Meus amigos, meus amiguinhos,
Foram tantos os santinhos
Que eu vos fiz recordar;
E eles pensaram maneira,
A jeito de brincadeira
Me quiseram compensar.
Foram eles, talvez, contentes,
Mandaram dar-me presentes,
Que ninguém tenha igual.
Passei frio e calor,
Trabalhei com muito ardor,
Mas tudo foi natural;
E a grande recompensa
Chegou à minha presença
Veio pelo Pai Natal.
Ao suar da meia-noite,
Merecendo um bom açoite
Um suave canto ouvi,
Era a Eva e um menino,
Que dum berço pequenino
Disse à Eva... Eu já nasci!
Maravilha das maravilhas,
São as minhas quatro filhas
E o amor que me rodeia,
Do que me deram e dão
Devo tanta gratidão
Que tenho uma arca cheia,
Deram genros, deram netas
Deram neto e bisnetas,
E trinetos... vão pensar!
Todo o amor e carinho
Sou guloso, acho pouquinho
Mas com mais um bocadinho
Já eu me vou alegrar.
No pouco que escrevi
Alguns erros consenti
Era tarde quando os vi
Já os não pude emendar.
A série é pequenina,
É só de duas dezenas,
Não vai dar para vender
E mesmo a quem merecer
Bem poucos tenho para dar;
Terei que fazer sorteio
E também fazer rateio
Para ninguém me condenar.
Sendo o livro o meu tesouro,
Valioso como ouro
Estou mesmo a pensar:
Se no céu eu tenho conta
O sentido me aponta
Para lá o depositar!
O rendimento é garantido,
A meu ver fará sentido,
No banqueiro confiar;
O gerente é meu amigo
E quando estiver comigo
Bons conselhos me vai dar;
A ninguém ele dá dinheiro
Mas porque é bom conselheiro
Nos dirá como o ganhar,
Porque até no sofrimento
Sem pedir consentimento
Quando vê os condenados,
Vai a eles para os salvar.
Mesmo sem arte nem jeito
Já me sinto satisfeito
Por conseguir o desejado
Faz que eu me sinta honrado;
Do passado e do presente
De um futuro ainda ausente,
Digo a Deus... Muito obrigado.
jmpfonseca