quinta-feira, 2 de março de 2017

Etapa 249 - Sim; foi dificil e impossivel tratar com o senhor Gasolo

      Na etapa de hoje vou percorrer mais uns parágrafos na demonstração do empenho das pessoas  em especial do (pároco) rev. Júlio na busca de soluções. E assim, colocado no termo da etapa de ontem, prossigo dizendo:
      Seguidamente, o elemento da Comissão, eng. António Alberto Oliveira Canelas, chamou à atenção do senhor Manuel (Gasolo) para as vantagens e mais-valias que a parte do seu terreno, que fica disponível iria ter com a Igreja ali construída. A tudo isto e a muitos outros argumentos utilizados no sentido de demover o senhor Manuel, ele, o senhor Manuel disse: "Ou me fazem aquilo que eu digo e rápido, ou não há terra para ninguém". Já com todas as esperanças dissipadas, mas para descargo de consciência, o rev. padre Júlio perguntou ao senhor Manuel se ele estava na disposição de nos vender toda a terra pela quantia de 20.000.000$00, (vinte milhões de escudos), e ele respondeu: por esse preço arranjem-me terreno igual, que eu compro

       Com o estender do debate, da parte da Comissão foi evitado invocar alguns argumentos válidos, porque a ser invocados, só poderia dar azo a provocação e discórdia,. Os ímpetos foram refreados e a intervenção seguinte foi proferida pelo senhor Magno Ferreira, que fez questão de lembrar ao senhor Manuel o seguinte: "Senhor Manuel; se a Comissão anterior comprou a terra aos herdeiros do senhor Leal, foi para ter acesso ao terreno, que no tempo era em comum, do senhor Manuel e do senhor Silvério, que ambos diziam que davam, que davam ali no Alqueirinho todo o terreno que fosse necessário para a construção da nova Igreja, mas agora, com a valorização que o acesso aberto na terra que a Comissão comprou, paga pelo povo, dá ao seu terreno e a toda a zona envolvente, tudo se complica". Após isto, o senhor Manuel voltou a dizer; "só a Câmara se pode responsabilizar perante mim, a Câmara que negoceie comigo e depois o ceda à Igreja", e acrescentou ainda: "tudo aquilo que me vierem a propor tem que ser visto por um advogado da minha confiança".
      Depois do que se ouviu e já depois do senhor Manuel se ter retirado, seguiram-se momentos de silêncio e de reflexão, mas de repente, como se estivesse a despertar de um pesadelo, ouviu-se a voz alguém que exclamou dizendo; "abandonar este projecto é uma perda para o lugar, vamos em frente, há-de haver outros caminhos e outras vias, é preciso que as ideias funcionem". Daí, resolveu-se que uma delegação, composta pelo reverendo padre Júlio e outros elementos da Comissão, fossem à Junta da Freguesia falar com o seu presidente, senhor Manuel Simões Madail, porque estava eminente que para não se parar, teria que ser encontrada uma alternativa. Mas enquanto isso, houve sofrimento.
      Sim, houve sofrimento e uma tremenda desilusão, o desânimo tomou posse de todos, inclusive do Padre Júlio e do autor do projecto, arquitecto António Sérgio, que comigo, em especial comigo, que diariamente estava-mos juntos e dialogava-mos, ele manifestava o seu desgosto, ia à sua secretária buscar os desenhos, expunha-os, e repetia aquilo que eu já muitas vezes tinha ouvido ele dizer, ele sempre fez questão que eu o acompanha-se nas várias etapas, em especial quando ia trocar impressões com o Monsenhor. Também de quando em quando, mas muitas vezes, ele colocava os desenhos à nossa frente e dizia com regozijo; "olha Zé Maria, vê... aqui é a torre, ali ao centro é a porta, acolá é o altar! e o tecto..., o tecto que representa o Céu, vai subindo, vai subindo que ao caminharmos, cada vez se torna mais próximo e com mais luz". No fundo, o que ele me queria dizer, é aquilo que eu tenho dificuldade em entender, porque a fé é um mistério, fé é uma coisa que todos dizem ter, mas a fé não se apalpa, não se vê nem se mostra, sente-se. A fé só poderá existir na capacidade do sofrimento.
      Amanhã regresso, o tema ainda não acabou e este assunto não é meu, é do lugar e é do povo, e é por isso que eu tenho prazer em o divulgar.

      O santo de hoje é: São Simplício, Papa e Confessor
      ( + Roma, 488) "Foi Papa de 468 a 483 e assistiu durante seu pontificado, à queda do Império Romano do Ocidente, acontecimento que abalou o mundo e afectou grandemente as condições de vida da Igreja. Soube conduzir com firmeza a Barca de Pedro em meio aos mares revoltosos, combatendo também com vigor o nestorianismo e o monofisitismo, duas heresias que na época ameaçavam a integridade da doutrina católica".
      Oração: - Deus eterno e todo-poderoso, quisestes que São Simplicio  governasse todo o vosso povo, servindo-o pela palavra e pelo exemplo. Guardai, por suas preces os pastores da vossa Igreja e as ovelhas a eles confiadas, guiando-os no caminho da salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

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