quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Etapa 157 O Tempo do Advento

      Na etapa de hoje, por estarmos a viver um tempo muito especial, um tempo de preparação para recebermos muito dignamente; Jesus, que vem em representação  do Pai, do Filho e do Espírito Santo, na minha qualidade de leigo mal preparado, tenho tido algum cuidado em me informar, em pedir algumas lições de catequese, mas por muito que tente aprender, em cada lição que recebo, apenas dá para tomar consciência de que, quanto mais quero saber, o que na verdade eu aprendo e sei., é que nada sei. A uma pergunta que fiz, disseram-me que, no início, no século VI, foram instituídos, não um Advento, mas dois, que a palavra Advento significa vinda ou chegada. Escrevendo a Tito, Paulo refere-se, nestes termos, aos dois adventos ou vindas de Cristo; Manifestou-se a graça de Deus, fonte de salvação para todos os homens, ensinando-nos a renunciar à impiedade e aos desejos mundanos, e a viver no mundo presente com toda a sobriedade, justiça e piedade (1ª. vinda), guardando a bem-aventurada esperança e a manifestação gloriosa do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo (2ª. vinda).

      "No primeiro advento, Cristo foi envolvido em faixas e deitado num presépio; no segundo, seré revestido com um manto de luz. No primeiro suportou a Cruz, sem recusar a ignomínia; no segundo, aparecerá glorioso, escoltado pela multidão de Anjos. Por esse motivo, afirmamos na nossa profissão de fé, tal como a recebemos por tradição, que acreditamos naquele que subiu aos Céus e está sentado à direita do Pai e que há-de vir em sua glória para julgar os vivos e os mortos, e o seu reino não terá fim". É precisamente dessas duas vindas de Cristo e da preparação para elas, pela catequese e pela penitência que falam as orações e leituras do Tempo do Advento, o que dá a este período liturgico características algo semelhantes às da Quaresma.

      O Tempo do Advento começa com as I Vésperas do domingo mais próximo do dia 30 de Novembro e termina antes das I Vésperas do Natal. Dada a variação da data do seu início, que pode ir de 27 de Novembro até 3 de Dezembro (este ano, 2016, teve início no dia 27), este tempo litúrgico não tem extensão uniforme. A sua duração máxima é de 28 dias (4 semanas completas) e a sua duração mínima de 22 dias (4 semanas incompletas). Nestas quatro semanas, nem todos os dias têm a mesma importância litúrgica. Em primeiro lugar salientam-se os quatro Domingos do Advento, cuja designação de domingos privilegiados significa que nenhuma solenidade tem precedência sobre eles. Tal é o caso da Imaculada Conceição, transferida para o dia 9 de Dezembro sempre que o dia 8 cai ao domingo (uma coisa que eu não sabia! e é a nossa padroeira). Segue-se em importância os sete dias que vão de 17 a 24 de Dezembro, orientados de modo mais directo para a preparação do Natal, e, por fim, os restantes dias feriais, anteriores ao dia 17 de Dezembro.

      Se prestasse-mos alguma atenção aos ensinamentos de catequese e às aulas de moral nas escolas a vida dos nossos sacerdotes estaria mais facilitada. Há tanto para se aprender:

      O santo de hoje é: Santo André  
      Foi um dos primeiros discípulos de Nosso Senhor. Era irmão de São Pedro, que apresentou ao Mestre. Segundo antiga tradição, pregou na região dos Bálcãs e sofreu o martírio sendo sendo crucificado numa cruz em forma de X (conhecida heraldicamente como cruz de Santo André). Entre os doze apóstolos de Cristo, André foi o primeiro a ser discípulo, morava em Cafarnaun, era discípulo de João Baptista, filho de Jonas de Betsaida, irmão de Simão-Pedro e ambos eram pescadores no mar da Galileia. Foi levado por João Baptista à verdejante planície de Jericó, juntamente com João Evangelista, para conhecer Jesus. Ele passava. E o visionário profeta indicou-o e disse a célere frase "Eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo". André, então, começou a segui-lo. A biografia e história de Santo André é tão rica e tão extensa, que resolvi não me alongar mais.
 
      Oração : - Jesus, Filho de Deus, Cordeiro de Deus, ao celebrar a lembrança do primeiro discípulo que chamaste a teu lado, nós te adoramos e veneramos tua vontade; aumenta nossa disposição em trabalhar pela unidade de todos os que crêem em ti, oferecendo nossa cruz pessoal, e bendize com graças abundantes os cristãos de fé ortodoxa, especialmente seu patriarca constantinopolitano , sucessor de Santo André e apóstolo. Amém.


                                                   

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Etpa 156 - Caminhar na esperança no novo caminho com Jesus Cristo

      Como o tempo passa! cá temos nós mais um ano que começa a aproximar-se do fim, mas antes,  temos ainda uma grande caminhada a fazer. O Advento chegou e, com ele, teve início um novo ano litúrgico, para o qual nos devemos disponibilizar, sacudir  o que é velho, renovar os equipamentos, limpar a casa e o nosso coração para que, nos livramos de tudo aquilo que possa impedir que Jesus (re)nasça verdadeiramente em nós, no próximo dia 25 de Dezembro.
 
      O início de um novo ano litúrgico traz-nos a possibilidade de começarmos algo novo, relembra-nos que nenhum sofrimento é para sempre e que, enquanto há vida, há caminho para fazer e para percorrer com esperança. Deus vem semear a esperança. Este é o lema da caminhada de Advento deste ano na nossa diocese. Deus quer semear esta esperança em cada um de nós, mas para que ele possa fazer essa sementeira, precisa que nós queiramos ser o terreno fértil, para que esta semente possa germinar e dar fruto. O agricultor, ou seja, Deus já a colocou em nós e quer vela florir, mas nós temos de ajudar. 
 
      O Papa Francisco diz-nos que o Advento é "um novo caminho do Povo de Deus com Jesus Cristo, o nosso Pastor que nos guia na história para o cumprimento do Reino de Deus . (...) Mas em caminho para onde? Há uma meta comum? E qual é esta meta? (...) Este caminho não está nunca concluído. Como na vida de cada um de nós, há sempre necessidade de começar de novo, de levantar-se, de reencontrar o sentido da meta da própria existência, assim, para a grande família humana é necessário renovar sempre o horizonte comum rumo ao qual somos encaminhados".

      O modelo desta atitude espiritual, do modo de ser e de caminhar na vida, é a Virgem Maria, deixemo-nos guiar por ela, que é mãe e sabe guiar-nos.

      O santo de hoje é:  São Saturnino, Bispo e Mártir
      ( + França, séc. III) Foi um dos sete bispos enviados por Roma para a evangelização das Gálias, onde fundou a diocese de Toulouse. Segundo um relato do século V, incorreu na ira dos sacerdotes de Júpiter, porque sua simples presença tornava mudo o ídulo ao qual eles costumavam sacrificar um touro. Certo dia, os devotos de Júpiter prenderam São Saturnino e exigiram que fosse ele próprio sacrificar o touro. Diante da recusa do Santo, que ademais desafiou Júpiter a fulminá-lo com um raio se fosse capaz disso, os pagãos o condenaram a ser arrastado até `morte pelo mesmo touro. Por uma piedosa lembrança, os toureiros o têm, na Espanha, como seu protector especial.
 
      Oração: - Ó Deus, Pai de bondade, Pai de misericórdia, nós vos rogamos que pela intercessão de São Saturnino, sejamos capazes de vencer o egoísmo e de amar a todos com coração sincero.
      Ouvi-nos, Senhor. Amém. 

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Etapa 155 - Há obrigações que nos impedem e condissionam

      Na etapa de hoje,digo na etapa de hoje, porque nesta caminhada, cada dia que se completa, é mais uma etapa que se acaba de concluir. Hoje, tendo eu tido obrigações a cumprir, e sendo os dias tão pequeninos, depressa a noite nos surpreende, e o frio tira-nos aquela boa disposição que é necessária para haver.

     Sendo já noite e não me sentindo bem sem, pelo menos, cumprimentar os meus amigos, venho fazê-lo, e desejando, despeço-me com um até amanhã. 

      Cumprindo uma das coisas que tenho para mim como sendo uma obrigação. não encerro esta reportagem sem lembrar que:

      O santo de hoje é São Tiago da Marca, Confessor
      ( + Napoles, 1476) "Franciscano, tinha vida austeríssima, fazendo continuamente jejuns e penitências. Pediu a Nossa Senhora de Loreto a graça de pregar eficazmente as verdades eternas. A oração foi atendida e, desde então, sua palavra obteve verdadeiros prodígios, conseguindo conversões que pareciam de todo impossíveis. Acompanhou São João de Capistrano na pregação da Cruzada contra os turcos e foi um dos artifíces da gloriosa vitória de Belgrado, em 1456. Depois de ter feito maravilhas nas regiões da Alemanha, dispunha-se a ir pregar aos próprios turcos, na esperança de receber assim a palma do martírio, mas o Papa Calisto III o chamou a Roma, confiando-lhe o cargo de inquisidor-mor. Desempenhou com dedicação esse cargo e teve a alegria de conseguir converter grande número de hereges, mas, como não podia deixar de ser, atraiu sobre si ódios e perseguições. Morreu com 90 anos, em Napoles.

      Oração: - Ó Deus, fizestes de São Tiago das Marcas um grande arauto do Evangelho, para salvação das almas e para chamar os pecadores de volta ao caminho das virtudes; concedei que, por sua intercessão, purificados de todo o pecado, alcancemos a vida eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.  

     

domingo, 27 de novembro de 2016

Etapa 154 - 1º. Domingo do Advento é tempo de ser Esperança

      Hoje por ser domingo, por ser dia de festa, por ser dia que dedicado ao convívio com o Senhor, é também chegado um novo tempo, é o primeiro Domingo do Advento, é tempo para na nossa casa,  montarmos a nossa árvore e o nosso Presépio, em local digno e acolhedor, escolhido com cuidado para recebermos o Senhor que vai chegar. 
      Todos os cânticos escolhidos e sugeridos para este tempo, por estudiosos e sábios, são pedidos e mensagens de convite ao Senhor para que venha, porque é dele que esperamos as ajudas, o perdão dos nossos pecados e a salvação de nossa alma.

      Esta nossa paróquia, S. Pedro de Aradas, distribuiu a folha paroquial nº. 898, onde, num pequeno texto, o nosso Pároco, Pe. Paulo Cruz, diz-nos o seguinte:

      "Eis um novo tempo, o tempo da Esperança, da espera do Senhor que vem. O silêncio, a leitura e a escuta da palavra, a semente lançada à terra, preparam-nos para acolher Jesus que deseja ardentemente ficar em nossa casa, no santuário da nossa consciência, no nosso coração. Resultará daí um mundo de concórdia, de harmonia, de paz sem fim, porque das armas far-se-ão relhas de arado e não mais se hão-de preparar para a guerra.

      É o despertar do sono, do mundo da escuridão (egoísmo. injustiça, mentira, pecado, ausência de amor), fazendo resplandecer a luz, a alegria do amor e da esperança /vida com Deus), permitindo um autêntico Encontro com Cristo.

      Vigilância. O nosso ideal não pode ser o prazer, nem o trabalho excessivo, nem a passividade, nem os braços cruzados, apoiados na subsidio-dependência ou sonolência existencial; devemos, isso sim, estar atentos e vigilantes, de mangas arregaçadas, prontos para colaborar no que for possível e ao que formos solicitados, esperando e acolhendo o Senhor que vem, atentos aos seus desafios, na construção do Reino".

      Palavras de S. Pedro: « Nós porém, segundo a sua promessa, esperamos uns novos céus e uma nova terra, onde habite a justiça. Portanto, enquanto esperais estes acontecimentos, esmerai-vos para que Ele vos encontre imaculados, irrepreensíveis e em paz.» (2Ped 3,13-14)

No final da Missa de hoje, o Sacerdote distribuiu um papelinho para durante este tempo, todas as famílias, em sua casa, convidem Jesus, e lhe peçam o seguinte:
                                                    Vem Senhor Jesus
       Ajuda-me , Senhor, a que os meus olhos sejam misericordiosos, para que não julgue pelas aparências, mas procure o que é belo no coração do próximo e assim o possa ajudar.
      Ajuda-me, Senhor, a que a minha língua seja misericordiosa, para que não fale mal do próximo, mas tenha sempre uma palavra de consolação e e perdão para todos.
      Ajuda-me, Senhor, a que as minhas mãos sejam misericordiosas e estejam cheias de boas obras, para que saiba fazer o bem e carregue sobre mim as tarefas mais difíceis e penosas.
      Ajuda-me, Senhor, a que os meus pés sejam misericordiosos, para que me apresse a socorrer o próximo, vencendo a minha própria fadiga e cansaço.
      Ajuda-me, Senhor, a que o meu coração seja misericordioso, para que eu sinta todos os sofrimentos do próximo e que a tua misericórdia, Senhor, repouse sobre mim.
     O santo de hoje é: Santa Catarina Labouré, Virgem
     ( + Paris, 1876) "Em 1830, Nossa Senhora apareceu, em Paris, a Santa Catarina Labouré, então jovem religiosa, e lhe ensinou a devoção da Medalha Milagrosa. "Fazei cunhar uma medalha com este modelo. Todas as pessoas que a usarem receberão grandes graças, trazendo-a ao pescoço. As graças serão abundantes para as pessoas que a usarem com confiança" - prometeu a Santíssima Virgem. A promessa efectivamente se cumpriu. Em Março de 1832, quando iam ser confeccionadas as primeiras medalhas, uma terrível epidemia de cólera, proveniente da Europa oriental, atingiu Paris. Mais de 18 mil pessoas morreram em poucas semanas. Num único dia, chegou a haver 861 mortes. No fim de Junho, as primeiras medalhas ficaram prontas e começaram a ser distribuídas - entre os flagelados. Na mesma hora refluiu a peste e tiveram início, em série, os prodígios que em poucos anos tornariam a Medalha Milagrosa mundialmente célebre. Em 1876, ano da morte de Santa Catarina Labouré, mais de bilião da Medalhas Milagrosas já espalhavam graças pelo mundo. Em 1894, a Santa Igreja instituiu a festa litúrgica de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, a ser celebrada neste mesmo dia 27 de Novembro".
     Oração: - Ó Santa Catarina Labouré, que ouvistes dos lábios da Virgem Imaculada estas consoladoras palavras, alcançai-me de Deus, através de Maria a graça de..... (pedir)
       Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.
      Santa Catarina Labouré, rogai por nós.   -  Que assim seja. 

sábado, 26 de novembro de 2016

Etapa 153 - morreu Fidel Alejandro Castro Ruz







      Neste dia em que logo pela manhã, nas notícias da TV, canal 1, tomei conhecimento da morte de Fidel Alejandro Castro Ruz, pensei; vou hoje escrever sobre a morte de Fidel Castro, não porque tenha algum motivo especial, mas só e apenas para ficar com registo deste acontecimento, porque esta realidade pode até trazer convulsões, não só para aquele país, como até para o mundo.
 
      Com o passar das horas deste dia, fui prestando atenção ao desenvolvimento dos acontecimentos e à reacção das pessoas, em especial dos políticos, que não dizendo nada do que lhes vai no coração, dizem o que lhes é conveniente e que as pessoas gostam de ouvir. Aproveitei para dar como exemplo o teor das mensagens do nosso Presidente da República, Professor Marcelo Rebelo de Sousa e o senhor Trump. o futuro novo presidente dos Estados Unidos. Que diferentes eles são!

      Eis o que escreveu o Trump : "Fidel Castro está morto"

      Eis o disse, ou que enviou por escrito, o nosso Presidente da Republica, Marcelo Rebelo de Sousa, ao enviar as "sinceras condolências" ao presidente Raúl Castro e ao povo cubano pela morte de Fidel Castro, com quem se encontro há um mês, disse ou escreveu assim:
 
      "No momento em que tomo conhecimento do falecimento do antigo chefe de Estado Cubano, Comandante Fidel Castro, quero expressas as minhas sinceras condolências ao Presidente Raúl Castro Ruz e ao Povo Cubano", foi isto que disse Marcelo Rebelo de Sousa em mensagem divulgada no `site` da Presidência da República portuguesa. Disse ainda o nosso Professor Presidente " Evoco, ainda, o encontro havido há um mês, em que falamos das relações entre Portugal e Cuba, na perespetiva do seu aprofundamento económico, social e cultural, num mundo em mudança" num mundo em mudança, foi o que disse o nosso Presidente da República! o que será que ele está a prever? a família socialista de Fidel já tem cá poderes, se não são poderes de decisão, serão pelo menos de encaminhamento, «esperamos».

      Mas que diferença se nota e existe na reacção e manifestação do Papa Francisco, sendo o mesmo assunto, como são diferentes! "Papa Francisco reza por Fidel Castro" O Papa Francisco manifestou pesar pela morte do líder cubano num telegrama dirigido ao seu irmão Raúl, que sucedeu Fidel na presidência de Cuba e disse que vai rezar pelo seu descanso.No telegrama, o Papa diz, entre outras coisas, ao Raúl Castro, diz isto:
 
      "Ao receber a triste notícia do falecimento do seu querido irmão, o excelentíssimo senhor Fidel Alejandro Castro Ruz, ex-presidente do Conselho de Estado e do governo da República de Cuba, expresso os meus sentimentos de pesar". Também o papa Jorge Bergoglio, no mesmo telegrama estende os seus pêsames aos restantes familiares do líder histórico cubano, assim como ao governo e ao povo "dessa amada nação" . Disse ainda o Papa Francisco no mesmo telegrama:
      Ao mesmo tempo, ofereço preces ao Senhor pelo seu descanso e confoi a todo o povo cubano a materna intervenção de Nuestra Señora de La Caridade del Cobre, podroeira desse país".

      Como os homens são diferentes nos seus actos e acções. Alguém seria capaz de escolher?

      O santo de hoje é: São Leonardo de Porto Maurício, Confessor
      ( + Roma, 1751) "Nascido na Ligúria, ingressou na Ordem franciscana e foi pregador popular de grande sucesso, en várias regiões de Itália. Pregava sobre a Paixão de Nosso Senhor com um fervor tal que comovia todos os corações, por mais endurecidos que estivessem. Foi grande pregados da devoção do Sagrado Coração de Jesus e incentivou a prática do exercício da Via Sacra Profetizou, numa certa escrita pouco antes de morrer, a proclamação do dogma da Imaculada Conceição, da qual era defensor apaixonado e intransigente. Quando morreu, tal era a fama de sua virtude que o próprio Papa foi ajoelhar-se diante do seu corpo".

      Oração:- Ó Deus todo poderoso e cheio de bondade, que fizestes de São Leonardo notável mensageiro do mistério da cruz, concedei, por sua intercessão, que, reconhecendo na terra as riquezas da cruz de Cristo, mereçamos alcançar nos céus os frutas da redenção. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

      
 

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Etapa 152 - o Santo Anjo da Guarda valeu-nos à Paula

      Nas etapas 150 e 151, as quais percorri, acompanhado pelo meu Santo Anjo da Guardas, sinto hoje que Ele está comigo, que me acompanha e inspira, que não me livra do sofrimento corporal, porque se somos criados à semelhança de Deus, se sabemos como Cristo (Filho de Deus) sofreu e os martírios a que o sujeitaram, todos nós teremos que sofrer e sentir-nos-emos felizes se o nosso sofrimento servir para ajudar  o próximo e tudo o que amamos.

      No meu caso, eu que já passei por algumas situações complicadas, por alguma razão Deus quis que o meu Santo Anjo da Guarda fizesse vir até mim as pessoas e os meios suficientes para me prolongar a vida. Deus, por certo que Ele também quer que eu escreva estas descompostas palavras, não para ser bonito, mas para dar testemunho de que Ele não abandona ninguém e que o seu exercito de Anjos, estão por todo a mundo, não para nos combater mas para nos defender e nos ajudar a encontrar o caminho da salvação.
      Dei aqui bum ponto final, porque isto, até a mim me parece que estou a delirar, desculpem e deixem-me concluir:
       Certo dia, dia e ano que não anotei nem tive o cuidado de memorizar, mas que terá sido nos princípios do ano de 1968, uma minha filha, a Paula, ao passar junto à empresa onde eu trabalhava, fugiu à senhora (Maria Rosa) que a levava pela mão, iam do outro lado da rua, lado oposto ao edifício da empresa, e a menina, tendo-se  lembrado do pai, para ir ter comigo ao escritório, fugiu à senhora, e atravessou a rua, precisamente no momento em que ia a passar um automóvel. Eu. no escritório, ouvi o chiar dos pneus nos paralelos da estrada, olhei pela janela e vi, nesse momento, que o automóvel projectava à sua frente o corpo de uma criança, não sabia que era a minha filha, mas fiquei como colado à cadeira, sem forças para me levantar.
      O automóvel ficou ali parado em frente à janela, do lado da rua vinham gritos e o meu patrão (Mário Nunes da Fonseca), que vinha de sua casa para a loja, que vinha de frente, que viu toda aquela sena, gritou por todos os Anjos e Santos, viu que a menina ia pelo ar na frente do automóvel, como se fosse um qualquer objecto, pousou nos paralelos e o seu corpo rebolou como se fosse uma bola
.
      Pegou a menina do chão, e com ela ao colo, entrou no estabelecimento seguido do condutor do automóvel e dizia em voz alta, "milagre, milagre Zé Maria, o homem não tem culpa nenhuma e parece que está tudo bem, graças a Deus". Clientes e outros meus colegas de trabalho correram para a menina, apalparam, moveram os membros da menina, que nem sequer chorava, e depois de confirmarem, diziam: "esta de facto tudo bem".
      A minha esposa andava ao dia fora, em trabalhos agrícolas, houve alguém que lhe levou a notícia de que, a filha tinha sido atropelada por um automóvel. E ela, sem saber as consequências, correu aflita, e foi de facto ela, a minha esposa Carminda quem mais se afligiu, só teve alívio quando pegou a filha em seu colo.
      Como demonstro, os nossos Santos Anjos da Guarda têm tido connosco muitos cuidados e trabalhos para nos manter vivos, mas um dia, Deus sabe quando, os nossos Anjos da Guarda, dão-nos as mãos, para sem acidentes, fazermos a nossa ultima viagem.

      O santo de hoje é: Santa Catarina da Alexandria, Virgem e Mártir
      (+ Egito, 305) "É sem dúvida uma das santas mais populares da história da Igreja, universalmente venerada. De acordo com um relato muito antigo de sua vida, era uma jovem de grande beleza e tinha recebido de Deus o dom da sabedoria. Conduzida diante do imperador por ser cristã, censurou-o corajosamente por perseguir a Religião verdadeira, fez a apologia do Cristianismo e demonstrou a falsidade dos cultos idolátricos. Não conseguindo discutir com ela, o imperador convocou os cinquenta filósofos mais cultos do Egíto para que refutassem os argumentos da jovem, mas eles também não o conseguiram e, ao final do debate se declararam cristãos. O imperador, encolerizado, condenou à morte os cinquenta sábios e sua mestra, a qual teve o corpo dilacerado por rodas com lâminas cortantes".
      Oração: - Ó Santa Catarina de Alexandria, Virgem e Mártir, vossa vida continua a inspirar homens e mulheres ao mesmo ideal de viver a fé cristã na vida e na morte. Vós que estais junto de Deus, sede nosso modelo e intercessora. Inspirai nos adultos e jovens a mesma coragem que vos fez enfrentar o martírio na fidelidade ao Evangelho. Ensinai-nos que não vale a pena viver longe de Jesus, Caminho, Verdade e Vida , Vós que fostes pura diante de Deus e dos homens, ajudai-nos a enfrentar as seduções do mundo e da moda; levai-nos a defender a integridade corporal e espiritual de cada pessoa, templo onda habita Deus. Santa Catarina, protectora dos advogados, filósofos e sábios, intercedei junto de Deus para que busquemos sempre a verdadeira sabedoria. Dai-nos inteligência e prudência para sabermos defender a verdade diante daqueles que colocam a sabedoria do mundo acima da sabedoria de Deus. Vós que sois protectora desta Ilha e deste Estado, sede nossa advogada junto de Deus: inspirai os governantes e o povo para que construam uma sociedade justa e fraterna, onde todos possam sentir-se felizes na paz que é fruto da justiça. Acompanhai-nos sempre para que possamos, junto convosco, habitar na casa do Pai.
      Santa Catarina de Alexandria, rogai por nós!

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Etapa 151 - 2ª. parte de; o testemunho de uma crente nos Santos Anjos da Guarda

      Nesta etapa de hoje e se Deus me o permitir, vou com esta segunda parte do percurso concluir  a transcrição do testemunho de uma crente nos Santos Anjos da Guarda, iniciando esta etapa no paragrafo em que ontem terminei, com esta frase: A Vida tem destas coisas!

      Posto isto, resolvi que tinha necessidade de aprofundar um pouco mais os meus conhecimentos sobre os Anjos da Guarda. A sua festa, com carácter universal para toda a Igreja, foi instituída pelo Papa Clemente X no século XVI.
      Os Anjos da Guarda são mensageiros de Deus, encarregados de velar por cada um de nós, protegendo-nos, no nossa caminho na terra e compartilhando com os cristãos a preocupação apostólica de aproximar as almas de Deus. São as criaturas mais perfeitas da Criação, penetram com a sua inteligência onde nós não podemos, e contemplam Deus face a face, como criaturas já glorificadas. O próprio significado da palavra anjo (enviado) exprime a sua função de mensageiro de Deus junto dos homens. Recordo as palavras do Senhor a Moisés: "Eu enviarei o meu anjo adiante de ti para que te guarde pelo caminho e te faça chegar ao lugar que te preparei".
      No livro "Falar com Deus", da autoria de Francisco Fernandez-Carvajal, o autor narra, "Que segurança nos deve inspirar a presença dos Anjos da Guarda na nossa vida!". Eles consolam-nos, iluminam e lutam a nosso favor... Os Santos Anjos intervêm todos os dias de formas e modos muito diferentes na nossa vida corrente. Que providência tão singular e cheia de bondade e quanta solicitude Deus tem para connosco, seus filhos, por meio desses santos protectores!
      O nosso trato com o Anjo da Guarda deve ter um carácter amistoso, que ao mesmo tempo reconheça a sua superioridade em natureza e em graça. Ainda que a sua presença seja menos sensível do que a de um amigo na terra, tem uma eficácia muito maior. Os seus conselhos e sugestões vêm de Deus e penetram mais profundamente do que a voz humana. E no mesmo tempo, a sua capacidade de nos ouvir e nos compreender é muito superior à do amigo mais fiel; não apenas porque a sua permanência ao nosso lado é continua, mas porque capta mais fundo as nossas intenções e pedidos.
      O Anjo da Guarda pode influir na nossa imaginação directamente-sem palavra alguma, suscitando imagens, recordações, impressões, que nos indicam o caminho a seguir. Nunca nos sentiremos sozinhos, se nos acostumarmos a tratar intimamente esse amigo fiel e generoso. Além disso, ele une a sua oração à nossa ao apresentá-la a Deus. É necessário, no entanto, que lhe contemos mentalmente as coisas, porque não lhe é possível penetrar no nosso entendimento como Deus o faz.Temos absoluta certeza de que nos ouvem sempre". Já é suficiente.  (fonte; Diário da Aveiro) 

      O santo de hoje é: Santo André Dung-Lac e Companheiros, Mártires
      ( + Vietn, séc. XVI) "De acordo com o Martirológio Romano-Monástico, eram cristãos convertidos no século XVI pelos missionários dominicanos que começaram a difundir o Evangelho no Vietnã, e foram martirizados porque acusados de estarem introduzindo no país uma religião estranha. O Papa João Paulo II os canonizou em 1988".

      Oração:- Senhor Jesus, Vós que confiastes a Pedro o cuidado de vossas ovelhas, infundi vosso Espírito em vosso sucessor. Que ele se alimente de vossa vontade e nos guie segundo os desígnios do Pai que vós mesmo revelastes.
      São Clemente rogue por nós. Que assim seja.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Etapa 150 - O testemunho de uma crente nos Santos Anjos da Guarda

      A Igreja celebra os Santos Anjos da Guarda no dia 2 de Outubro, e não tendo tido eu tempo nem equipamento para fazer referência à etapa nesse dia, porque estava em Nespereira ocupado com as vindimas.  Tendo eu agora em mãos um texto que considero importante e evangelizador, de uma crente a dar testemunho da sua fé, vou transcrevê-lo na integra, mas em duas partes, procurando ser fiel às palavras, que são dela, e que as diz assim:

      "Como habitualmente, iniciei hoje o meu passeio à beira-rio. De vez em quando, vinha uma pequena rajada de vento. De repente, fui surpreendida por uma rajada de vento mais forte, que levou o meu boné preferido, que sempre me tem acompanhado. Parei para ver onde tinha caído. Se fosse na água, não havia nada a fazer, mas não, tinha ficado caído sobre umas pedras, mesmo perto da água. Fiz uma avaliação da situação.

      O meu bom senso disse-me para dizer adeus ao boné, mas a minha vontade disse-me para o ir buscar. Subi o muro, descendo depois do outro lado, sobre as pedras aí colocadas, em declive até ao rio. O pior é que as pedras começaram a deslizar. Eu não tinha onde me agarrar. Lá vai um mergulho o Tejo, pensei. Sentia que o meu Anjo da Guarda, com o seu bom senso, me desaconselhava a tentar apanhar o boné. Estava um pouco cansada,com algumas tonturas, já tinha caminhado mais que uma hora. Era um risco, avaliando bem a situação, o mais certo seria escorregar. Ainda afastei algumas pedras mais soltas, mas o perigo persistia. Pedi, entretanto, a ajuda do Anjo da Guarda, tendo o milagre acontecido.

      Um casal que passava, vendo a minha situação de apuro, aproximou-se. Eram cidadãos de origem alemã. Vendo o meu estado periclitante, o cidadão alemão prontificou-se para me ajudar, saltando rapidamente e recolhendo o boné. Gentilmente, a sua mulher ofereceu-se para me ajudar também a sair, tendo-me oferecido a sua mão, para me puxar e apoiar. Já em segurança, muito reconhecida por todu o apoio, agradeci-lhes reconhecidamente.

     Mas também agradeci outra ajuda. A do meu Anjo da Guarda. Lembro-me que, ainda pequena, a minha avó me tinha ensinado uma oração extremamente simples que ainda hoje tenho o habito de rezar logo pela manhã quando me levanto: "Anjo da Guarda, minha doce companhia, guardai a minha alma, de noite e de dia".
      
      Fiquei a meditar na importância dos Anjos da Guarda, cuja devoção foi cultivada desde os começos do cristianismo. Por ironia do destino, ao final desse dia (sábado) fui à missa que era vespertina. Não queria acreditar nesta coincidência. Era a missa celebrativa da Memória dos Anjos da Guarda. A vida tem destas coisas!"
                                                                   Continua na próxima etapa, na etapa 151. Até amanhã.

      O santo de hoje é: São Clemente I, Papa e Mártir
      ( + Roma, 97) "Foi o terceiro sucessor de São Pedro. Escreveu uma famosa carta aos católicos de Corinto, restabelecendo com sua autoridade a paz ameaçada internamente naquela diocese. Trata-se de um documento de grande importância apologética, porque demonstra que, já naqueles tempos, se entendia que o Papa possuía uma verdadeira e efectiva autoridade sobre os demais bispos e as suas dioceses e não apenas uma posição honorífica de precedência. Segundo a tradição, São Clemente sofreu o martírio na Criméia, para onde fora exilado e condenado a trabalhos forçados pelo imperador Dominicano".

      Oração: - Senhor Jesus, vós que confiastes a Pedro o cuidado de vossas ovelhas, infundi vosso Espírito em vosso sucessor.
      Que ele se alimente de vossa vontade e nos guie segundo os desígnos do Pai que Vós mesmo revelastes.
       São Clemente rogue por nós.  Que assim seja.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Etapa 149 - A Lenda do Barco Moliceiro da Ria de Aveiro - segunda parte

      No cumprimento do que ontem prometi, venho nesta etapa concluir o conto da Lenda do Barco Moliceiro da Ria de Aveiro, que por ser um texto bastante extenso, o dividi em duas partes, e, ao terminar a primeira parte, como podem conferir, eu disse que, o rapaz (Ramiro) bateu à porta da choupana, gritando:

      "Ti Barb`ra! Ó ti Barb`ra!
      Dai a pouco a porta abriu-se e Ramiro viu uma velha toda vestida de negro e com uma vela na mão, cuja chama tremulava com a ventania cá de fora.
      - Entra, filho! - disse ela, com uma vos que lembrava uma gaita desafinada. - Eu sabia que vinhas. Apesar de valente como poucos lá da terra, Ramiro hesitou por um instante, perante aquela figura sinistra, que mais parecia já não ser deste mundo, de faces cor da terra, um lenço preto à volta da cabeça, de onde caíam umas farripas de cabelo completamente branco, nariz afilado como uma faca, curvo como o bico do mocho e uns olhos pequeninos, encovados, escondidos num montão de pregas da pele toda engelhada.
      - Entra, filho! Não tenhas medo! - insistiu a velha.
      Lá dentro havia uma fogueira e uma panela de barro sobre uma trempe, de onde saía uma vapor que se desfazia no ar. As paredes de madeira davam a impressão de estar dançando com o reflexo das labaredas. Ao fim de algum tempo, começou a perceber que havia uma mesa no meio da choupana e que três gatos pretos dormiam ao pé do lume, aquecendo-se no braseiro.
     - Ti Barb`ra, eu venho cá por causa de - começou Ramiro.
     - Não precisas de contar, meu filho, que eu sei tudo! Senta-te aqui à mesa!
     Lá fora, o temporal continuava. A chuva e o vento faziam abanar a cabana, como se a quisessem derrubar. Sentaram-se à mesa, em bancos de madeira, um de cada lado, de modo que ficaram frente a frente. Ramiro viu então uma caveira sobre a mesa e teve um sobressalto.
     - Não te assustes, meu filho! - tornou a velha. - É nisto que se transformam as belezas do mundo, os bons e os malvados, os ricos e os pobres. Eu sei que gostarias de ver a tua sereia transformada em mulher. Vou-te dizer o que tens de fazer. Não é difícil, mas desde já te aviso; o que vais fazer só pode ser feito uma vez; se correr bem, a tua amada sairá das profundezas das águas em forma de mulher e assim permanecerá para sempre, se correr mal, nunca mais a verás, nem mesmo sob a forma de sereia.
     - Estou disposto a tentar seja o que for - assegurou Ramiro.
     Então, a velha explicou tudo, tim-tim por tim-tim.
     - Primeiro, vais construir uma casa de madeira, na duna, no sítio que chamam Costa Nova, pintando-a às riscas da cor que mais gostares, alternando com branco, por causa do mau olhado, depois, vais pescar a Lua Cheia.
     - Pescar a Lua Cheia? - perguntou ele incrédulo.
     - Foi isso mesmo que eu disse - continuou a velha. - Metes-te no barco numa noite de Lua Cheia, vais vogando até onde vires o astro reflectido na água. Ai, paras e lançando a rede, puxa-la devagar, de modo que traga a Lua inteira lá dentro. Então, só tens de ir até à casa nova e atirar a rede para o seu interior e logo verás a mulher que foi sereia a sair da água e a entrar em casa. Pode parecer que é tudo fácil, assim, mas o grande problema é que nem a Lua te pode ver nem pode haver o menor ruído até que chegues a casa com a Lua dentro da rede. Não te esqueças! Ao mais pequeno barulho, estará tudo perdido. Ah! ainda uma outra coisa,; Não podes contar isto a ninguém, nem mesmo à tua madrinha. Para te não esqueceres de nada, repete lá tudo até haveres decorado todos os passos a seguir!
    Três meses levou a fazer a casa e a preparar o moliceiro, pondo na parte superior da proa um acrescento em forma de quarto crescente, o qual, cobrindo-o, não deixaria que a Lua o visse. Numa noite de Lua Cheia, meteu-se no barco, foi até onde se via a Lua toda reflectida na água, atirou com cuidado a rede em toda a sua volta e foi puxando, vendo com satisfação que a bola branca vinha dentro dela. Seguiu então na direcção da casa que fizera, aproou na areia e saltou para terra, sempre com a rede fechada na mão e a bola luminosa lá dentro aprisionada. Foi então que o silêncio foi quebrado, porque uma gaivota que dormia na praia, ia sendo pisada por Ramiro e levantou voo a grasnar, cheia de medo. Quando o grito da ave atravessou o silêncio da noite, a bola branca desapareceu de dentro da rede e tudo ficou perdido.
     O pescador tornou ao barco, navegou até uma covas que havia do outro lado da ria, saltou em terra, deitou-se no chão e chorou mil dias e mil noites sem parar.
     As lágrimas foram tantas, que encheram as covas e o Sol, secando a água, deixou-as cheias de sal.
     Tudo isto se passou há muitos, muitos anos, mas ainda hoje se podem ver as salinas, que são o sal das lágrimas que Ramiro chorou, tal como muitas casas que depois se fizeram na Costa Nova e, porque gostaram da que ele tinha feito, lhe seguiram a traça. O moliceiro, esse, continua a apresentar aquela proa em forma de quarto crescente..."

     O santo de hoje é: Santa Cecilia, Virgem e Mártir
     ( Roma + III) "Era pobre e cristã, e tinha feito voto de virgindade, quando seu pai a casou com Valeriano. De acordo com os costumes do tempo, não era necessário o consentimento da noiva para o casamento, e o pai de Cecília a casou sem tê-la antes consultado. Ela declarou ao marido sua condição de cristã e de virgem consagrada a Deus, e conseguiu convertê-lo, assim como ao cunhado, de nome Tibúrcio, sofrendo os três gloriosos martírios por amor a Nosso Senhor Jesus Cristo. Santa Cecília, cujo corpo foi reencontrado no século IX, é invocada como padroeira da música e do canto, porque de acordo com antiga tradição ela cantou, para Valeriano, a beleza da castidade, e o fez de modo tão eficaz que ele se determinou a respeitar na esposa o voto que ela fizera. Santa Cecília foi das santas mais veneradas desde tempos imemoriais, e teve seu nome incluído no Cânon da Missa. Ela tem a glória de se ter assemelhado a Maria Santíssima num ponto: ambas foram casadas e permaneceram virgens."

     Oração:- Ó gloriosa Santa Cecília, apóstolo de caridade, espelho de pureza e modelo de esposa cristã! Para aquela fé esclarecida, com que afrontastes os enganosos deleites do mundo pagão, alcançai-nos o amoroso conhecimento das verdades cristãs, para que conformemos a nossa vida com a santa lei de Deus e da sua Igreja. Revesti-nos de inviolável confiança na misericórdia de Deus, pelos merecimentos infinitos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Dilatai o nosso coração, para que, abrasados do amor de Deus, não nos desviemos jamais da salvação eterna.
     Gloriosa Padroeira nossa, que os vossos exemplos de fé e de virtude sejam para todos nós, um brado de alerta, para que estejamos sempre atentos à vontade de Deus, na prosperidade, nas provações, no caminho do céu e da salvação eterna. Assim seja.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

etapa 148 - A Lenda do Barco Moliceiro da Ria de Aveiro, uma primeira parte

      Pela curiosidade que estes temas me despertam e porque nem todos os meus amigos se lembram de pesquisar, por ser um texto bastante longo,vou fazer o percurso em duas etapas e procurar encontrar quais os locais da Ria onde Ramiro se encontrou com a sua amada sereia.
      Diz então a lenda que, "há muitos, muitos anos, que nem a velhinha que a contava sabia quantos, um pescador da Ria de Aveiro ouviu uma mulher a cantar e logo se apaixonou por ela só pela beleza da sua voz. Chamava-se Ramiro e era órfão de pai e mãe, tendo sido criado pela madrinha, uma solteirona bastante feia, baixa e gorda, de forte buço, que nunca encontrara quem gostasse dela para casar, embora tivesse um coração de pomba, tenro e doce.
      Ramiro vogava pelas águas espelhadas da Ria e foi guiando o barco para o sítio de onde vinha aquele doce cantar, deparando com uma jovem que se banhava, como se estivesse de pé, pois só se lhe via o corpo da cintura para cima, sem qualquer peça de roupa. Ela não fugiu nem parou de cantar, enquanto o pescador se aproximava. Ao vê-lo junto a si, sorriu-lhe e estendeu-lhe a mão, que Ramiro agarrou entre as suas, ao mesmo tempo que o coração acelerava os batimentos.
     Era bela como uma princesa, com longa cabeleira de algas caindo-lhe pelas costas e torneando-lhe os peitos fartos e erectos. A sedosa pele era da alvura da areia da praia e os olhos tinham a cor verde do mar sem fundo. Os braços, compridos e esguios, terminavam em mãos de dedos finos, que iam movendo a água em seu redor, em gestos serenos e calmos, como se a afagasse.
     Conversaram longamente e então ele disse-lhe:
      - Amo-te e quero casar-me contigo!
     A jovem sorriu e respondeu:
      - Seria para mim uma grande felicidade casar-me contigo, pois nunca vi um homem mais belo e mais forte do que tu, mas, infelizmente, não pode ser. Eu não sou uma mulher, mas uma sereia.
      Soltou a mão que o pescador tinha agarrada e deitando-se de costas na água, mostrou-lhe como a parte inferior do seu corpo tinha a forma de peixe, com cauda e escamas douradas, rebrilhando ao sol.
      - Sou a filha mais nova do Rei dos Mares e estou destinada a um Tritão, que me fará infeliz, porque não lhe tenho amor - continuou, começando a chorar e as lágrimas eram pérolas pequeninas, que ficavam a boiar à sua volta.
      - Não me importo que não sejas mulher - retorquiu ele. - Casa comigo e construirei para nós uma casa, metade em terra, para mim, e metade na Ria, para ti.
      - Isso não pode ser! - insistiu ela. - O Tritão matava-me, porque é muito mau e feroz. Se eu pudesse transformar-me em mulher, então, sim, poderia casar contigo, mas nós sabemos que tal nunca será possível.
      Estava muito triste agora a bela sereia. Atirou-lhe um beijo na ponta dos dedos, mergulhou e desapareceu.
      Ramiro, antes de lançar a rede para pescar, ia todos os dias ao local onde tinha visto a sua amada, mas ela não tornou a aparecer. Assim, na sua faina diária, ora suspirava, ora cantava umas trovas tristes, que ele compunha na altura. Era o peixe que lhe dava o sustento para si e para a madrinha. Por vezes, ao cair do Sol, quando puxava a rede, julgava ver reflectida na água o rosto querido da bela sereia.
      A madrinha, conhecedora daquele sofrimento e querendo-lhe como se seu filho fora, disse-lhe um dia:
      Devias ir à ti Bárb`ra, que é mulher de ciência. Talvez ela saiba uma maneira de transformar a tua sereia em mulher. Eu gostava muito de te ver feliz...
      - Vou, sim, madrinha - respondeu o rapaz. - Por ele eu farei tudo!
      - Então tens de ir sozinho e de noite, que ela só tem poderes depois de se pôr o Sol.
      Assim, ao morrer a tarde de um certo dia, ele meteu pés ao caminho, andando muito tempo sobre as dunas, até chegar a uma choupana sobranceira ao mar. O vento forte empurrava-o para trás e ele fazia um esforço redobrado para continuar a caminhar; terríveis relâmpagos cortavam o céu no escura da noite, obrigando-o a fechar os olhos para não ficar cego; tenebrosos trovões faziam tremer a terra e a chuva era tanta, que lhe parecia que os próprios ossos estavam encharcados. Cheio de coragem, indiferente à adversidade da Natureza, bateu à porta da choupana, gritando": 
 . - . - . - . - . - . - . - . - . - . - . - . - . - . - . - . - . - . - . - . - . - . - . - . - . - . - continua na próxima. . . . . . . . 
      O santo de hoje é: São Gelásio, Papa e Confessor
      ( + Roma, 496) "Segundo o testemunho de Dionísio, o Menor, reportado pelo Martirológio Romano-Monástico, procurou mais servir do que exercer a sua autoridade, associou a castidade aos méritos da doutrina, e morreu pobre, após ter enriquecido os indigentes".
      Oração : - Deus eterno e todo poderoso, quiseste que São Gelásio Primeiro governasse todo o vosso povo, servindo-o pela palavra e pelo exemplo. Gurdai, por suas preces, os pastores de vossa Igreja e as ovelhas a eles confiadas, guiando-os no caminho da salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

domingo, 20 de novembro de 2016

Etapa 147 - 34º. Domingo do Tempo Comum - CRISTO REI

      Hoje, porque é domingo, porque já cumpri meu dever de católico e praticante, ouvindo e participando na Missa dominical, depois também de ontem ter beneficiado de um excelente jantar, em festa de aniversário, de um, também excelente rapaz e meu amigo, que minha neta Cristiana conquistou para mim, venho com elevado prazer desejar a todos um bom dia e bom domingo.

      A Igreja, no seu calendário, encerrou com o XXXIV Domingo do Tempo Comum - CRISTO REI, o ano litúrgico C. É um tempo e um ano litúrgico que chegou ao fim e, sempre que se atinge o fim de um itinerário,  que se alcança um objectivo, temos que pensar em novos projectos e noutros meios de os concretizar. Se escutarmos as leituras, e lhe prestarmos atenção, quer na primeira como na segunda, compreenderemos e reconheceremos melhor o Salmo Responsorial que entre as duas leituras cantamos ao Senhor, dizendo-lhe:
      Vamos com alegria para a casa do Senhor. Bis
        1
     Alegrei-me quando me disseram: «Vamos para a casa do Senhor». Detiveram-se os nossos passos; às tuas portas, Jerusalém. etc.etc. (Há mais dois versículos, mas não vou maçar-vos).

     O Nosso Pároco referindo-se ao fim deste tempo e a este ano litúrgico, disse-nos o seguinte:

     Reino da  Misericórdia

      Ao terminar mais um ano litúrgico e, de modo especial, um ano santo dedicado à divina misericórdia, devemos agradecer a Deus por tão bela inspiração do Papa Francisco que nos levou à contemplação e experiências mais profundas do mistério do aniquilamento (pela encarnação, sofrimento e morte na cruz) do filho de Deus, Jesus Cristo, revelando-se desta forma como nosso Rei e Pastor, que nos levanta quando estamos caídos e nos dá força e motivação quando estamos desanimados. É este o Reino anunciado e vivido por Jesus Cristo. Ao longo deste ano que termina, desde 13 de Dezembro, fomos meditando e, sobretudo, impulsionados a amar ao jeito de Jesus, o verdadeiro rosto da misericórdia do Pai: «sede misericordiosos como o Pai» (misericordes sicut Pater), fomos cantando para que este belo canto se torne vida, isto é. dê ânimo de misericórdia aos nossos gestos (obras) e palavras, servindo de instrumentos de Deus na concretização do Reino por ele anunciado. Assim assumiremos verdadeiramente o nosso baptismo, pois nele, para além de sacerdotes e profetas, somos instituídos "reis" à maneira de Cristo, Reis do do Universo.

      É ele também, o nosso prior, Pe. Paulo Cruz, que aconselha a seguinte Frase da Semana 

      «Não podemos esperar que sejam os líderes a tomar as iniciativas; temos de ser nós a tomá-las, à nossa medida.
      Se cada um fizer o que está ao seu alcance, conseguiremos mudar o mundo.» 
                      (Madre Teresa de Calcutá, sobre a opção pelos esquecidos)

      Como este frase se adapta tão bem ao comportamento que (a meu ver) os portugueses têm tido,  a comprovar o meu raciocínio está o resultado que vem sendo anunciado para da economia portuguesa para este ano, não é, não é mérito do governo, é mérito do povo esfomeado que luta, que se lança, que  surpreende comentadores e sanguessugas que sendo chupado, ainda não desistiu. O povo não precisa de ser chicoteado para trabalhar, precisa sim é de ter o suficiente para se alimentar, de ter condições de vida e de não dar todos os proveitos do seu trabalho para sustentar políticos e suas organizações.

      O santo de hoje é: São Félix de Valois, Confessor
      ( + Cerfroid, França, 1212) "Era príncipe da Casa real francesa. Vivia como ermitão numa floresta
quando São João da Mata o convidou  para, juntos, fundarem uma ordem religiosa que se destina-se a libertar cristão prisioneiros dos maometanos. Foi assim que nasceu a Ordem da Santíssima Trindade para a Libertação dos Cativos."

      Oração: - Ó glorioso Patriarca São Félix de Valois, exultamos de alegria neste dia em contemplar a vossa grande alma como um jardim delicioso, sempre perfumada das mais belas flores de virtude, num céu clarissimo jamais obscurecido pelo pecado, o templo vivo do Espírito Santo. Vós sois o exemplo que Deus nos propôs a seguir, o exemplo pelo qual devemos modelar-nos, a fonte onde obtemos o vigor para vencer os ataques furiosos do inimigo infernal.
      Se porém até hoje, estivemos em condições muito diferentes da vossa, agora pedimos firmemente, com o auxilio da graça divina e mediante a vosso poderosa intercessão, de podermos abraçar a virtude, de fugirmos corajosamente do pecado, de dedicarmo-nos completamente a promover a glória da Santíssima Trindade, dispostos a oferecer nossa vida, se necessário, pelo bem espiritual e temporal de nosso próximo, a fim de que, seguindo fielmente o vosso exemplo aqui na terra, possamos chegar ao céu para cantar eternamente os louvores de Deus Uno e Trino. Amém.
                                                                                            

  
     
     

sábado, 19 de novembro de 2016

Etap0a 146 - Nossa Senhora da Escadinha de Aveiro

      Não sei porquê, mas tempo livre para pensar naquilo que quero e gosto, é-me sempre pouco e quando isto ou aquilo me desvia as atenções, lá se vão as ideias e torna-se difícil voltar a encontrar a ponta à meada. 

      Se eu pode-se descrever como bonito era Aveiro quando eu cá cheguei, (do dia 5 de Agosto do ano de 1952), fácil seria imaginar como seria Aveiro à cerca de 100 anos antes, mas, quer cá, quer em qualquer outra cidade, e até aldeias do nosso Portugal, os interesses económicos sobrepuseram-se, e tudo o que poderia documentar as histórias e tradições do povo desapareceu, restam-nos só e apenas alguns contos e lendas. Assim, vou partilhar com meus amigos o seguinte:

      Nossa Senhora da Escadinha de Aveiro
 
      "Junto às muralhas de Aveiro vivia Afonso Domingues, um humilde lavrador, muito religioso que trabalhava de sol a sol, não sendo poupado pelo frio, pelo sol e pela chuva. Sujeito a estas intempéries a sua saúde degradou-se com o tempo, chegando mesmo a perder a força nas pernas, deixando de as mexer. Apesar de muito doente e não poder trabalhar, mendigando pelas ruas da vila, nunca perdeu a fé e sempre pediu ajuda. Uma noite, enquanto dormia, a porta da casa abriu-se e uma luz muito forte inundou toda a casa. À entrada da porta apareceu uma senhora branca como a neve, mais brilhante que os raios solares, envergando um manto azul da cor do céu. A Senhora, baixou-se segurou-lhe na mão e disse-lhe: "Anda comigo lá fora".

      O pobre homem, ainda assombrado, levantou-se e veio para a rua. Foi então que viu a Senhora com o Menino Jesus ao colo, sentada na escada que dava acesso à muralha e que lhe disse:
"Afonso as tuas preces foram ouvidas, agora vai ter com o Infante D. Pedro e conta-lhe o que viste e ouviste e diz-lhe que está na hora dele cumprir o voto que me fez de construir um convento e que deve ser neste sítio". Afonso Domingues, sem hesitação, caminhou até ao palácio do Infante e contou-lhe o sucedido. O Infante perante tal milagre e a manifestação da Virgem Maria, logo deu instruções para a construção do convento e em memória do milagre realizado colocou-o sob a invocação de Nossa Senhora da Misericórdia, entregando o convento à Ordem de S. Domingos.

      Posteriormente foi colocada uma imagem de Nossa Senhora com o Menino ao colo em um nicho na muralha ao cimo das escadas, em memória de uma grande devoção a esta Nossa Senhora da Escadinha. Mais tarde, a imagem foi mudada para um nicho no exterior da Igreja e em 1976, aquando das grandes obras, foi colocada no seu interior. Do convento de Nossa Senhora da Misericórdia, apenas resta a Igreja e muito modificada, que é a Igreja de Nossa Senhora da Glória - Sé da Diocese de Aveiro".

      O santo de hoje é: Santos Roque González, Afonso Rodrigues e João del Castillo, Mártires
      ( + Rio Grande do Sul 1628) "Estes três sacerdotes Jesuítas de origem espanhola foram martirizados por índios selvagens, atiçados pelos seus pajés, em território que então pertencia à Coroa espanhola e hoje integram o Estado do Rio Grande do Sul. Os dois primeiros foram chamados na redução de Caaró e o terceiro o foi poucos dias depois, em localidade não muito distante. Segundo depuseram 53 testemunhas, do coração do Pe. Roque González arrancado de seu peito pelos índios enfurecidos, saía uma voz que dizia: "Matastes a quem tanto vos amava e queria. Matastes, porém, só o meu corpo, porque minha alma está no Céu!" Os índios ouvindo aquela voz, irritados atravessaram o coração com uma flecha e o lançaram ao fogo, mas as chamas milagrosamente o preservaram. Esse coração, ainda hoje intacto, é venerado como relíquia preciosa em Assunção".
 
      Oração - Pai, és Deus da vida e Deus dos vivos, e quereis todos os seres humanos em comunhão contigo para sempre.
      Ajudai-me a viver, já nesta vida, esta comunhão eterna. Amém.

     

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Etapa 145 - Aveiro - Lenda da Nossa Senhora de Vagos

      Vagos é uma terra fértil e rica, terra onde tudo cresce e se desenvolve muito rapidamente, é atravessada pela estrada 109, e com rápida ligação entre Aveiro e Figueira da Foz. Pela Ria, pela Ria  de Aveiro, também Vagos é comunicável e navegável numa extensão desde Mira a Ovar. Este concelho e esta terra, prospero na agricultura, na pecuária, na floresta, na pesca e na Indústria, tem praia, monumentos e santuários. Conheço bem este concelho, trabalhava lá quanto fui vítima da explosão dos foguetes. Não é de mim que quero falar, nem eu quero ocupar-vos tempo em vão,  a pensando que poderá haver quem não conheça o Santuário da Nossa Senhora de Vagos e a sua lenda, que é digna e, a meu ver, maravilhosa que a vou contar, respeitando como a ouvi e li.:
  
        Lenda da Nossa Senhora de Vagos
      "A pouco mais de um quilómetro da vila de Vagos, situada num local campestre, pitoresco e aprazível, convidativo à oração, fica a ermidas de Nossa de Vagos cheia de história e tradição. Consta que antes do actual santuário. existiu outro a dois quilómetros deste de que há apenas vestígios de uma parede bastante alta, denominada «Paredes da Torre» , cercada presentemente por densa floresta mas de fácil acesso. Tradições antigas com várias lendas à mistura, dizem que perto da praia da Vagueira naufragou um navio francês, dentro do qual havia uma imagem de Nossa Senhora que a tripulação conseguiu salvar e esconder debaixo de arbustos que na altura rareavam no areal.
      Dirigindo-se para Esgueira, freguesia mais próxima, a tripulação contou o sucedido ao Pároco que acompanhado por muitos fiéis, veio ao local onde tinham colocado a imagem, mas nada encontrou. Dizem uns que Nossa Senhora apareceu a um lavrador indicando-lhe o sítio onde se encontrava, o qual, ai mandou construir uma ermida; dizem outros que apareceu em sonhos a D. Sancho primeiro quando se encontrava em em Viseu, que dirigindo-se ao local e tendo encontrado a imagem, mandou construir uma capela e uma torre militar a fim de defender os peregrinos dos piratas que constantemente assaltavam aquela praia. Mas parece que a primeira ermida e o culto da Nossa Senhora de Vagos datam do século doze. O que fez espalhar a devoção a Nossa Senhora de Vagos foram os milagres que se lhe atribuem. Entre eles consta a cura de um leproso, Estevão Coelho, fidalgo dos arredores da Serra da Estrela que veio até ao Santuário. Ao sentir-se curado, além de lhe doar grande parte das suas terras, ficou a viver na ermida, vindo a falecer em 1515. É deste Estevão Coelho, que conta a lenda, ter quatro vezes a imagem de Nossa Senhora de Vagos, sido trazida para a sua nova Capela, quando das ruínas da Capela antiga (Paredes da Torre), e quatro vezes se ter ela ausentado misteriosamente para a Capela primitiva. Só à quarta vez se reparou que não tinham sido transferidos os ossos de Estevão Coelho, e que as retiradas que a Senhora fazia eram nascidas de querer acompanhar o seu devoto servo, que na sua primeira Ermida estava sepultado; transladados os ossos daquele, logo ficou a Senhora sossegada e satisfeita. Supõe-se que ainda hoje, à entrada do templo existe uma pedra com o nome de Estevão Coelho.

      Outro grande milagre teve como cenário os campos de Cantanhede completamente áridos e impróprios para a cultura devido a uma seca que se prolongava há mais de quatro anos. A miséria e a fome alastrou de tal maneira por aquela região, que todo o povo no auge do deserto elevava preces ao Céu, para que a chuva caísse. Até que indo em procissão à Senhora da Varziela, ouviram um sino tocar para os lados do Mar de Vagos. Toda a gente tomou esse rumo. Chegados à Ermida de Nossa Senhora de Vagos, suplicaram a Deus que derramasse sobre as suas terras a tão desejada chuva, o que de facto sucedeu. Em face de tão grandioso milagre, fizeram ali mesmo um voto de se deslocarem àquele local de peregrinação, distribuindo ao mesmo tempo as pobres esmolas, dinheiro, géneros, etc. ... Ainda hoje essa tradição se mantém numa manifestação de Fé e Amor. Ainda hoje o pão de Cantanhede continua a ser distribuído em grande quantidade no largo da Nossa Senhora de Vagos.

      Perto do actual santuário que pelas lápides sepulcrais ai existem, remota ao século dezassete, construíram-se uma habitações onde de vez em quando se recolhiam em oração os Condes de Cantanhede e os Srs. de Vila Verde. Hoje já não existem vestígios dessas habitações".

      O santo de hoje é :  São Romão (ou Romano), Mártir
      ( + Antioquia, 303) "Era diácono e sofreu o martírio por ter incentivado os cristãos perseguidos a permanecerem firmes e constantes na sua fé. Foi aprisionado e morreu estrangulado".

      Oração : - São Romão pé em Roma cabeça em Portugal. Livrai-me dos cães danados e dos que estão para se danar. Dos mortos mal encarados, dos vivos sem perigo.
      São Romão; andais comigo.



quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Etapa 144 - A lenda das pedras mouras - Sever do Vouga

      Levado pelo prazer que tive em falar daquele local, designado por Pedra da Moira, situado no sopé da Roda da Moirece, (circo da China- roda grande), que será outro mistério a desvendar, mas que, na verdade, verdadinha, nunca tal poderá vir a ser possível, porque os homens não vivem de memorias nem de saudosismos, até que, para sobreviver, são forçados a separem-se de familiares e a abandonar as suas próprias terras. 

      Pois, querendo eu prolongar em mim o prazer sentido em falar do local acima referido, e porque conheço Sever do Vouga, terra por onde andei quando saí da tropa, a recolher faixas de palha de centeio para colchões de cama, tendo presente uma lenda que paço a transcrever, e que diz o seguinte:

      A lenda das Pedras Mouras - Senhorinha, Sever do Vouga, disse Isabel Cruz; Onde se conta a lenda de Sever do Vouga e de como a curiosidade, paciência e uma plantinha podes desfazer um feitiço lançado para a eternidade.

      Andava no lugar de Senhorinha, Sever do Vouga, um jovem com a intenção de apanhar pinhas. Estando já farto da jorna, subiu a uma árvore de onde se avistava uma grande área. 
 
      E eis que no silêncio de árvores e matos avista qualquer coisa desconhecida, que lhe causou grande estranheza. É que vinha vindo, monte acima, um homem que carregava às cavalitas uma mulher que, pelo aspecto, parecia moura.
 
      Chegado a certo local, bem perto da árvore onde se encontrava escondido o mancebo, o desconhecido coloca a mulher em cima de uns penedos, entre suores e resmungos silenciosos e diz-lhe: Pois aqui hás-de ficar, ó moura, até que nasçam, cresçam e produzam semente as beldroegas! E de imediato, a moura se transforma em pedra e o homem segue caminho, afastando-se.

      Desce o curioso do pinheiro, aproxima-se da fraga e verifica que não havia sinal do acontecido. Na sua cabeça ressoava a frase do estranho, quase como prova da veracidade do caso. É que ele nada sabia dessas beldroegas! Cheio de curiosidade, informou-se e lá conseguiu umas sementes. Depositou-as com cuidado na Pedra Moura, tapou-as com boa terra e delas cuidou até que nasceram, floresceram e deram sementes as plantinhas.

      E reapareceu a moura encantada. E o rapaz curioso casou com ela!

      «Fonte; Marta Figueiroa, acrescenta e informa: Beldroegas; Portulaca oleracea, plantas comuns em Portugal, espontâneas durante o verão. O seu ciclo de vida completa-se em poucas semanas. Têm propriedades culinárias e medicinais.
  
      O santo de hoje é: Santa Isabel da Hungria, Viúva
      (+Turíngia, Alemanha, 1231) "Era filha de André II, rei da Hungria,e foi casada com o piedoso duque Luís IV, soberano da Turíngia. Tinha 20 anos e era mãe de três filhos pequenos quando ficou viúva; o marido que havia partido em Cruzada, morreu quando estava a caminha da Terra Santa. Hostilizada cruelmente pela família do marido, foi abandonada com os filhos na mais negra miséria. Sofreu com admirável paciência toda espécie de humilhações. pois até mendigos que ela outrora  socorrera, tinham agora a baixeza e a ingratidão de a insultarem,porque sabiam que não se encontrava nas boas graças da Corte. Ofereceu-se para ajudar num hospital de leprosos e ali praticou atos de caridade heróica. Quando os cruzados que haviam acompanhado seu marido retornaram à Alemanha, ficaram indignados com o tratamento inqualificável de que estava sendo objecto aquela que, até pouco antes, fora soberana do país, e conseguiram reconduzi-la à Corte, onde faleceu pouco depois, aos 24 anos".

      Oração: - Ó Deus, que destes a Santa Isabel da Hungria reconhecer e venerar o Cristo nos pobres, concedei-nos, por sua intercessão, servir os pobres a aflitos com incansável caridade.
      Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

     
     

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Etapa 143 - memórias de um sonho com o Ti Luís da Rata

      Para iniciar a etapa de hoje, fui situar-me no caminho que passa (passava) abaixo do buraco da Pedra da Moira, naquele caminho que, sei lá, quantas vezes milenário, que ligava Vilar D`Arca ao centro de Nespereira, mais propriamente, ao Bacelo. Também não seria esse caminho uma das vias de acesso aos principais caminhos de São Tiago? Para os povos dos lados de Viseu, Castro D`Aire, Parada, Alvarenga, entrando em Nespereira pelo Seixo, passagem pela Ponte da Balsa, Bacelo, Vilar, e por ai além? pode este raciocínio fazer algum sentido?

      Mas a principal razão de eu ter escolhido este caminho e aquele local para dar início à etapa de hoje, foi porque eu, em determinado dia, nos meus tempos de catraio, ter sonhado com uma pessoa já falecida, e ao acordar desse sonho, me ter assustado muito seriamente. Vou tentar justificar-me:
 
      Meu avô Luís, quando veio para a Granja, para a quinta dos Amarais, dois irmãos, Ana Rata e Luís da Rata, ambos solteiros e sem descendentes, resolveram vender os seus bens, e para isso, pediram conselhos ao meu avô. Meu avô contava que os aconselhou, para que quando vendessem, que reservassem para eles o uso e fruto até à morte do ultimo, visto que sendo eles irmãos, e na falta de outros herdeiros, eram eles herdeiros um do outro. Com o desenvolvimento do processo e das conversações, quem acabou por lhes comprou os bens, foi mesmo o meu avô. Parece que tudo estava programado, dos dois irmãos, morreu primeiro o ti Luís, e passado pouco tempo, morreu a senhora Ana Rata, que até era mais velha. Nos seus tempos finais de vida, quem cuidou dela foi a minha avó Belandina, e quando aquela senhora faleceu, meus avós ainda estavam na quinta da Granja. Eu conheci bem esse ti Luís da Rata, apareceu morto, um dia de manhã foram dar com ele, estava morto e caído da cama.
 
      Quando os bens daqueles dois irmãos estavam livres e em posse dos meus avós, e que meus avós, para trabalhar aquela grande quinta, a quinta dos Amarais, já só podiam contar com eles próprios e comigo, resolveram entregar a quinta e mudaram-se para o que já era deles. Ai, eu passei a ir dormir no quarto a onde, em vida, dormia o referido Luís da Rata, ele foi pessoa que eu conheci muito bem, e certa noite, eu (sonhei, sim, só posso ter sonhado) ao passar no caminho em que agora me situei, vi esse ti Luís no monte, entre o caminho e o buraco da Pedra da Moira a amarrar um molho de mato, estava mesmo a trilhar o podão na corda do molho, quando ele (eu na cama e a dormir) me disse ao ouvido, "sou eu mesmo", acordei com aquela voz e aquilo ficou-me a soar no ouvido e no meu cérebro, que não consegui mais dormir.

      Eu, porque tive medo e tinha vergonha de dizer que estava com medo, à hora de me ir deitar, não ia, a noite estendia-se e eu não ia para a cama, meu avô, que bem me conhecia, apercebeu-se que algo esta errado e disse-me: "anda vamos para a cama, eu hoje vou dormir contigo" era mesmo o que eu queria, o meu avô dormiu comigo, mas no outro dia, teve que acontecer o mesmo, até que, dias depois, minha avó levou-me com ela a uma senhora, a uma casa que eu conhecia como casa dos Cunhas, no Bacelo,  alí a senhora fez o que entendeu e sabia, o certo é que, a situação estabilizou e eu nunca mais voltei a sonhar com aquele figurante. 

      O santo de hoje é:Santa Gertrudes, a Grande, Virgem
      ( + Helfta, Alemanha, 1302) "Entrou com 5 anos de idade no Mosteiro de Helfta, na Saxónica, lá recebendo, sob a orientação de Santa Mectildes, ótima formação cultural e religiosa. Foi uma das maiores místicas da Idade Média. Teve, aos 25 anos de idade, a primeira das visões que, conforme o seu próprio depoimento, transformaram sua vida. Propagou a celebração litúrgica do Sagrado Coração de Jesus.

      Oração: - Ó Senhor, que amaste Santa Gertrudes com amor eterno, falando a seu coração, dá-me ouvidos para escutar a tua voz e fé para responder a teu chamado, com entrega comparável a essa apaixonada de tua sabedoria eterna.
      Santa Gertrudes rogai por nós.  Que Assim Seja.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Etapa 142 - história e lenda de São Martinho

      Que lindo dia de sol! e que maravilhoso dia de verão, do verão de São Martinho. No dia de São Martinho, cumprindo aquilo a que me propus, falei dele e descrevi a sua biografia, hoje, como refiro em titulo, vou contar a sua história e a sua lenda:
 
      A história de São Martinho: São Martinho ou Martinho de Tours, nasceu  em cerca de 316 na antiga cidade de Savaria, na Panónia, uma antiga província na fronteira do império Romano, na actual Hungria, filho de um comandante romano, cresceu na região de Pavia, em Itália, no seio de uma família pagã. Criado para seguir a carreira militar, foi convocado para o exército romano quando tinha 15 anos, viajando por todo o império Romado do Ocidente.
      Apesar de ter recebido uma educação pagã, foi em adolescente que Martinho descobriu o Cristianismo. Mas foi só mais tarde, em 356, depois de ter abandonado o exército que foi batizado. Tornou-se discípulo de Santo Hilário, bispo de Poitiers (em França), que o ordenou diácono e presbitero,regressando de seguida a Panónia, onde converteu a mãe. Mudou-se depois para Milão, de onde terá sido expulso juntamente com Santo Hilário, isolado, terá passado algum tempo na ilha da Galinária, ao largo da costa italiana. 
      De volta a Gália, foi perto de Poitiers que fundou o mais antigo mosteiro conhecido na Europa, na região de Ligugé. Conhecido pelos seus milagres, o santo atraía multidões. Foi ordenado bispo de Tours em 371 e fundou o mosteiro de Marmoutier, na margem do rio Loire, onde vivia na reclusão. Pregador incansável, foi também o fundador das primeiras igrejas rurais na região da Gália, onde atendia tanto ricos como pobres. Morreu a oito de novembro de 397 em Candes e foi sepultado a onze de novembro em Tours.
      É na data do seu enterro, três dias depois de ter morrido em Candes, que se comemora o dia que lhe é dedicado. Acredita-se que, na véspera e no dia das comemorações, o tempo melhora e o sol aparece. O acontecimento é conhecido pelo "verão de São Martinho" e é muitas vezes associado à conhecida lenda de São Martinho.

     A lenda de São Martinho: Num dia frio e chuvoso de inverno, Martinho seguia montado a cavalo quando encontrou um mendigo. Vendo o pedinte a tremer de frio e sem nada que lhe pudesse dar, pegou na espada e cortou o manto ao meio, cobrindo-o com uma das partes, Mais à frente, voltou a encontrar outro mendigo, com quem partilhou a outra metade da capa. Sem nada que o protegesse do frio, Martinho continuou viagem. Diz a lenda que, nesse momento, as nuvens negras desapareceram e o sol surgiu. O bom tempo prolongou-se por três dias.
      Na noite seguinte, Cristo apareceu a Martinho num sonho. Usando o manto do mendigo, voltou-se para a multidão de anjos que o acompanhavam e disse em voz alta: "Martinho, ainda catecúmeno(que não foi batizado), cobriu-me com esta veste".
      «Fonte: Palavra - Folha Paroquial nº. 896 - Novembro 2016»
 
      O santo de hoje é: Santo Alberto Magno, Bispo e Doutor da Igreja
      ( + Colónia, Alemanha, 1280) "Foi sem dúvida um dos maiores sábios de todos os tempos. Não apenas dominava como Mestre a Filosofia e a Teologia (matérias em que teve como discípulo a São Tomás de Aquino) mas estendia seu saber às ciências naturais. Foi físico e químico, estudou astronomia, meteorologia, mineralogia, zoologia, botânica, escreveu livros sobre tecelagem, navegação, agricultura. Tão assombroso acúmulo de ciência não o impediu de ser um dominicano, piedoso e observante. Nomeado bispo de Regensburg, mostrou-se pastor zeloso e exemplar, mas logo que pôde pediu e obteve dispensa das funções episcopais e retornou a sua cela de monge humilde e sábio. Foi chamado "o Doutor Universal"".
 
      Oração: - Dá-me, Senhor, um espírito aberto e compreensivo, como aquele que concedeste a Santo Alberto. E também como a ele, dá-me a graça de abarcar parte de seu mistério com minha inteligência.
      E que tudo isso me sirva para iniciar uma vida de oração constante e agradável em tua presença.
      Que assim seja. Amém.


     

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Etapa 141 - a Paróquia de Nespereira (Cinfães) é quem sabe

      Se eu tivesse tempo e poder, como eu gostaria de fazer buscas nos arquivos distritais e nas Conservatórias de Registos Civis, bem como em tudo a onde pode-se encontrar elementos históricos de Nespereira, minha terra, cujas origens, prevejo, seja o melhor de todo o nosso paíz.

      Já transcrevi alguns apontamentos civis, hoje vou transcrever um pequeno texto que, a Paróquia de Nespereira terá pesquisado no Arquivo Distrital de Viseu e, se estes escritos são importantes para mim, entendo que tudo devo fazer para que sejam divulgados, o que até poderá fazer com que o apetite por saber mais e mais se torne crescente, que seja explorada a nossa história e se divulgue.

      Então, a Paróquia de Nespereira (Cinfães) conta-nos o seguinte:

      "HISTÓRIA ADMINISTRATIVA/BIOGRÁFICA/FAMILIAR
 
      Na alta Idade Média chamava-se Vale de Nespereira e era constituída por três freguesias: Santo Eurico, Santa Marinha e São Miguel de Ervilhais, esta já desaparecida no início do século XV. Até finais do século XVIII Santa Marinha e Santo Ericio continuavam duas freguesias distintas. Beneficiou do foral dado a Sanfins, por D. Manuel, em 20 de Novembro de 1513. Foi vila e sede de concelho, e, suprimido este, passou a fazer parte do concelho de Sanfins, extinto em 24 de Outubro de 1855, data em que passou ao actual. Igreja da apresentação do padroado real, à qual está anexa a freguesia de Santo Ericio, que era da apresentação do ordinário com reserva do pontífice. Diocese de Lamego.
 
      Lugares: Agiboso, Alqueve, Ardena, Bacelo, Barrento, Barroca, Barrosa, Borralhal, Caba da Aldeia, Carqueigido, Carvalhais, Casainho, Casal, Cascavalhedo, Castanheirinhos, Castelo, Cavada, Cerdeiras de Marvão, Cimo de Vila, Clementina, Correias, Cruz, Ervilhais, Feira, Feira Franca, Figueiras, Fonte, Fontela, Fundo de Vila, Fragas, Galos, Gavinho, Geadas de Lourosa, Granja, Leira Longa, Linhar Negro, Lugar Pequeno de Ervilhais, Lomba, Lomba de Santo Ericio, Lourosa, Maninho, Marvão, Outeiro, Paço, Paradela, Paulos, Pereira, Pertença, Picoto, Pinhal, Pindelo, Poças, Poço, Pomarinho, Portela de Paradela, Portela de Santo Euricio, São Braz, Sapa, Sobrais, Souto, Talhadouro, Telhado, Tojal, Valado, Vale do Cão, Vales, Valinhas, Vila Chã e Vila Meã. Orago: Santa Marinha"

      No tempo presente outros nomes de lugares podem ter surgido, tal como o lugar de Vista Alegre que se veio sobrepor ao Maninho. No meu tempo de catraio, maninho era tudo aquilo que não tinha dono, e que era de todos, era o espaço dos mais pobres, do primeiro a pôr a mão fosse ao que fosse, era o que agora será considerado valdios, que penso, estar agora sob administração das autarquias.
 
      O santo de hoje é: São Serapião, Mártir
      ( + Alexandria, sec. III) "Foi martirizado no Egito, durante a perseguição do imperador Décio. O historiador Eusébio de Cesareia registra seu martírio, com as seguintes palavras: "Preso Serapião em sua casa, foram-lhe infligidas cruéis torturas. Desfizeram-lhe todas as juntas dos membros e o precipitaram no andar de cima da casa, de cabeça para baixo"".

      Oração: - Ó glorioso São Serapião, que suspenso na cruz exclamáveis: desejo ser desatado e estar em Cristo, salva-me cruz preciosa, leva-me a Meu Mestre, por ti Me receba quem por ti Me resgatou". Humildemente vos suplico me obtenhais a paciência e conformidade nos padecimentos desta vida e a salvação eterna. Amém.

     « Rezar Pai Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai» São Serapião, rogai por nós em nossas tribulações.
Piedosíssima Mãe das Mercês, rogai por nós. Tudo por Vós, Sacratíssimo Coração de Jesus. Amém.

     

domingo, 13 de novembro de 2016

Etapas 137 a/ 140 - abortadas - memorias da pedra moira


      Por afazeres que tive em Nespereira e não ter lá o equipamento necessário, não me foi possível fazer a regular reportagem da etapa em cada dia, mas estando de bem comigo e de consciência tranquila, o que não tem remédio, remediado está, só me resta pedir desculpa.

      Na etapa 136 falei e revelei  algo sobre a Pedra da Moira. Hoje, e porque irei ocupar bastante espaço acertando a divulgação dos Santos de cada dia, vou num breve texto dizer sobre a Pedra da Moira um pouco que ainda resta em minha memoria. Em tempos em que eu era menino ,e andava por aquelas redondezas, entre Rialongo, Chão de Bouças e Lajas, nada me era estranho e certo dia, eu roçava mato perto do buraco da Moira, e vi:

        Ponto 1) - vi sair do buraco um pássaro, esse pássaro, quando saiu, parou e ficou uns momentos parado, como se fosse a dar-me tempo para eu bem o apreciar, e, passado momentos, o passarinho voou, nunca mais o vi. Nunca tinha visto, e também nunca mais vi passarinho tão lindo.

      Ponto 2)- Noutro certo dia, dia quente de verão, tempo de férias na escola, eu andava com o gado por ali perto e, aproximei-me de um (já velho) pastor que vigiava um pequeno rebanho de cabras e ovelhas. Ele acariciou-me, ofereceu-me do seu lanche, tinha com ele uma gaita de cana, mostrou-ma, tocou algumas modinhas e porque viu que eu a estava a cobiçar, disse-me; esta não ta dou mas se quiseres que eu te faça uma, vem para cá amanhã que eu faço uma para ti. Assim foi, no dia seguinte lá nos encontramos, ele tinha levado um bom canudo de cana e, com uma navalha, e com um arame que aqueceu numa fogueira, (ia-me dizendo como é que se faz), ele fez uma gaita para mim. Nesse dia, de regresso para a Granja, passei pelo meu pai, mostrei-lhe a gaita, meu pai perguntou-me; "quem a fez", eu disse-lhe, meu pai experimentou-a e disse: "é muito boa". Essa gaita foi o meu brinquedo, se calhar o único que tive. E sabem que hoje, eu tenho mais de uma dúzia de gaitas feitas por mim, umas mais bem afinadas do que outras, e nem todas são peças de decoração, pois é com uma das minhas gaitas que eu ensaio algumas das músicas que cantamos na Missa! e, se mais não a uso, é porque, ela já me trema nos lábios. Vá Zé, deixa-te de tretas e diz: quem são eles, eles quem? os Santos? sim! diz:

      O santo do dia 10 é: São Leão Magno, Papa, Confessor e Doutor da Igreja
      ( + Roma, 461) "Foi papa durante 21 anos, num período agitado e difícil. Combateu as heresias do eutiquianismo e do donatismo  e enfrentou sozinho Átila, rei dos Hunos, que não invadiu a Cidade Eterna porque ficou impressionado pela extraordinária força moral do Pontífice. Durante o IV Concílio de Colcedónia, de que participavam 500 bispos, encerrou as discussões definindo, por escrito, a verdadeira doutrina católica sobre a dualidade de naturezas na unidade de Pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo. Esclarecidos pelo Papa infalível, os bispos reunidos no Concílio aclamaram essa decisão: "Essa a fé dos Apóstolos! Foi Pedro que falou pela boca de Leão!"".
      Oração: - Senhor, vós que destes a São Leão Magno um coração tão valente, para servir e defender vossa honra e a honra de vossa Igreja, infundi em nosso Santo padre, o Papa um infatigável desvelo por todo o vosso povo; dai-nos fidelidade a vossos ensinamentos e aos governantes dste mundo, anseios de paz. Amém. São Leão Magno, rogai por nós.

      O santo do dia 11 é: São Martinho de Tours, Bispo e Confessor
      ( + Candes, França, 397) "Era filho de um oficial Romano que servia na Panônia, actual Hungria. Foi ele próprio militar. Dois anos depois de se ter convertido à fé e batizado na Gália, deixou o exército e passou a levar vida solitária, sob a orientação espiritual de Santo Hilário de Poitiers. Eleito mais tarde bispo de Tours, exerceu de modo admirável suas funções de pastor. É considerado o iniciador da vida monástica na Gália. Fundou, perto de Tours, o Mosteiro de Marmoutier, que se tornaria centro de grande expansão missionária e civilizadora. De Marmoutier saiu São Patrício, que evangelizou a  Irlanda. A devoção a São Martinho é tão intensa na França que nada menos que 3600 Igrejas e 480 povoados daquele país,o tomaram como patrono."
      Oração: -Glorioso São Martinho,nosso amigo e protetor, que ao dividir vosso manto com o mendigo que padecia de frio na neve encontraste com o próprio Senhor Jesus, ajudai-nos a saber partilhar o que temos com os mais empobrecidos que encontramos em nosso caminho, principalmente as crianças mais abandonadas, reconhecendo nelas a imagem de nosso divino mestre.
Ó bom Jesus, por intercessão de São Martinho dai-nos os dons da caridade e do amor fraterno que nos fazem servir com despreendimento aos vossos filhos mais excluídos dessa terra.

      O santo do dia 12 é: São Josafá Kuncewyez, Bispo e Mártir
      ( + Vitebsk, Rússia Branca, 1623) "Em 1595, um numeroso grupo de orientais membros da religião cismática russa se converteu à Igreja Católica Apostólica Romana. Esses católicos que aderiram ao Papado e à verdadeira Igreja, conservaram a liturgia oriental de São João Crisóstomo e foram chamados Uniatas. São Josafá foi um deles. Monge basiliano e depois arcebispo de Polotsk, era entusiasta do Papado e da aproximação com Roma, incorrendo por isso no desagrado de cismáticos que o consideravam renegado e mau patriota. "Vereis que ainda me vão matar", previu muitas vezes. E assim de facto aconteceu em 1623, quando foi cruelmente ferido e lançadoi a um rio. Contava então 43 anos de idade".
      Oração: - Deus eterno e todo poderoso, que a vossos pastores associastes São Josafá a quem destes a graça de lutar pela justiça até à morte, concedei-nos por sua intercessão, suportar por vosso amor as adversidades e correr ao encontro de vós, que sois a nossa vida. Por Nosso Senhor Jesus Criso, vosso filho, na unidade do Espíurito Santo. Amém.

      O santo do dia 13 de Novembro, hoje, domingo é: Santo Estanislau Kostka, Confessor
      (+ Roma, 1567) "Pertencia a uma das mais nobres e ricas famílias da Polónia e estudava em Viena, em companhia de um irmão mais velho. Convidado a ingressar na Companhia de Jesus pela própria Santíssima Virgem, encontrou grandes dificuldades para atender ao chamado. Seu pai, embora católico, opôs-se inabalavelmente à vocação religiosa de Estanislau. Em Viena, o provincial da Companhia se dispôs a admiti-lo... desde que ele fosse autorizado pelo pai, pois era menor de idade. Conhecendo a abstinação paterna, Estanislau compreendeu que nunca obteria sua autorização. Aconselhou-se então com o Pe. Francisco António, Jesuíta português que era confessor da imperatriz, e fez um voto heróico: o de peregrinar pela Terra inteira, se necessário fosse, até encontrar uma casa da Companhia de Jesus que o quisesse aceitar sem licença do pai, Fugiu ocultamente de Viena e caminhou a pé 700 Km, despistando o irmão que o perseguia, à procura de São Pedro Canísio, superior dos Jesuítas da Alemanha. Este o acolheu com bondade e o encaminhou a Roma, com uma carta de recomendação a São Francisco de Borja. Mais 800 km Estanislau caminhou a pé, até à Cidade Eterna. Lá, teve a alegria de ser aceito como noviço da Companhia, mas permaneceu nessa condição somente 9 meses, pois morreu, como desejava, na festa da Assunção de Nossa Senhora no ano de 1567. Não chegou a completar 17 anos de idade".
       Oração. -  Ó Deus, forte e eterno, que concedestes grandes graças ao Vosso jovem servo, Santo Estanislau, concedei a todos os nossos jovens, serem mais firmes na fé e constantes no testemunho. 
Por Cristo Senhor. Amém. Santo Estanislau Kostka, rogai por nós.