Mais uma etapa na busca de recordações e memórias a fim de, com verdade, confirmar aos amigos que a luta pela construção da nova Igreja da Quinta do Picado é herança de um sonho.
Os descendentes dos rendeiros desta Quinta, que sabe-se lá porque sacrifício terão passado para adquirir as parcelas que trabalhavam e para construir as suas moradias, ao herdar esses bens, herdaram também o direito de dizerem que a terra onde nasceram é sua, e, tal como nós, cristãos, que declaramos e dizemos; "somos herdeiros de Cristo, as pedras vivas do templo do Senhor", eles, que herdaram as terras que os seus progenitores desbarbaram e as tornaram produtivas, que fizeram da Quinta um lugar, uma aldeia, aldeia que eles mesmos formaram e construíram, têm todo o direito de sonhar e de dizerem que são eles também pedras vivas.
É conhecimento generalizado que este sonho já vem do tempo do senhor Vigário, reverendo Daniel Correia Rama, e do tempo do capelão deste lugar, o reverendo Joaquim Mendes Vaz Redondo, eles, o Prior Daniel e o Capelão Joaquim, poderão ter sido contagiados pelos conterrâneos mais influentes, entre os quais; Abílio Nunes da Rocha, António Marque Caprichoso, Duarte da Rocha, José Maria Resende Bastos, José Simões Ratóla, Manuel Branco Génio, Manuel Lopes, Manuel Mendes Leal, Manuel Nunes da Rocha, Manuel dos Santos Vieira, Mário de Pinho Sindão, Silvério da Cruz Pericão. e outros, que sonhando, transmitiram ao povo, como por contágio, este sonho e o desejo de se construir uma Igreja nova no lugar da Quinta do Picado, desejo e convicção de que era mesmo necessária, quando por acidente, uma criança da catequese perdeu a vida o sair da Capela par o arraial.
Para essa construção, o povo e aquela dúzia de homens acima referidos, contava com as duas terras paralelas, com serventia para fins agrícolas pelo arraial, a terra do senhor Manuel Mendes Leal e a do senhor Alberto Casal, ambas muito compridas, com área de cultivo, paul e pinhal. Entretanto, estes dois senhores morreram, e quando na terra dos herdeiros de Alberto Casal surgiram sinais de remoção de terras, no ano de 1969, o reverendo Joaquim Mendes Vaz Redondo, que no tempo já não era capelão neste lugar, teve o cuidado de vir a casa de pessoas que ele bem conhecia e de quem esperava alguma reacção, entre os quais; o senhor Mário Nunes da Fonseca e seu genro António Damas Neto, mas eles não estavam, e como não os encontrou, passou no escritório dos Móveis Fonseca, onde só estava eu, ele perguntou-me se eu sabia o que iam construir naquela terra, eu disse-lhe que não sabia, mas ele deixou-me as suas preocupações e disse-me: "conta isto ao senhor Fonseca e ao senhor Neto e que eu lhes peço para eles fazer alguns contactos no sentido de inviabilizar ali qualquer construção, porque isso vai prejudicar os interesses do lugar, e no futuro, a construção da Igreja", e disse mais; "eles que falem com o senhor Padre Júlio, porque a Igreja tem influência e o arraial é espaço da Igreja". Disse ainda: "o senhor Leal e o senhor Alberto Casal, verbalmente, comprometeram-se a dar prioridade às pretensões da Igreja".
De minha parte cumpri as obrigações de que fui incumbido. Naquele período de tempo, o lugar não estava unido, o senhor Duarte da Rocha já se tinha mudado para Aradas, o reverendo Júlio havia tomado medidas radicais que causaram o afastamento de muita gente, bem como a paralisação das actividades da Irmandade, não havendo por isso quem tivesse disposição para tomar medidas, ou para integrar qualquer movimento em defesa dos interesses da Igreja, e em especial do lugar da Quinta do Picado. Foi por estas e por outras que, o lugar da Quinta do Picado começou a ser marginalizado. Mas este povo é forte, tem coragem e tem determinação, tem razões de queixa mas não está vencido.
O santo de hoje é: Santo Euquério, Bispo
( + Hasbain, 738) " Nascido em Orléans, destacou-se desde jovem pela sabedoria, pela santidade e pela devoção a Maria Santíssima. Fez-se monge e algum tempo depois obrigaram-na a aceitar o Bispado de Orléans. Durante 15 nos cumpriu eximiamente os deveres de bispo zeloso até que, devido a intrigas na Corte, foi exilado por Carlos Martel para Hasbain, próximo a Liége. Ali, num mosteiro, viveu ainda seis anos de vida recolhida, até que o Senhor o chamou para si".
Oração: - não conheço não encontrei oração que lhe seja especialmente dedicada.
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