sábado, 19 de novembro de 2016

Etap0a 146 - Nossa Senhora da Escadinha de Aveiro

      Não sei porquê, mas tempo livre para pensar naquilo que quero e gosto, é-me sempre pouco e quando isto ou aquilo me desvia as atenções, lá se vão as ideias e torna-se difícil voltar a encontrar a ponta à meada. 

      Se eu pode-se descrever como bonito era Aveiro quando eu cá cheguei, (do dia 5 de Agosto do ano de 1952), fácil seria imaginar como seria Aveiro à cerca de 100 anos antes, mas, quer cá, quer em qualquer outra cidade, e até aldeias do nosso Portugal, os interesses económicos sobrepuseram-se, e tudo o que poderia documentar as histórias e tradições do povo desapareceu, restam-nos só e apenas alguns contos e lendas. Assim, vou partilhar com meus amigos o seguinte:

      Nossa Senhora da Escadinha de Aveiro
 
      "Junto às muralhas de Aveiro vivia Afonso Domingues, um humilde lavrador, muito religioso que trabalhava de sol a sol, não sendo poupado pelo frio, pelo sol e pela chuva. Sujeito a estas intempéries a sua saúde degradou-se com o tempo, chegando mesmo a perder a força nas pernas, deixando de as mexer. Apesar de muito doente e não poder trabalhar, mendigando pelas ruas da vila, nunca perdeu a fé e sempre pediu ajuda. Uma noite, enquanto dormia, a porta da casa abriu-se e uma luz muito forte inundou toda a casa. À entrada da porta apareceu uma senhora branca como a neve, mais brilhante que os raios solares, envergando um manto azul da cor do céu. A Senhora, baixou-se segurou-lhe na mão e disse-lhe: "Anda comigo lá fora".

      O pobre homem, ainda assombrado, levantou-se e veio para a rua. Foi então que viu a Senhora com o Menino Jesus ao colo, sentada na escada que dava acesso à muralha e que lhe disse:
"Afonso as tuas preces foram ouvidas, agora vai ter com o Infante D. Pedro e conta-lhe o que viste e ouviste e diz-lhe que está na hora dele cumprir o voto que me fez de construir um convento e que deve ser neste sítio". Afonso Domingues, sem hesitação, caminhou até ao palácio do Infante e contou-lhe o sucedido. O Infante perante tal milagre e a manifestação da Virgem Maria, logo deu instruções para a construção do convento e em memória do milagre realizado colocou-o sob a invocação de Nossa Senhora da Misericórdia, entregando o convento à Ordem de S. Domingos.

      Posteriormente foi colocada uma imagem de Nossa Senhora com o Menino ao colo em um nicho na muralha ao cimo das escadas, em memória de uma grande devoção a esta Nossa Senhora da Escadinha. Mais tarde, a imagem foi mudada para um nicho no exterior da Igreja e em 1976, aquando das grandes obras, foi colocada no seu interior. Do convento de Nossa Senhora da Misericórdia, apenas resta a Igreja e muito modificada, que é a Igreja de Nossa Senhora da Glória - Sé da Diocese de Aveiro".

      O santo de hoje é: Santos Roque González, Afonso Rodrigues e João del Castillo, Mártires
      ( + Rio Grande do Sul 1628) "Estes três sacerdotes Jesuítas de origem espanhola foram martirizados por índios selvagens, atiçados pelos seus pajés, em território que então pertencia à Coroa espanhola e hoje integram o Estado do Rio Grande do Sul. Os dois primeiros foram chamados na redução de Caaró e o terceiro o foi poucos dias depois, em localidade não muito distante. Segundo depuseram 53 testemunhas, do coração do Pe. Roque González arrancado de seu peito pelos índios enfurecidos, saía uma voz que dizia: "Matastes a quem tanto vos amava e queria. Matastes, porém, só o meu corpo, porque minha alma está no Céu!" Os índios ouvindo aquela voz, irritados atravessaram o coração com uma flecha e o lançaram ao fogo, mas as chamas milagrosamente o preservaram. Esse coração, ainda hoje intacto, é venerado como relíquia preciosa em Assunção".
 
      Oração - Pai, és Deus da vida e Deus dos vivos, e quereis todos os seres humanos em comunhão contigo para sempre.
      Ajudai-me a viver, já nesta vida, esta comunhão eterna. Amém.

     

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