quarta-feira, 12 de abril de 2017

Etapa 290 - Recordação b) - 2ª. parte, mas que arbusto?

      A linha da meta que serviu para o final da etapa de ontem é a mesma que serviu para dar início à etapa de hoje. Assim, colocado lá, foi só aguardar que fosse dado o tiro de partida, o qual dediquei a minha atenção e cá estou eu, enquanto lembra, a relatar e a fazer reportagem daquele arbusto, que ontem foi objecto .

      Arbusto que, transplantado de novo aqui, na Quinta do Picado, criou fortes raízes e quando estava na primavera da vida, envolto num grande amor, floriu e já tinha dois rebentos, este arbusto, sem se aperceber, já fazia sombra, foi derramado e amputado de uma das suas principais raízes, perdeu vigor e tornou-se vacilante, valeu-lhe que o seu tronco não foi totalmente afectado, o suco circulava, a ramagem continuou crescendo pelas pontas, no convívio da família e dos amigos rejuvenesceu, voltou a ser semente, nasceram rebentos novos que a seu tempo floriram, deram frutos que ao vê-los, consolam mas não saciam o apetite. Ultrapassada a primavera chega o verão, o verão da vida, esse verão escaldante, o verão que cria, que amadurece e que transforma. Nessa vivência do verão, aquele arbusto não esquece a data de 16 de Dezembro do ano de 1962, o malfadado Carregueiro, a tasca dos copos e os incautos que o tornaram alérgico.

      Quando chegou o Outono, o Outono da vida, o tempo de colher e de fazer o São-miguel, olha em ser redor e o que vê são apenas ventos e tempestades! será que foi isso que ele semeou? o que sente e o que pensa aquele arbusto do seu verão? ele que esteve sempre presente, mas que nem sempre terá tido para contrariar o seu destino, para mudar de rumo, para se curvar e mergulhar os braços em terra, a fim de se fortalecer, de melhor tratar do seu sustento e da sua saúde com o devido cuidado.

      Chega o inverno, o inverno que anuncia que o fim vai chegar, que pode chegar mesmo antes do tempo, este arbusto que não tem equilíbrio, mas que pensa que é forte e vigoroso, viu que nos seus rebentos foram feitos alporques, alporques que enraizaram para depois serem também transplantados para outro pomar, viu que depois de terem sido transplantados também já floriram, viu que desses, alguns já se multiplicaram, este arbusto está velho, tem o tronco depenado, perdeu a folhagem e a qualquer momento vai tombar, não há insecticida que lhe mate o bicho, não há fertilizante que lhe dê força, nem fungicida que o cure. O seu lugar será ocupado por outro e este, sem qualquer utilidade, que nem para aquecer presta, há-de ser desfeito pelo caruncho e o resto? será pó!.

      Amanhã, sim, dedicarei a etapa de amanhã para continuar esta reflexão. Agora vou sulfatar as batatas. Até amanhã.
      O santo de hoje é: São Vitor de Braga, Mártir
      ( + Braga, Portugl, séc. IV) "Era jovem catecúmeno e ainda não recebera o batismo quando sofreu o o martírio, porque se recusou a cultuar deuses pagãos. Foi açoitado, teve o corpo rasgado por laminas em brasa e afinal foi decapitado, proclamando sempre, com ardor, sua fé em Jesus Cristo".
      Oração: não lhe conheço e nas buscas, muitos pedidos de graças que lhe são feitos, invocam orações diversas de outros santos. Vi que nasceu num aldeia chamada Passos, perto de Braga.

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