sábado, 29 de outubro de 2016

Etapa 125 - Fenómeno na casa dos Coutinhos

      Na etapa de ontem, o espaço percorrido foi pequeno e em andamento acelerado, mas muitas vezes acontece que o pouco que se faz, é muito, não terá sido esse o caso, mas porque ontem dei um tropeção no património, vou-me esfregar e volto ao local, sem ferimento, mas com penso avinagrado.

      É o seguinte: consideradas (e bem) no património de Nespereira as casas da Quinta da Granja, da Portela e dos Coutinhos, sobre as suas valias, a que eu melhor conhecia era a casa da quinta da Granja, onde cresci, e que, felizmente, agora é património de utilidade pública, ao serviço da cultura. Sobre a casa dos Coutinhos, casa, cuja construção eu a vi ser iniciada, eu a vi crescer, vi e ouvi o chiar dos carros de vacas, que chegavam do castelinho carregados com grandes pedras de granito já trabalhadas, referenciadas e prontas a serem assentes nos respectivos locais. E, naquela casa, houveram outras coisas que eu ví, coisas que nunca compreendi, nem para as quais tenho qualquer justificação, mas porque vi, penso que posso (sem ofender ninguém) dizer o seguinte:
 
      Certo dia,, já o meu primo (Manuel Pereira Pinto) era casado com a minha tia, (Maria da Conceição Pereira), ao anoitecer, e já escuro, esse meu primo, ao sair da sua casa, casa que se situava a uns escassos 20 metros da casa de seu pai, (José Maria Pereira Pinto), que era irmão, ou meio irmão do senhor Coutinho (Jerónimo Pereira Coutinho) ele, (José Maria) que tinha a chave, que vigiava e tomava conta da casa do seu irmão, (Coutinho), o meu primo Manuel, tendo visto luzes na varanda da casa do seu tio, foi perguntar ao pai se estava cá alguém de Lisboa, o pai disse-lhe que não, e o filho disse ao pai: mas anda lá gente com luzes, ambos subiram a um muro, ao qual também eu subi, e eu, tal como eles, vi luzes que mais pareciam velas acesas. Eu, era garoto, não os acompanhei, mas eles, pai e filho foram, no percurso para lá chegarem passaram a capela, ali, pararam, prestaram melhor atenção, contaram as luzes que desfilavam pela varanda, disseram mais tarde que eram nove (9), foram subindo a calçada, até ao meio iam vendo as luzes, mas já próximos, deixaram de as ver. Foram lá, deram volta à casa, não viram mais as luzes nem ninguém,  regressaram incrédulos e sem nada para explicar. Ficaram atentos mas, pela noite dentro, nada mais viram.
 
      No dia seguinte, e porque a notícia se ia espalhando, já muitas pessoas abordavam o fenómeno. e eu ouvi que alguém dizia, que naquele dia, tinha havido em Cinfães um julgamento que, envolvendo famílias ligadas, o caso poderia estar relacionado. Atentos, nesse dia, que era o segundo, pela mesma o acontecimento passou a ser conhecido e nos dias seguintes, pela mesma hora, aquele espaço, junto à capela, virou arraial, a concentração de pessoas eram tantas, que se empoleiravam nos muros, nos muros onde agora é a casa e quintais do Fernando, para melhor verem. Muitas  disputavam entre si os melhores sítios de miragem, e as pessoas provinham de varias localidades, seriam também de várias classes e  crenças, pois muitos apareciam munidos de objectos e livros, para cujos fins, não sei desvendar.
 
      A quantidade de luzes a ser vista pelas pessoas foi diminuindo, cada dia era menos uma, parecia que se tratava de uma novena em contagem descendente. Ninguém é obrigado a acreditar, isto foi um acontecimento verídico e, fosse eu capaz de compor, teria aqui matéria o que poderia parecer um conto de mistérios. Até amanhã e bom domingo.

      O santo de hoje é: São Narciso, Bispo e Confessor
      ( + Jerusalém, 212) "Já era octogenário quando o elegeram Bispo de Jerusalém. Algum tempo depois, foi acusado de um ato infame por três caluniadores que, para dar credibilidade a seu depoimento chamaram sobre si a cólera de Deus, porque um deles disse: "Que eu seja queimado vivo se estiver mentindo!"; outro disse: "Que a lepra me devore se eu não estiver falando a verdade!"; e o terceiro: "E eu que fique cego se não for verdade o que digo!". Assim caluniado, São Narciso se retirou de Jerusalém sem dizer a onde ia, e foi viver recolhido na oração e no isolamento. Novo bispo tomou possa em seu lugar, depois outro e mais outro. Entretanto, aos três caluniadores aconteceram os castigos que eles pediram para si mesmos; o primeiro morreu carbonizado num incêndio com sua família, o segundo morreu leproso e o terceiro perdeu a visão. Anos depois, São Narciso retornou a Jerusalém e foi recebido festivamente, reassumindo com glória suas funções. Segundo o historiador Eusébio, viveu até os 119 anos.

     Oração: - Senhor, por intercessão de São Narciso, aumentai a minha fé. Peço-Vos o dom da oração para que, permanecendo em Vós, eu nunca ma desvie do Vosso Caminho e da Vossa Verdade.
      Amém.  São Narciso rogai por nós.

  
     

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