Como ontem prometi, cá estou hoje pronto para cumprir, vamos ver se tenho tempo e se me aguento, pois, tal como a Moleirinha, velhinha de 80 anos, também eu, para adquirir o mesmo rol, apenas me falta resistir mais 24 etapas, está quase.
Então avô, estás preparado? afinal, tu até sabias, trocavas e esquecias-te de algumas quintilhas, mas no final tudo batia certo, como já te disse, eu descobri a letra, é da autoria de Guerra Junqueiro e data de Novembro do ano 1888. Vamos cantar os dois, está bem? vá, é assim:
I
Pela estrada plana, toque, toque, toque,
Guia o jumentinho, uma velhinha errante.
Como vão ligeiros, ambos a reboque,
Antes que anoiteça, toque, toque, toque,
A velhinha atrás, o jumentinho adiante!...
II
Toque, toque, a velha, vai para o moinho,
Tem oitenta anos, bem bonito rol!...
É contudo alegre, como um passarinho,
Toque toque, e fresca, como o branco linho,
De manhã nas relvas, a corar ao sol.
III
Vai sem cabeçada, em liberdade franca.
O jerico ruço, duma linda cor;
Nunca foi ferrado, nunca usou retranca,
Tange-o, toque, toque. A moleirinha branca,
Com o galho verde, duma giesta em flor.
IV
Vendo essa velhinha, encarquilhada e benta,
Toque, toque, toque, que recordação!
Minha avó ceguinha, se me representa:::
Tinha eu seis anos, tinha ela oitenta,
Quem me fez o berço, fez o seu caixão.
V
Toque, toque, toque, lindo burriquinho,
Para as minhas filhas, quem mo dera a mim!
Nada mais gracioso, nada mais bonito,
Quando a Virgem pura, foi para o Egito,
Com certeza ia, num burrico assim.
VI
Toque, toque, é tarde, moleirinha santa!
Nascem as estrelas, vivas, em cardume...
Toque, toque, toque, e quando o galo canta,
Logo a moleirinha, toque, se levanta,
P`ra vestir os netos, p`ra acender o lume...
VII
Toque, toque, toque, como se espaneja,
Lindo o jumentinho, pela estrada chã!
Tão ingénuo e humilde, dá-me, salvo seja,
Dá-me até vontade, de o levar à Igreja,
Baptizar-lhe a alma, p`ra fazer cristã!
VIII
Toque, toque, toque, a moleirinha antiga,
Toda, toda branca, vai numa frescura...
Foi enfarinhada, sorridente amiga,
Pela mó da azenha, com farinha triga,
Pelos anjos loiros, com luar de prata!...
IX
Toque, toque, como, o burrinho avança!
Que prazer d`outrora, para os olhos meus!
Minha avó contou-me, quando foi criança,
Que era assim tal qual, a jumentinha mansa,
Que adorou nas palhas, o Menino Deus...
X
Toque, toque, é noite,...ouvem-se ao longe os sinos,
Moleirinha branca, branca de luar!...
Toque, toque, e os astros, abrem diamantinos,
Como estremunhados, querubins divinos,
Os olhos meigos, para ver passar...
XI
Toque, toque, e vendo, sideral tesoiro,
Entre os milhões d`astros, o luar sem véu,
O burrico pensa; quanto milho loiro!
Quem será que moi, estas farinhas d`oiro,
Com a mó de jaspe, que anda além no Céu.
Que grande riqueza recordar meu avô
O santo de hoje é: Santos Marcelino e Pedro, e São Nicéforo de Constantinopla, mártires.
"São Marcelino e Pedro, às vezes chamado de Petrus Exorcista; Italiano: Marcelino e Pietro), foi cristão mártir do quarto século, na cidade de Roma. Morreu no ano 304.
São Nicéforo de Constantinopla, mártir, foi escritor cristão no Império Bizantino e patriarca de Constantinopla entre Abril de 806 até Março de 815. Morreu no ano 828, sendo hoje o aniversário de sua morte.
Orações, não conheço.
X
Toque, toque, é noite,...ouvem-se ao longe os sinos,
Moleirinha branca, branca de luar!...
Toque, toque, e os astros, abrem diamantinos,
Como estremunhados, querubins divinos,
Os olhos meigos, para ver passar...
XI
Toque, toque, e vendo, sideral tesoiro,
Entre os milhões d`astros, o luar sem véu,
O burrico pensa; quanto milho loiro!
Quem será que moi, estas farinhas d`oiro,
Com a mó de jaspe, que anda além no Céu.
Que grande riqueza recordar meu avô
O santo de hoje é: Santos Marcelino e Pedro, e São Nicéforo de Constantinopla, mártires.
"São Marcelino e Pedro, às vezes chamado de Petrus Exorcista; Italiano: Marcelino e Pietro), foi cristão mártir do quarto século, na cidade de Roma. Morreu no ano 304.
São Nicéforo de Constantinopla, mártir, foi escritor cristão no Império Bizantino e patriarca de Constantinopla entre Abril de 806 até Março de 815. Morreu no ano 828, sendo hoje o aniversário de sua morte.
Orações, não conheço.
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