quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Etapa 144 - A lenda das pedras mouras - Sever do Vouga

      Levado pelo prazer que tive em falar daquele local, designado por Pedra da Moira, situado no sopé da Roda da Moirece, (circo da China- roda grande), que será outro mistério a desvendar, mas que, na verdade, verdadinha, nunca tal poderá vir a ser possível, porque os homens não vivem de memorias nem de saudosismos, até que, para sobreviver, são forçados a separem-se de familiares e a abandonar as suas próprias terras. 

      Pois, querendo eu prolongar em mim o prazer sentido em falar do local acima referido, e porque conheço Sever do Vouga, terra por onde andei quando saí da tropa, a recolher faixas de palha de centeio para colchões de cama, tendo presente uma lenda que paço a transcrever, e que diz o seguinte:

      A lenda das Pedras Mouras - Senhorinha, Sever do Vouga, disse Isabel Cruz; Onde se conta a lenda de Sever do Vouga e de como a curiosidade, paciência e uma plantinha podes desfazer um feitiço lançado para a eternidade.

      Andava no lugar de Senhorinha, Sever do Vouga, um jovem com a intenção de apanhar pinhas. Estando já farto da jorna, subiu a uma árvore de onde se avistava uma grande área. 
 
      E eis que no silêncio de árvores e matos avista qualquer coisa desconhecida, que lhe causou grande estranheza. É que vinha vindo, monte acima, um homem que carregava às cavalitas uma mulher que, pelo aspecto, parecia moura.
 
      Chegado a certo local, bem perto da árvore onde se encontrava escondido o mancebo, o desconhecido coloca a mulher em cima de uns penedos, entre suores e resmungos silenciosos e diz-lhe: Pois aqui hás-de ficar, ó moura, até que nasçam, cresçam e produzam semente as beldroegas! E de imediato, a moura se transforma em pedra e o homem segue caminho, afastando-se.

      Desce o curioso do pinheiro, aproxima-se da fraga e verifica que não havia sinal do acontecido. Na sua cabeça ressoava a frase do estranho, quase como prova da veracidade do caso. É que ele nada sabia dessas beldroegas! Cheio de curiosidade, informou-se e lá conseguiu umas sementes. Depositou-as com cuidado na Pedra Moura, tapou-as com boa terra e delas cuidou até que nasceram, floresceram e deram sementes as plantinhas.

      E reapareceu a moura encantada. E o rapaz curioso casou com ela!

      «Fonte; Marta Figueiroa, acrescenta e informa: Beldroegas; Portulaca oleracea, plantas comuns em Portugal, espontâneas durante o verão. O seu ciclo de vida completa-se em poucas semanas. Têm propriedades culinárias e medicinais.
  
      O santo de hoje é: Santa Isabel da Hungria, Viúva
      (+Turíngia, Alemanha, 1231) "Era filha de André II, rei da Hungria,e foi casada com o piedoso duque Luís IV, soberano da Turíngia. Tinha 20 anos e era mãe de três filhos pequenos quando ficou viúva; o marido que havia partido em Cruzada, morreu quando estava a caminha da Terra Santa. Hostilizada cruelmente pela família do marido, foi abandonada com os filhos na mais negra miséria. Sofreu com admirável paciência toda espécie de humilhações. pois até mendigos que ela outrora  socorrera, tinham agora a baixeza e a ingratidão de a insultarem,porque sabiam que não se encontrava nas boas graças da Corte. Ofereceu-se para ajudar num hospital de leprosos e ali praticou atos de caridade heróica. Quando os cruzados que haviam acompanhado seu marido retornaram à Alemanha, ficaram indignados com o tratamento inqualificável de que estava sendo objecto aquela que, até pouco antes, fora soberana do país, e conseguiram reconduzi-la à Corte, onde faleceu pouco depois, aos 24 anos".

      Oração: - Ó Deus, que destes a Santa Isabel da Hungria reconhecer e venerar o Cristo nos pobres, concedei-nos, por sua intercessão, servir os pobres a aflitos com incansável caridade.
      Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

     
     

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