

      A Maria logo que entrou, lançou-se ao pai abraçando-o foi um abraço fraterno, de comoção e de suplica. Em soluços ia pronunciando palavras de apelo; "Pai, perdoe à São, pai, perdoe à São!" e o Ti Luís, incrédulo, sem compreender e sem saber o porquê daquela suplica, implorou; "filha, diz-me o que foi?, o que é que se passa?, eu perdoo o quê?", a Maria queria falar, mas as palavras não saíam, só soluçava, a voz tremia-lhe, só conseguia repetir a mesma coisa, as mesmas palavras que, possivelmente teria previamente ensaiado, mas desta vez, assim:, "paizinho perdoe à São" e o pai, resolvido a atender à suplica da filha, fosse o que fosse que a São tivesse feito, disse: "está bem filha, eu perdoo tudo, seja o que for, eu perdoo, está descansada, eu perdoo".
      Ali, não foi necessário a Maria explicar ao pai os pormenores do que aconteceu para ele compreender, e logo se afastaram dali agarrados à mão um do outro. Meu avô demorava em voltar, e eu tendo ficado sozinho acabei de serrotar a palha, fiz a empalhada e dei a ceia aos animais, missão que eu concluí sem qualquer dificuldade.

      Apesar de tanto segredo, e de ao pé de mim não terem divulgado as causas, deu muito bem para eu, apesar de garoto, os compreender, pois ali estava o sofrimento ou a alegria da São, daquela São que é a minha tudo, mãe, ama, irmã, tia, prima e uma santa e adorada amiga. Aquilo era mesmo o que eu imaginei, era um caso de amor, um caso infalível, pelo qual todas as pessoas normais têm que passar. Feliz é a pessoa que ama e se senta amada.

      Nos dias seguintes, o ambiente em casa era um pouco estranho, notava-se que havia uma nova preocupação, começaram os preparativos para se fazer o casamento, e, na vez de um casamento em casa dos meus avós, fizeram-se dois, porque os pais do noivo, aproveitando a embalagem, casaram filho e filha, casaram o filho Manel com a São e a filha Sílvia com o Aníbal.

      É sempre assim, quando o homem quer, Deus ajuda.

      O Santo do dia de hoje é: São Mateus Evangelista, Apostolo e Mártir
      ( + Séc. I) "Era cobrador de impostos e possuía grande fortuna quando Nosso Senhor o convidou a segui-Lo, dizendo simplesmente: Segue-Me!. Mateus obedeceu sem hesitação, e veio a se transformar no primeiro dos Evangelistas. Segundo antiga tradição, pregou na Palestina e depois na Etiópia".

      Oração: São Mateus que deixastes a riqueza para seguir com entusiasmo o chamado do Mestre, fazendo da pobreza um hino de louvor a Jesus, intercedei por mim, que me encontro em aflição. Vós que ouvistes do Mestre as palavras: "Não ajunteis para vós os tesouros da terra, a onde a traça e o caruncho as destroem, e onde os ladrões arrombam e roubam, mas ajuntai para vós os tesouros dos céus!" Ensinai-me ó São Mateus o verdadeiro valor das coisas terrenas e não permiti que a ganância e a soberba dirijam meus atos. Protegei o que é meu e de minha família da ganância e do alcance alheio, para que as minhas posses não lhe causem cobiça nem ensejem atos ilícitos desvairados. Ensinai-me por fim, a ajuntar tesouros no Céu e a servia a Deus e não ao dinheiro. Amém.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Etapa nº. 86, O Buticário

      Nos primeiros meses do ano de 1944, meus avós eram caseiros e habitavam a casa da Quinta dos Amarais, na Granja - Nespereira, e lá, nesse mesmo ano, morreram dois irmãos meus, um com 5 anos e o outro com 2 anos, morreram, um num dia e o outro no dia seguinte. O senhor Abade resolveu que no mesmo funeral se juntassem os dois corpos. Nesse mesmo ano, um mês depois da morte dos meus irmãos, morreu a minha tia Ana, esta com a doença do Tifo.
 
      Naquele tempo, Nespereira, e talvez até, como o País no seu todo, os profissionais de saúde, em especial, os de medicina, eram escassos, Nespereira até estava muito bem servida, era o dr. de Moimenta, (penso que era, Dr. Noronha), um incansável, que não distinguia ricos de pobres, e calcorreava por qualquer caminho distribuindo amor, alivio e esperança de vida aos doentes.
 
      Na farmácia da Feira havia o Buticário, um homem incansável, muito dedicado e conhecedor das matérias e artigos a que lhe era possível recorrer. Lembro-me, porque acompanhei minha avó, quando ele socorreu uma menina, minha prima, tendo  esta caiu de uma cerejeira e traumatizou a cabeça. Aquele buticário, (farmacêutico), poderei dizer que operou aquela menina, extraiu-lhe o sangue pisado, suturou o ferimento, tratou como soube e pode, mandou a menina para casa, recomendou que estivessem constantemente a porem-lhe água fria, da fonte do Souto, na cabeça. Sei que cumpriram as instruções do buticário, a rapariguinha sarou, fez-se mulher, e para minha alegria, porque foi a minha avó quem lhe acudiu, ainda vive. O nome desse senhor buticário, embora eu o tenha na ideia, não o divulgo, primeiro porque poderei estar enganado e segundo, porque haverá em Nespereira pessoas do mesmo ramo familiar, que podem não gostar do que eu, recordo e desejo partilhar. Peço pois descultas, mas digo:

      Este senhor Buticário, em determinado ano, deixou a farmácia, não sei porque motivo ou causa. Era um homem bom e porque era bom, quando deixou a farmácia e se ausentou de Nespereira, deixou por Nespereira muitos créditos por receber, certo dia, ao anoitecer, meu avô andava a tratar do gado, a dar-lhes e ceia, tal como fazia todos os dias Nesse dia, apercebeu-se e ouviu que, no caminho, entre as casas do Zé Maria, do Ti Firmino e o portão do quinteiro da quinta, ele, o meu avô,  ouvia o sapateado de um cavalo, e uma voz de homem em luto com alguém. Meu avô saiu pelo portão e viu no caminho, um cavalo e um cavaleiro numa luta de teimosia, e que o cavaleiro, segurando as rédeas com uma mão, com a outra, sacudia algo que meu avô  não via. Meu avô conseguiu pôr a mão no cavalo e nesse momento o animal sossegou, o cavaleiro apeou-se. O meu avô conheceu-o, socorreu-o lá em casa, e o homem, o buticário, conseguiu contar ao meu avô o que andava a fazer, a onde queria ir ali na granja, bem como o que lhe tinha acontecido. Disse-lhe que tinha vindo a Nespereira para ver se fazia algumas cobranças. À Granja, ia a casa de um senhor, (que por acaso eu lhe chamava, e continuei a chamar-lhe tio), e, que junto à fonte do Reguengo, foi assaltado por algo, que ali se juntou a ele, em cima do cavalo, que lutaram até se aproximarem da Capela da Granja, e que, próximo da Capela,  isso, (ou o que fosse), que lhe disse: aqui vences-me, mas espero-te mais à frente, e assim foi, passada a Capela, a mesma coisa juntou-se-lhe em cima do cavalo e, o resultado era aquela luta a que meu avô assistiu. Mas meu avô, disse lá em casa, que só viu um cavalo teimoso e um cavaleiro a dar bofetada em algo que não era nada. Para meu avô, se aquilo não era loucura, o que poderia ser? Nessa noite, meu avô acompanhou e Buticário a casa desse seu amigo, (meu tio), lá na Granja, o buticário passou ali a noite e meu avô, no dia seguinte já não o encontrou, ele terá seguido o seu destino.

      Posteriormente, e quando os factos o justificavam, meu avô repetia estes episódios e ouvi ele dizer que, um dia, que foi ao Porto, entro num bar para petiscar alguma coisa e que o referido senhor entrou lá, que tinha uma viola na qual dedilhava algumas notas e próximo do meu avô entoava algumas palavras, dizendo; "eu conheço este senhor, eu conheço este senhor".

      O santro do dia de hoje é: Santos Eustáquio  Companheiros, Mártires
      ( + Roma, séc. I-II) "Segundo antiga tradição, nos tempos do imperador Trajano, em data não muito determinada, sofreram o martírio Santo Eustáquio, que tinha sido um dos mais prestigiosos e heroicos generais do Império, sua esposa Santa Teopista, e os dois filhos do casal, Santos Agapeto e Teopisto. Foram todos colocados dentro de uma estátua de metal com forma de touro, aquecida em brasa".

      Oração: Ó Deus! Cai a tarde, a noite aproxima-se, quem fez, fez. Também a nossa existência material é um dia que se passa, uma plantação que se faz, um caminho para algo superior. Como fizeste a manhã, a tarde e a noite, com seus encantos, fizeste também a mim, com os meus significados, meus resultados. Aproxima de mim, Pai, a tua paz para que usufrua desta hora e tome seguras decisões para amanhã. Que se ponha o sol da renovação e da paz para sempre.
      Obrigado, Deus, muito obrigado! . Amém.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

etapa 85 - o uso do telemóvel, nos bolsos do homem! pode o quê?

      Reconhecendo a minha incompetência e até a falta de experiência sobre os malefícios que, o mau uso do telemóvel pode causar ao homem, havendo razão para alarme, aquilo que lendo, me foi proporcionado tomar conhecimento, não quero deixar passar por despercebido aquilo que li, e se o alerta tiver razão de ser, entendo que não devo silenciar-me, e, em face disso, faço uso deste meio e deixo um alerta com a seguinte recomendação:
 
      "Homens devem evitar colocar o telemóvel no bolso" Por certo que já todos nós ouvimos falar da radiação dos telemóveis e do perigo que esta pode representar para a saúde. Muitos de nós, ( e eu), temos o hábito de guardar esse aparelho no bolso das calças, principalmente nós homens,  que geralmente não temos outro sítio, ao contrário das mulheres, que usam as malas. 

      Novo estudo alerta e diz que há provas conclusivas de que os homens, em particular, devem evitar colocar o telemóvel no bolso, pois, que isso, pode afectar a sua fertilidade. "Uma nova revisão de 21 estudos sobre a radiação, mostra que os telemóveis colocados perto dos órgãos genitais masculinos durante um período de tempo prolongado e constantemente, podem reduzir a contagem de espermatozóides. 
 
      Mais tarde, e tendo por base o texto que ocasionalmente encontrei, os investigadores da Universidade de australiana de Newcastle, que analisaram 27 estudos, 22 mostraram uma relação causal entre a radiação dos telemóveis e os danos nos esperma. Diz ainda quem divulgou: "Apesar de actualmente não haver uma forma de provar exactamente como é que a radiação não ionizante e a contagem de esperma estão relacionados, os especialistas alertam que esta revisão fornece provas suficientemente convincentes para que, os homens deixem de manter os seus telemóveis nos bolsos das calças, como destacava o investigador Dr. Joel Moskowitz ao Daily Mail.
 
      No inicio, deste ano, outro estudo, feito por investigadores israelitas e com a participação de 106 homens, também alertava para a mesma ligação entre a radiação e a qualidade do esperma".

      Face ao alerta, alguma coisa deverá ser feito e estudado, penso que uma aplicação  na manga do casaco ou da camisa, poderia ser uma maneira de minimizar o risco! Que tal?

      O santo de hoje é: São Januário e Companheiros Mártires
      ( + Pozzuoli,Itália, 305) "São Januário (também conhecido com San Gennaro), bispo de Benevento, cidade situada a 70 Km de Nápoles, foi martirizado durante a perseguição de Diocleciano, juntamente com seis clérigos de sua diocese: Santos Sósio, Próculo, Festo, Desidério, Eutíquio e Acúrcio. Lançados ao fogo, as chamas, milagrosamente, não os feriram. Expostos às feras, estas também os deixaram ilesos. Foram, por fim, decapitados. Uma ampola contendo o sangue de São Januário foi conservada com respeito e até hoje, 17 séculos depois, liquefaz-se  milagrosamente três vezes por ano, em datas certas dos meses de Maio, Setembro e Dezembro. Diante dos olhos de toda a multidão reunida, o sangue deixa o estado sólido e passa ao líquido, crescendo consideravelmente de volume e tamanho a coloração avermelhada do sangue recém-derramado. Há na Europa mais três casos de sangue de santos se liquefazerem em determinados dias do ano, mas nenhum deles é tão espectacular e conhecido quanto o de São Januário".

      Oração: - Vós que fostes o pastor fiel na pregação da palavra, ensinai a nosso comunidade a viver e a proclamar com muito amor a palavra de Deus. Vós que no pastoreiro junto ao vosso povo sempre vos preocupastes em não perder nenhuma ovelha do rebanho, ensinai-nos a ser uma comunidade unida onde um se preocupa com o outro. Vós que no trabalho emergente da caridade tivestes um carinho especial com os pobres, com os marginalizados, da vossa terra, ensina a nossa comunidade a ter amor preferencial pelos pobres, que são tantos ao nosso redor.
      São Januário, nós queremos aprender de vós a vivência das virtudes, a piedade, o zelo, o vosso amor incansável para com todos. Que a vossa protecção acompanhe a cada um de nós, em todos os dias da nossa vida. Ajudai-nos a conseguir uma eternidade feliz. Amém.
 
      
 
      
 
      

domingo, 18 de setembro de 2016

Etapa 83/84, meu fim de semana em Nespereira

      Desta vez quase que eram umas férias para mim, na verdade não foram férias, mas foram dois dias de fim de semana em Nespereira e, soube-me tão bem, que até pensei que não iria ter tempo para a reportagem, mas felizmente, cá estou para relatar um pouco, são duas etapas numa só

      A etapa nº. 83 teve início logo pela manhã do dia 17, com a minha esposa por companhia, saí o portão da minha casa às 07 horas da manhã, passei por Ílhavo, onde naquela meta volante recebi como prémio a presença da minha cunhada Lisa Maria, que nos acompanhou e, a chegada a Nespereira aconteceu pelas 09,30 horas.
 
      Em Nespereira, enquanto a esposa se ocupou na cozinha da confecção do almoço, eu reuni os baldes, os poceiros e outras alfaias, e entretanto, a minha filha Cândida, estando previamente assim combinado, chegou de Amarante, juntou-se a mim, e os dois fizemos limpeza e afinação a todas as ferramentas e utensílios. Com a lavagem e limpeza do lagar, que previa-mos ter que fazer, fomos surpreendidos, porque meu irmão Aníbal, já tinha executado e concluído essa tarefa.

      A tarde foi ocupada com outros afazeres e outras obrigações, tais como apanhar alguma fruta, fazer a cura às oliveiras e algumas nicas de pouca insignificância.
 
      A Etapa de hoje, dia 18, etapa 84, muito pouco há a reportar, de manhã fomos todos à Missa a Santa Marinha, o padre não conseguiu cansar-nos, sinal que para uma próxima lá voltaremos, o dia estava magnífico. O almoço foi de convívio, muito saboroso e dispôs tão bem, que chegado a casa, em Quinta do Picado - Aveiro, pelas 19 horas, enquanto a esposa prepara o jantar, cá estou a penitenciar-me perante aqueles que gostaria gozassem também com a minha boa disposição.
 
 
      O Santo do dia 17 é. São Roberto Belarmino, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja
     (( + Roma, 1621) "Nascido em Toscana, passou alguns anos em Louvain, na Bélgica, inicialmente como aluno e depois como professor, e desempenhou cargos de importância na Companhia de Jesus, na qual ingressou aos 18 anos de idade.Brilhante intelectual, refutou perfeitamente os erros do protestantismo nas suas controvérsias, redigiu um catecismo popular que teve muita divulgação durante séculos e destacou-se como exegeta com magníficos eruditos comentários aos Salmos. Refutou ainda os erros de Jaime I, rei da Inglaterra. Foi director espiritual de São Luís Gonzaga, assistindo-o nos seus últimos momentos. Nomeado Cardeal e Bispo de Cápua, entregou-se com zelo ao cumprimento dos deveres episcopais, sendo modelo de prelado e pastor de almas. Foi conselheiro de vários Papas, aos quais, com coragem e evangélica franqueza, não hesitava em censurar respeitosamente, quando julgava necessário - e esteve ele próprio muito próximo de ser eleito Papa".
 
      O Santo do dia 18, é: São José de Cupertino, Confessor
      ( + Itália, 1663) "Teve uma das vidas mais maravilhosas e surpreendentes que se encontram no calendário litúrgico. Filho de camponeses do sul de Itália, sabia-se tão pouco dotado intelectualmente que a si mesmo dava, como humildade, o nome de Frei Asno, mas pela santidade, e pelos dons sobrenaturais que recebia, compensou largamente a pouca inteligência. Diversas vezes tentou ingressar na vida religiosa sem o conseguir. por notória incapacidade. Só à custa de muita insistência foi admitido num convento franciscano. Quando se preparava para o sacerdócio, era ajudado sobrenaturalmente em todas as provas e exames. Certa vez, somente conseguira estudar e assimilar uma frase da Escritura, Bem aventuradas as entranhas que te trouxeram. Por milagre, no exame lhe pediram que explicasse exactamente essa frase, e ele se saiu maravilhosamente. É por isso considerado o patrono dos estudantes em apuros. Ordenado sacerdote, vivia arrebatado em êxtases e era objeto de fenômenos místicos extraordinários. Era comum ser visto em levitação, erguido do solo a alturas elevadas. Praticava milagres espantosos, curando doentes de todos os gêneros. Embora pouco inteligente, era iluminado p+elo Divino Espírito Santo e dava conselhos acertadissimos, sendo procurado, por isso, por pessoas altamente colocadas, que desejavam consultá-lo. Até o Papa quis conhece-lo, e aconteceu que, durante a audiência com o pontífice, o humilde franciscano entroiu em êxtase e deixou o Papa admirado. Em suma, aquele que quase não fora admitido no convento, atingiu um santidade tão consumada e maravilhosa que se transformou numa das glórias da Ordem franciscana".

      Oração a São Roberto Belarmino: - Ó Deus nosso Pai, a exemplo de São Roberto Belarmino, fazei-nos amar a vossa palavra. Em nossas dificuldades, nos momentos desesperançosos de nossa vida, saibamos em vós buscar alento, força, inspiração e luz para nossos passos. Amem.

      Oração a São José Cuprtino- Ó Deus, que por disposição admirável de vossa sabedoria, quisestes atrair todas as coisas do Vosso Filho exaltado na terra, fazei que, no vossa bondade, livres dos desejos terrenos, pela intercessão e exemplo de São José Cupertino, possamos conformar-nos em tudo ao Vosso Filho, que convosco vive e reina, em unidade do Espírito Santo. Amem.

     

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Etapa nº. 82, Tia Emília às carquejas

      Mais uma recordação da vida dos mais desfavorecidos na minha linda Nespereira. Era eu um garoto (esclareço, um jovem, com apenas 14 anos) andava no monte, monte que denominava-mos, monte detrás da serra, a roçar,mato, numa área de terreno a mato, que o meu avô Luís lá possuía. Esse monte, que tinha acesso pela Estrada Nacional nº. 225, logo após a passagem do Nicho, numa saída para a esquerda, por um caminho bastante bom, monte esse que se situava a cerca de 100 metros da estrada. Como disse, eu andava a roçar mato, mato que ia  juntando em paveias, (Feixes ou mutenas), para no dia seguinte, eu mais o meu avô, irmos lá com a carro das vacas, carregar e trazer para a Granja.  

      Ocupado com os meus afazeres para roçar o suficiente para carregar o carro, tinha que completar 48 paveias duplas, ou seja, 48 porções de mato, só, quando lá do alto ouvi um alarido, é que eu olhei e vi, lá no cimo do monte duas mulheres e um homem, e ele, com um pau a tentar correr com elas dali., a impedir que elas pegassem os molhos. Vi também que entre o homem e as mulheres, estavam dois montes de lenha ou de mato. As mulheres quando podiam aliviar a guarda olhavam em minha direcção, elas sabiam quem eu era, mas não teriam muita esperança, porque eu, era apenas um garoto. Mas eu, perante  o que vi não me fiz rogado, interrompi o meu trabalho, sachola da roça ao ombro, e toca de correr monte acima.

      Aquele homem, quando me viu caminhar para eles, tornou-se mais agressivo, mas elas, confintes na minha determinação, tiveram coragem e ânimo suficiente para lhe fazerem frente, empunhando cada uma o seu podão. Quando eu já estava relativamente perto, o homem abandonou o local e desapareceu para o outro lado da encosta.

      Também eu, à medida que me fui aproximando, conheci uma das senhoras, era a minha tia Emília, a irmã do meu pai, a outra sua companheira, não me era estranha, mas nunca soube o seu nome, os molhos que já tinham prontos e amarrados eram de carqueja, produto que elas recolhiam nos montes, e forneciam às suas clientes da Feira e dos arredores. Seria para elas, naquele tempo, o único meio de angariar alguma coisa para o seu sustento e da família. Sei que no caso da minha tia Emília, em casa, era ela, e tinha 3 filhos pequenos a pedir-lhe pão todos os dias. Era uma senhora casada, o marido andava por locais incertos, trabalhava por casas  e quintas de lavradores, por onde se ia sustentando, muito raramente ia a casa, os filhos eram 5, e à data, os dois mais velhos já andavam a servir.

      Recordo que a minha tia, perante a sua companheira, ficou muito orgulhosa do sobrinho e as duas cobriram-me e elogios, ajudei as senhoras a porem os molhos à cabeça, e elas saíram dali cada uma com o seu molho, e eu, regressei todo vaidoso aos meus afazeres e, com tão boa disposição, que até o trabalho me correu melhor. 

      Reconheço e quero registar para memória, que os 5 filhos da minha tia, logo que se puderam organizar, proporcionaram aos pais as melhores condições de vida possível, constituíram famílias,  organizaram-se, mandaram vir os pais para junto deles e agruparam-se de maneira a viverem todos próximos e na mesma localidade. Parabéns aos meus primos, Alice, Manuel, Celeste, Orlando e Luís.

      O santo de hoje é: São Cornélio e São Cipriano, Mártires
      ( + séc III) "São Cornélio condenou os erros dos hereges novacianos, que promoveram um cisma na Igreja e procuraram depô-lo. Nesse emergência, foi apoiado e encorajado por São Cipriano, Bispo de Cartago (norte de África). São Cornélio, foi martirizado durante a perseguição d Galiano, no ano 252, e São Cipriano, que tinha sido professor de retórica e era célebre como pregador, sofreu o martírio em 258. Ambos aparecem juntos no Cânon tradicional da Missa".

      Oração a São Cornélio: Deus eterno e todo-poderoso, quiseste que São Cornélio governasse todo o vosso povo servindo-o pela palavra e pelo exemplo. Guardai por suas preces, os pastores da vossa Igreja e as ovelhas a eles confiadas, guiai-os no caminho da salvação.
      Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Etapa nº. 81, Mas que surra!

      É assim, umas coisas lembram outras, e quando a mente faz buscas, até tropeça em coisas que não procura, foi o que aconteceu. Recentemente, a Ana Roldão publicou uma fotografia que eu partilhei. Essa fotografia é do ano 1966, e nela, estão vestidas de anjos as minhas duas filhas mais velhas, a Cândida e a Fátima. À frente, está a Fátima, por um lado, está ladeada pelo Adérito Ferreira Neves, e pelo outro, por Reinaldo Moreira Marques Roldão, este, ao tempo pouco mais que menino, agora, é médico e exerce funções no Hospital, em Cinfães, não lhe faltarão muitos anos para se poder reformar. Mais atrás, e um pouco distraída, está a Cândida, ladeada de um lado por José Marques Roldão, (pai do Reinaldo), e pelo outro lado, por pessoa que não sei identificar.

      Isto é para servir de introdução ao texto que se segue, porque foi, por estar na foto o Adérito, que me trouxe à mente este acontecimento, que ele e o seu irmão, (Bernardino Ferreira Neves), quando comigo se encontram, sentem prazer em me fazer recordar.
 
      Isto terá acontecido em 1953, teria eu 16 anos, os meus patrões tinham do lado sul uns vizinhos, que em especial a senhora era intratável, os quintais eram contínuos, a marcação das extremas era feita pela miragem de um marco ao outro e, aquela vizinha criava e inventava argumentos para a todo o momento provocar e ofender a minha patroa, Tais ofensas e provocações apenas poderiam ter como objectivo tirar desforras de acontecimentos antigos que eu desconhecia. Certo dia, a minha patroa, regressava do fim do quintal, de onde tinha ido espalhar um estrume em terra que eu, nesse dia, mais o seu filho mais velho tinha-mos que ir cavar, para se semear leirões de couve, trazia nas mãos uma forquilha, com a qual tinha acabado de fazer aquele trabalho, como os quintais eram pegados, aquela senhora salta-lhe para a frente e ao mesmo tempo, em altos gritos berra; ela quer-me matar.
 
      Eu, de onde estava vi aquele cenário, não me contive, fui a ela, dei-lhe tanto murro que me consolei, quando satisfeito, deixei-a livre, ela veio para a rua pedir socorro, não sei se o marido dela estava ou não em casa, sei que na rua ninguém lhe ligou, quando recomposta, não sei se com o marido, ou se sozinha, foi fazer queixa à GNR. Na queixa, não terá contado a verdade, porque eu nunca fui chamado nem interrogado por ninguém, eu não tinha por onde lhe pagar fosse o que fosse, apenas lhe poderia voltar a repetir a doze, mas à minha patroa, algo ela lhe pretendia extorquir. O caso foi a tribunal, mas a minha patroa foi absolvida.
 
      Aqueles vizinhos, o Bernardino que vivia e tinha quintal encostado do lado norte, que na sua residência tinha alfaiataria, e com ele tinha o irmão como auxiliar e aprendiz, do seu lado, alertados pelos gritos da mulher, assistiram à surra e quando nos encontramos, o tema é para recordar e para enaltecer o movimento da máquina a distribuir murro. Aqueles senhores viram o que viram, recolheram-se e, oficialmente, ninguém viu nada.

      O santo do dia de hoje é: Nossa Senhora das Dores
      "trata-se de uma devoção muito antiga, na qual Nossa Senhora é venerada enquanto tendo sido traspassada, no alto do Calvário, por uma espada de dor, à vista da Paixão e Morte de seu Divino Filho. Ela se uniu perfeitissimamente ao sacrifício do Redentor, pelo que mereceu ser chamada por muitos santos e teólogos Corredentora do género humano".
 
      Oração à Nossa Senhora das Dores:
      Ó Mãe de Jesus e nossa mãe, Senhora das Dores, nós vos contemplamos pela fé, aos pés da cruz, tendo nos braços o corpo sem vida do vosso Filho, uma espada de dor transpassou vossa alma como predissera o velho Simeão. Vós sois a Mãe das dores. E continuais a sofrer as dores do nosso povo, porque sois Mãe companheira, peregrina e solidária.
      Recolheu em vossas mãos os anseios e as angústias do povo sofrido, sem paz,  sem pão, sem teto, sem direito a viver dignamente. E com vossas graças, fortalecei aqueles que lutam por transformações em nossa sociedade. Permanecei connosco e dai-nos o vosso auxílio, para que possamos converter as lutas em vitórias e as dores em alegrias.
      Rogai por nós ò Mãe, porque não sois apenas a Mãe das dores, mas também a Senhora de todas as graças. Amém.
       
 
      
 
      

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Etapa 80, sintomas de crise afeta pensionistas

     Eu rogo aos Anjos e Santos, aos meus visas, aos meus avós, aos meus pais, aos meus irmãos, (anjos Manuel e António), aos meus companheiros, aos meus amigos e a todos aqueles com quem me cruzei, que estão no Céu, que intercedam por nós e pelo nosso Portugal, a Deus Nosso Senhor.

      Quis o destino que eu fosse aquilo que sou, e, tendo eu já passado por alguns acontecimentos, tendo presenciado alegrias e tristezas, nunca me apercebi, como agora, de tanta falta de esperança na programação, e projecção da vida futura, por parte da juventude.
      O que sinto, se não é da idade, se não é dos temporais e climas descontrolados, digo que não sei, não imagino o que é, e não sei o porquê. Afigura-se-me que vamos ter tempos muito difíceis, mas, como eu nada poço fazer para mudar o rumo,  dou-me por vencido! estou como diz o provérbio português, "tanto se me dá como se me deu".

      Sem ter que ir longe em busca de sinais evidentes da crise, acabei, nestes últimos oito dias de presenciar que, bem perto de mim, uma senhora reformada, anda há oito dias, a caminhar, todos os dias, para um posto dos correios, a fim de levantar o vale da sua pensão, e até ontem, o posto dos correios não lhe pagou o vale. As primeiras vezes, que era por não haver computados, depois, porque não tinha vindo o homem com o dinheiro, depois, já tinha vindo o homem com dinheiro, mas que trouxe pouco e não chegou para todos. Mas hoje, dia 14, vá lá, foi para lá meia hora antes do posto abrir, quando chegou o homem do dinheiro, era próximo das 10 horas, ela foi a primeira a receber, vinha contentíssima, "parecia um gato com chocalho", sei também que essa reformada, testemunhou a preocupação, o descontentamento e a tristeza, da funcionária daquele posto dos CTT, olhando e tendo em conta o pouco dinheiro que lhe trouxeram, para pagar a tanta gente, sabia de antemão que não chegava para tantas pessoas que estavam na fila, e à sua frente, as quais, ela ia ter que mandar embora sem dinheiro. 
      Outro facto que eu presenciei, na segunda-feira dia 12, Fui a uma agência bancária, onde no exterior daquela agência existe uma caixa multibanco, apercebi-me ao sair dali, que muitas pessoas desfilavam em frente ao multibanco, paravam, olhavam e comentavam, "não há ainda dinheiro". Eu não pergunto o que é isto, mas convido a quem se interessar que se questione e pense,  quais serão as causas do que está a acontecer? E que sinais são estes? Uma só coisa me alivia, é que eu não tenho culpa, não votei PS, não votei PCP, e não votei Bloco. Aconselho a que numa próxima votem bem, e olhem que, o vosso voto, tal como o meu, vale tanto como o do presidente da República.
      O santo de hoje é: São Materno, Bispo
      ( + Trèves, sec. IV) "Neste dia, além da Exaltação da Santa Cruz, se comemora a festa de São Materno, apóstolo das regiões do Mosela, do Mosa e do Reno Inferior. Fundou a Diocese de Colónia e foi também Bispo de Trèves. Era amigo do imperador Constantino e participou activamente dos Concílios de Roma e de Arles.
      Oração: -  Especial a este santo, não identifiquei. mas é-lhe recomendada esta; por crianças no ventre materno:

      Pai Celestial, eu te louvo e agradeço por permitires esta vida e por formares esta criança à Tua imagem e semelhança.
      Envia o Teu Espírito Santo e ilumina meu útero. Enche-o com a Tua luz, poder, magestade e glória, assim como fizeste no ventre materno de Maria para gerar Jesus.
      Amém. Aleluia. Amém.
      
      

     
   
     

     

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Etapa 79, Nação Valente - homenagem aos Bombeiros

      Ontem, já perto da meia noite, pelo que me pareceu entender, a RTP 1 estava a transmitir um programa de homenagem aos bombeiros portugueses.
      Por norma, eu durante o dia não vejo televisão, mas à noite, depois de jantar, vou estender-me no sofá, em frente à TV. Se o que está a ser transmitido me desperta curiosidade, vejo com entusiasmo. Se não desperta, vou dormitando muito satisfeito da vida, como se estivesse a saborear as lindas cantigas de embalar. Foi o que aconteceu, quando despertei era quase meia-noite, e apercebi-me que tinha acabado de perder um magnifico programa. Apercebi-me também que a festa, tinha para além de prestar homenagem aos bombeiros, uma angariação de fundos, e decorreu ao longo de todo o dia desta segunda-feira, tendo sido transmitida em directo, a partir do Porto entre as 10,00 e as 13,00 horas, a partir de Lisboa entre as 14,20 e as 18 horas, e a partir do Centro Cultural de Belém, (CCB), entre as 22,00 e as 24,00 horas (meia-noite).

      O objectivo, diziam, é uma mobilização verdadeiramente nacional para angariação de fundos para a Liga dos Bombeiros Portugueses e, como eu não sabia deste especial programa, só quando despertei, às horas que habitualmente me vou deitar, é que dei conta que tinha acabado de perder um excelente programa. Pude ainda ver as partes finais e apercebi-me que foi um programa muito bem organizado, repleto de bons artistas, de bons músicos portugueses, que mobilizou todas as equipas da RTP e teve boa representação da sociedade civil. 

      Quanto a mim, este foi um espectáculo lindo, belo, muito oportuno e uma homenagem muitíssimo merecida pelos bombeiros portugueses, e, ainda pelo que vi, culminou com depoimentos de pessoas que foram afectadas, com outras individualidades ligadas ao combate aos fogos e um resultado muito especial, só a RTP, durante a transmissão, em telefonemas, angariou fundos que atingiu o montante de 300 mil euros. Estavam felicíssimos. 

      A mim, só a mim, uma coisa me custa aceitar, é de que, os turras incendiários se estejam a sentir felizes e ainda compensados assistindo à festa. Esses, à medida que fossem sendo apanhados, as autoridades deveriam leva-los aos locais do crime e, no rescaldo, quando os fogos extintos, e enquanto os tôcos e as raízes lançam labaredas de lume a furar a terra, empurra-los descalços para cima da terra queimada, não os deixar fugir de lá, daquele inferno que eles próprios provocaram, enquanto não gritassem e dissessem bem alto que estavam arrependidos. Perdão, pedir perdão aos meus amigos pelas asneiras que digo, é o que me resta. Perdoai-me.
      O santo do dia de hoje é: São João Crisóstomo, Bispo, Confessor e Doutor da Ijreja
      ( +Ponto, Ásia Menor, 407) "Passou alguns anos como eremita solitário no deserto e depois foi sacerdote em Antioquia. Nomeado bispo e patriarca de Constantinopla, esforçou-se para moralizar o Clero, no qual havia desvios e escândalos, e chegou a depor bispos indignos. Denunciou, também, corajosamente, abusos de autoridades civis. Despertou, por tudo isso, antipatias em pessoas poderosas, tanto na ordem espiritual quanto temporal. Foi em consequência, duas vezes desterrado e morreu no exílio. Era amigo intimo e tinha sido colega de estudos de São Basílio Magno. Sua eloquência extraordinária lhe valeu o titulo de Crisóstomo, que em grego significa Boca de Ouro e a designação, pelo Papa São Pio X, como o patrono da eloquência sagrada. É considerado um dos quatro grandes doutores da Igreja Oriental e deixou uma produção intelectual abundante e variada, composta de aproximadamente 600 sermões e discursos".

      Oração:- Creio, Senhor, e confesso, que em verdade Tu és Cristo, Filho de Deus vivo e que viestes ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o primeiro. Creio ainda que este é o Teu Puríssimo Corpo e que este é o Teu próprio e precioso Sangue. Suplico-Te, pois, tem misericórdia de mim e perdoa-me as minhas faltas voluntárias e involuntárias, que cometi por palavras ou acções, com conhecimento ou por ignorância, e concede-me sem condenação receber Teus puríssimos Mistérios para remissão dos pecados e para a vida eterna. Da Tua Ceia Mística, aceita-me hoje como participante, ó Filho de Deus; pois não revelarei o Teu Mistério aos Teus inimigos, nem te darei o beijo como Judas, mas como o ladrão me confesso: lembra-Te de mim, Senhor, no Teu Reino, que não seja para meu juízo ou condenação, a recepção de Teus Santos Mistérios, Senhor, mas para cura do corpo e da alma.   Amém.

    

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Etapa nº. 78, Aristides Sousa Mendes não será santo?

      Será que o Português Aristides de Sousa Mendes não será santo? não teria ele ramificações com os Mendes de Nespereira, mais propriamente com os Mendes de Fundo de Vila?, se calhar não! sou apenas eu a delirar. Um dia, não sei quando, li comentários históricos da II grande guerra e fiquei orgulhoso com os feitos deste heróico português, se os seus feitos não são suficientes para que os homens o considerem santo, serão o máximo para que Deus o tenha recebido no Céu com todas as honras.
 
      Sabemos agora que, Andrée Lotey, uma senhora canadiana, filha de um sobrevivente judeu, só nesta década, é que ela descobriu que o seu Pai tinha sido salvo por Aristides de Sousa Mendes e, embora estranhando o porquê de seus pais terem uma certa fascinação por Portugal e pelo povo português, agora compreende.

      Esta senhora canadiana, grata ao nosso português, repito, Aristides de Sousa Mendes pretendo inspirar o mundo com a história do antigo Cônsul de Portugal em Bordéus, e diz: "Ele (Aristides de Sousa Mendes) foi um homem tão heroico, que sacrificou tudo para fazer o que estava certo. Numa altura como esta, quando há conflitos como o da Síria e dos refugiados, as pessoas precisam de histórias como estas para se inspirarem" e explicando, conta mais que: "Após o falecimento da minha mãe tive que vender a casa. Um dia, estava lá com a minha filha, e ela pediu-me para ir à cave ver se não encontrava as minhas bonecas de infância. Nessa procura, deparei-me com diversas pastas, e uma mala verde chamou-me atenção" contou: ao abrir essa mala, encontrou diversos documentos, (testamentos, passaportes, fotografias, faturas), que pertenciam ao pai, datados de 1917 e 1930. Após essa descoberta, a canadiana descobriu que o nome do seu pai, conhecido no Canadá como Jacques Lotey, afinal era Jacob Guttenberg, um noma tradicionalmente judaico, e que tinha vivido em Portugal. Descobri bilhetes-postais com letras portuguesas, entre 1940 1 1941. Duas cartas dirigidas para a Figueira da Foz e uma para Lisboa. Era da irmã do meu pai e do marido, que estavam presos no `Gueto de Lodz`", 

      O facto de o seu pai ter ter estado em 1937 a residir em Paris, França, e depois ter ido para Portugal, entre 1940 e 1941, com uma anterior esposa e filha, levou Andrée Lotey a fazer uma profunda pesquisa, e diz ela: "Todas as informações levaram-me a Aristides de Sousa Mendes, de quem nunca tinha ouvido falar, investiguei que foi Cônsul de Bordéus em 1940 e que salvou 30 mil pessoas. Num dos documentos da pasta verde estava uma assinatura, `S. Mendes`. A partir daí, meti-me em contacto com algumas pessoas da Comissão de Aristides de Sousa Mendes em França, que me confirmaram que o meu pai foi salvo pelo Cônsul", salientou. A canadiana considera o Cônsul de Bordéus um "herói nacional humilde", que sacrificou a sua família por uma questão humana.

      E atenção; O Fundo Nacional Judaico de Montreal e a Associação Portuguesa do Canadá em Montreal vão homenagear o antigo Cônsul no dia 14 de Setembro no Victoria Hall, em Montreal. Além da apresentação do documento `A Mala Verde` à comunidade portuguesa, o neto de Aristides, Louis Philippe, nascido e criado em Montreal, vai apresentar um documentário sobre a restauração da residência de Aristides de Sousa Mendes.

      O Santo do dia de hoje é: São Guido, Confessor
      ( + Brabante, Bélgica, 1012) "Nascido numa família de camponeses, distribuiu seus poucos bens aos pobres e se consagrou inteiramente ao serviço de Deus. Peregrinou durante seta e anos, visitando os principais santuários da Europa, Roma e a Terra Santa. Depois retornou à sua região de origem e se santificou no humildo ofício de sacristão de uma Igreja. Depois de morto, milagres e prodígios ocorreram em sua sepultura, e somente então foi glorificado aquele que, durante toda a vida, permanecera oculto e apagado.
 
      Oração: -  Óh Deus! Que nos alegra do dia do bem aventurado Confessor São Guido, e que nos concede o seu nascimento para o Céu. Imitemos suas atitudes  e acções louvaveis.
      Por Jesus Cristo Nosso Senhor . Amém!.