sábado, 29 de abril de 2017

Etapa 307 - 1º.excerto da recordação h) o ninho do pisco

      Era eu uma criança, tinha 6 anos, decorria a primavera e era tempo de limpar os campos e de os preparar para a cultura do milho, enquanto isso, os animais pastavam e eu, incumbido da vigilância, para que eles não se aproximassem das videiras, naquele dia, guardava as vacas no campo denominado «ribeiro da várzea». Esse campo era uma parcela da quinta dos Amarais, (Fidalgos da Granja), de quem meu avô (Luís Soares Mendes) era caseiro. Ali, como o nome indica, corria um ribeiro no sentido norte-sul, as bordas do ribeiro sustentavam as terras, a do lado nascente sustentava o campo, a do lado poente, o quintal de vizinha Dª. Rosa, que, não sabendo eu se aquele quintal era pertença da mesma quinta, era ela, a Dª. Rosa quem tomava conta e fazia ali a sua horta.

      Então o que é que eu recordo? recordo que em determinado momento vi dois lindos passarinhos saltitando de pedra em pedra, nas bordas que delimitavam o ribeiro, esses passarinhos transportavam no bico algo que eu não identifiquei e pareciam muito assustados. Como eles rodeavam aquele local, resolvi afastar-me, mas, coloquei-me em sítio onde os pode-se continuar a ver, mas, houve um momento que os perdi, foi mesmo um breve instante, porque logo eles se mostraram já aliviados, calmos e sem nada no bico. Afastaram-se, e pouco tempo depois voltaram com nova remessa. Sem me expor, vigiei-os com mais atenção e quando eles voltaram pela terceira vez e saíram, fui com muito cuidado espreitar no sítio e vi um ninho, apalpei muito ao de-leve com meus pequeninos dedos e senti algo quente e muito fofinho, no ninho estava um sapolhinho, era só um. Achei muito estranho, porque aquele sapolho era já maior do que os pais.

      Curioso, admirado e muito contente com aquele meu achado, logo que me encontrei com a minha avó, (Blandina Pereira), contei-lhe e ela, como sempre, que não se poupava a dar explicações, ensinou-me e disse-me: os passarinhos que vistes são dois piscos, é um casal, esses passarinhos fizeram ali o ninho, devem ter posto no ninho, de 5 a 7 pedrinhas (ovinhos), mas uma ave rapina, que pode até ser uma cuca, foi lá, comeu os ovinhos e pôs no ninho dos piscos um ovo dela. Foi desse ovo que os piscos cuidaram como se fosse seu, chocaram-no e desse ovo eclodiu (nasceu) aquele passarinho, são os piscos que lhe vão dar de comer e que vão tratar dele até estar crescido. Esse passarinho, depois de crescido e grande, quando já for capaz de se alimentar sozinho, antes de abandonar o ninho, vai comer os pais que o criaram e torna-se também ele numa ave rapina, igual àquela que comeu os ovinhos dos piscos, e tu, um dia, ainda o poderás ver por ai a peneirar no céu.
 
      Foi, pois assim que, recordando este acontecimento e afagando as saudades daquele meu tempo de menino inocente, que um dia, no ano de 1964, já eu recuperava do trauma dos foguetes e trabalhava no escritório da casa comercial de; móveis, electrodomésticos, utilidades e todos os artigos para o lar (Duarte da Rocha & Fonseca), casa que integrava, com o nome da firma, um afamado conjunto musical, composto por empregados, meus colegas, eu escrevi uns versos, entreguei-os ao colega do conjunto, ele musicou-os, deu-lhe um ritmo de dança agradável, passou a fazer parte do seu reportório, usou e divulgou-o por aí. Na próxima etapa, eu mostro. Sabem que ainda hoje vou a Nespereira? é verdade! não vou sozinho, o Marcelino, meu genro, vai mais eu, vamos sulfatar. Livrai-nos Senhor de maus encontros. Até amanhã.

      O santo de hoje é: Santa Catarina de Sena, Virgem e Doutora da Igreja
      ( + Itália 1380) "Era leiga, pertencia à Ordem Terceira de São Domingos, recebeu graças místicas extraordinárias e formou numerosos discípulos. É considerada a maior glória da espiritualidade dominicana. Embora mística e contemplativa, exerceu influência enorme na vida política e social de seu tempo, tendo trabalhado para o retorno do Papado de Avinhão para Roma. Deixou numerosos escritos e faleceu com apenas 33 anos".

      Oração: - Minha Beata Santa Catarina de Sena, que sois bendita com o o sol, formosa como a lua  linda como as estrelas. Entraste na casa de padre Santuário com 50.000 homens, ouvistes todos e vós abrandastes, assim peço-vos senhora, que abrandeis o coração... (nome da pessoa amada)... para mim....(nome da pessoa) ... quando tu me vires esmerarás, por mim chorarás e suspirarás, assim como a Virgem Maria santíssima chorou por seu bendito filho. ...(nome da pessoa)... , se estiveres dormindo não dormirás, se estiveres conversando, não conversarás, não sossegarás enquanto comigo não vieres falar, contar o que souber  dar-me o que tiveres, e me amarás, entre todas as mulheres do mundo, e para ti parecerei uma rosa fresca e bela.

      Rezar 1 Pai Nosso, 1 Salvé Rainha e 1 Credo durante 7 dias.

     

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