sábado, 22 de outubro de 2016

Etapa nº. 118 - os primeiros trabalhas na preparação de uma cabaça.

      Olhem no que se tornou a minha etapa de hoje! tirar as sementes de uma cabaça! o que me havia de acontecer! mas, enfim, quando pensamos que temos pouco para fazer, arranja-mo-lo.

      Há dias, atendendo a um pedido de um casal amigo que se dedica ao artesanato, fazendo com cabaças bonitas peças de decoração, pediu-me se lhe arranjava sementes, daquelas cabaças que, em tempos antigos, pelos lavradores, e por outros, eram usadas como vasilhas para o vinho, eu não lhe prometi, mas disse-lhe que ia tentar, e foi o que aconteceu: O Ricardo, marido da minha prima Augusta Soares, da Granja - Nespereira, deu-me duas cabaças. Dessas duas cabaças, dei uma a esse casal meu amigo para ele, daquela lhe aproveitar as sementes. A outra cabaça, por sinal aquela que mais me agradou pela sua forma, fiquei com ela, e hoje, foi a esta cabaça que dediquei a minha atenção, vi que é uma cabaça bem criada, bem seca, que ao sacudi-la chacoalha, que transmite um  som de boa saúde, merecedora de se juntar a qualquer outros utensílios de etnografia. 
      Por ter considerado assim resolvi; iniciar o trato a dar à cabaça, comecei por cortar-lhe o caule, e, no corte do caule, com um ferro quente, fiz-lhe um furo, peguei um bocado de arame, o qual, dobrei numa das pontas e, pelo furo que fiz na cabaça, com esse arame, retirei do interior da cabaça todas as sementes. também já tenho rolha para ela, mas faltam outros procedimentos, tais como; limpar devidamente o casco e, quando possível, num lagar, depois de pisados os cachos, enche-la de vinho mosto e mergulha-la no vinho, de maneira a que fique submersa, para assim, o casco receber do vinho aquela cor natural. Mas isto já só se irá concluir no próximo ano.
      Isto são coisas muito simples, muito pequenas, e para muita gente, sem qualquer valor, mas para quem preserva memorias, em especial para mim, que acompanhando o meu avô por campos e montes, nos monte, roçando alguns carros de mato para trazer para as cortes, a cabaça do vinho fazia parte dos utensílios. Não haviam garrafas nem garrafões plásticos, e mesmo garrafas de vidro, nem toda a gente as tinha, e reservavam-se para o azeite. Assim, a cabaça serve como; ferramenta, vasilhame, utensílio, instrumento e todo o tipo de objeto artístico ou de artesanato. Para se poder tirar deste fruto todo o proveito, a cabaça deve amadurecer na planta onde cresceu. A cabaça bem madura suporta a geada. Com o secar da planta mãe, as cabaças também secam e caem, antes que isso aconteça, devem ser colhidas e dependuradas em local ventilado por todos lados, abrigado e seco. A cabaça seca é leve e chacoalha, ouvindo-se o som das sementes bater no casco e, quando assim acontecer, a cabaça está pronta a ser trabalhada.
      Outro conselho que recebi: cortar as cabaças maduras quando folhas e caule começarem a ficar marrons, mas deixar cerca de 5 cm no caule. Esse espaço de caule é importante porque ajuda na evaporação da água. Se ao aproximar-se as geadas, as cabaças ainda estiverem carnudas e com um verde vivo, corte-as da planta e use-as como decoração temporária. Se optar por deixa-las na planta, pode acontecer até sejam caljadas pelo frio e não morram.
       Por hoje é tudo, e amanhã é domingo.
      O santo de hoje é: Santa Maria Salomé, Viúva
      ( + Palestina, séc. I ) "Citada duas vezes no Evangelho de São Marcos, era uma das Santas Mulheres. Segundo a tradição, era parente próxima de Nossa Senhora e mãe de São João Evangelista e São Tiago, o Maior".
      Oração; não conheço oração especial que lhe seja atribuída, pelo que, uma das mais belas orações que podemos dirigir a todas as Santas da Igreja, é a Avé Maria, se o fizermos com fé e devoção.


 
  

     



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