segunda-feira, 6 de março de 2017

Etapa 253 - Ele quer dar mas não consegue

      Na etapa de hoje cumpro mais  um dever, o dever de transmitir e confirmar que todas as diligências  junto do senhor Manuel Ferreira de Oliveira foram infrutíferas e que, por aquela via nada mais há que se possa fazer. Ponderado o assunto, a única solução era comprar a terra ao senhor Norberto Paiva Azevedo Lopes, porque só com aquela terra, anexada à que a Igreja comprou aos herdeiros do senhor Leal, é que pode haver condições e espaço para implantar a  nova Igreja. Antes de se comprar a terra ao senhor Norberto e numa demonstração de boa fé, o reverendo padre Júlio entendeu por bem informar o senhor Manuel, que a Comissão iria propor ao senhor Norberto que nos venda a sua terra.

      Para lhe dar essa informação, o encontro deu-se no Cartório da Igreja Paroquial e estiveram presentes; o senhor Manuel Ferreira de Oliveira, o reverendo Padre Júlio e a Comissão com todos os seus elementos. Aberta a sessão, o padre Júlio disse: "senhor Manuel, eu e a Comissão  pedimos-lhe para vir cá, para lhe darmos conhecimento do pré-acordo que  Comissão tem com o senhor Norberto, o qual consta do seguinte: o senhor Norberto está disponível e pré-disposto a negociar com a Comissão da Capela o seu terreno, para no caso de o senhor Manuel não colaborar, a Igreja poder ser construída. E digo-lhe mais; se o senhor Manuel está de acordo em dar da sua terra o que for necessário para a implantação da Igreja, área que um arquitecto, que se venha a encarregar do projecto diga ser necessária, a Igreja será lá construída e o senhor terá acesso à sua terra pela rua que der acesso à Igreja, e fica com a possibilidade de a seu tempo poder lotear e valorizar os seus terrenos. Se assim não for, ou impuser condições que não possamos satisfazer, a Igreja será construída no terreno que temos e no do senhor Norberto, e o acesso à sua terra, como sabe, não pode ser diferente, por ali, fica-lhe vedado".

      Ali, o senhor Manuel disse o que lhe ia na alma, disse que quer dar a terra, que a terra esteve muito tempo ao dispor da Comissão, mas que apareceram na Comissão elementos que o quiseram enganar, disse mesmo; " que me quiseram vigarizar e assim, eu disse não, mas, se é para iniciar um trabalho sério e para se fazer, que venha o arquitecto dizer o que é necessário par eu analisar. Eu estou bem informado e dou terreno para a construção da Igreja e não para outros fins, que se construa a Igreja, que depois a rua, eu trato com a Câmara". Outra coisa ele disse, e disse duas vezes; "eu dou tanto como o senhor Norberto". Ora, o senhor Norberto nunca disse que que dá ou que dava e nem dará, mas está de boa-fé para negociar. O senhor Norberto já falou em números que podem ser considerados, mas que aqui não se mencionam por não serem definitivos e por tudo estar pendente do que se vier  conseguir acordar com o senhor Manuel. Disse-lhe ainda o reverendo Padre Júlio demonstrando tristeza; "o senhor Manuel deixou-se rodear de pessoas que não são sérias e é uma pena, porque há dez anos que andamos nisto  a Igreja já podia estar construída".

      No final deste encontro, o reverendo Júlio ainda alimentava esperanças e pensava falar ao arquitecto, mas elementos da Comissão demoveram-lhe  ideia. Cansados de sofrer, a maioria dos elementos da Comissão reconhecem que a sr. Manuel, agarrado como é aos seu pertences e às suas terras, demonstra que quer dar mas não consegue.
                                                                                 (até amanhã)
      O santo de hoje é: Santa Rosa de Viterbo, Virgem
      (Viterbo, Itália, 1252) " Morreu com penas 18 anos. Sua vida é repleta de episódios maravilhosos. Com apenas 12 anos já exortava a população de Viterbo a fazer penitência e a se manter fiel à Igreja, sem dar ouvidos às heresias que se difundiam na época. Seu corpo foi preservado da corrupção após a morte, e conservou-se perfeitamente intacto até mesmo depois de um incendio a madeira do próprio caixão".
       Oração: - Deus, nosso pai, à medida que nos transcorrem os séculos, vemos com mais clareza a vossa acção no mundo. Na verdade, vós sois um Deus fiel e agis com força e poder dentro da história dos homens, abalados por tantas contradições. Mas vós conduzis vosso povo através dos tempos. Moveis os corações dos homens para que encontrem  paz. E suscitais, segundo as necessidades de cada época, pessoas capazes de ler as entranhas dos tempos, pessoas fortalecidas com as vossas promessas antigas, mas sempre novas. Por isso, Senhor, hoje nós vos suplicamos; a exemplo de Santa Rosa, façamos de nossa vida um templo de conversão, de fidelidade a Deus  de amor à paz.
     

Sem comentários:

Enviar um comentário