Terminei a etapa de ontem recordando o meu encontro com o saudoso senhor Manuel Marques Júnior, em sua casa, onde por seu convite, trocava-mos alguns mimos e revelavam-se conhecimentos surpreendentes, que, para não os levar todos comigo e possam ser úteis no futuro, compartilho com os meus amigos.
Ontem, terminei a etapa revelando o que o senhor Manuel me tinha dito; "que se tranquilizou quando soube que, estando eu ainda no Hospital, já tinha uma ocupação à minha espera, para economicamente sobreviver". (continuando)
Estávamos sozinhos, não havia ninguém por perto para testemunhar as nossas confidências, contou-me coisas que eu desconhecia totalmente. Disse-me: tu podes pensar que eu não sou crente, podes pensar mesmo que eu sou ateu! mas não sou. Eu fui criado com os meus tios, o António e o Manuel. Era eu um rapazinho e o meu tio António era Sacristão. Na nossa casa não havia o braço de nenhuma mulher, eram eles (homens) e eu, ainda jovem, que tínhamos que nos desenrascar.
"A nossa ocupação e único meio de subsistência era a agricultura, quando chegávamos das terras tínhamos que tratar do gado, e enquanto o meu tio Manuel e eu ficávamos em casa a cozinhar a refeição da noite, o meu tio António ia para a Capela, porque havia missa. Claro que, não ia com as mãos suficiente limpas para lidar com as alfaias litúrgicas, em especial, com as toalhas brancas, cujo resultado, causava desconforto, mau estar e trabalho acrescido às senhoras zeladoras, que por certo, faziam queixa ao senhor Vigário. O resultado das queixas e imprudência do meu tio, fez que, um certo domingo, em plena missa, o Senhor Vigário exibiu tolha, mostrou-a ao público e chamou porco ao meu tio. Eu estava lá e estava lá também o meu tio Manuel, se com isso eu fiquei envergonhado, imagina os meus tios, eles e eu, nunca mais fomos à missa. Continuamos a ser pessoas de fé, e sempre que se podia, ouvíamos a missa no rádio. Agora, eu ouço e vejo a missa na televisão, mas à Capela, nunca mais fomos"
Prosseguimos na nossa conversa, conversa que até se tornou interessante, ele falou-me dele e das suas preocupações, do muito que trabalhou, do que passou para amealhar algumas economias, e que agora se interroga; para quê? e para quem? disse mais; "eu já distribuí alguma coisa por pessoas que entendo merecer e necessitar, paguei mobílias e outros bens de necessidade a algumas pessoas carenciadas, e os bens que são meus, dos quais sou livre de dispor, irei doá-los a quem eu bem entender, a pessoas que me inspirem confiança e que me possam dar alguma assistência quando as forças me faltarem. O dinheiro quero segurá-lo, pois não sei o que me poderá acontecer".
Amanhã volto e iniciarei a etapa no parágrafo que se segue, ao parágrafo com que esta etapa terminou.
O santo de hoje é: Santo Onésimo, Bispo e Mártir
( + Roma, final do séc. I)"Era escravo de Filemon, cristão de Colossos. Tendo praticado um roubo e receando ser castigado, fugiu para Roma, onde foi convertido pelo Apóstolo São Paulo. Dedicou-se à pregação do Evangelho e foi bispo de Éfeso, sofrendo mais tarde o martírio em Roma, por apedrejamento".
Oração: - São Onésimo que tivestes a graça de terdes como um grande amigo, ao apóstolo Paulo através de quem renascestes para uma outra vida, dai a graça a todos esses que por falta de oportunidade de conhecer Jesus Cristo perambulam pelas ruas da cidade a cometer graves delitos. Inspirai aos cristãos, a Igreja e aos governantes para que através da graça de Deus possam eles também obter de Nosso Senhor uma nova vida em Cristo Jesus. Amém.
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