Etapa nº. 22, a caminho dos 80

          Ontem, depois de ter concluído a etapa e de ter encerrado a minha reportagem, recebi a visita e cumprimentos de despedida da família Cruz, (Carlos e Célia), emigrantes no Canadá, que depois terem cumprido as obrigações que os fez vir a Portugal, vão hoje mesmo regressar ao país que os acolheu, e lhes proporcionou as condições de vida, que aqui não conseguiam. Que a viagem lhes corra bem e que tenham um bom encontro quando chegarem ao destino.

          Reconheço ser muito triste ter que viver emigrado, não tenho razões de queixa pessoal, mas fui na minha adolescência, um emigrante dentro do meu próprio país, tenho como experiência o seguinte: - No Natal de 1952, eu, mais o meu primo Manuel, e as minhas primas, Alice e Celeste, fomos passar o Natal à terra, (à nossa Nespereira linda), fomos alta noite, a pé, saímos desta aldeia que nos adoptou, (Quinta do Picado) e fomos para a estação de comboios, a estação de Aveiro, apanhamos o comboio-correio, eram 4 horas da manhã, quando chegamos ao Porto, (São Bento), o dia estava a amanhecer, só havia carreira às 3 horas da tarde, chegamos a Nespereira por volta das 19 horas, era já noite, estavam familiares à nossa espera, e, que bom foi receber abraços e beijos misturados com lágrimas de alegria. Eramos uns heróis.

 

          Naquele Natal, que foi o mais marcante das nossas vidas, dedicaram-nos festas e bailaricos, dancei para mostrar a meu pai que não tinha esquecido o que havia aprendido. Era ele próprio, o meu pai, quem fazia a festa, tocava para nós e para os nossos amigos as tradicionais modinhas daquele tempo, que aquelas gentes popularizaram. O pior e angustiante, foram os preparativos para o regresso a Aveiro, mas, tinha que ser, e a melhor maneira de minimizar o sofrimento, é evitar as despedidas, meu pai saiu de casa,  e a minha mãe acompanhou-me à Feira. À hora de chegar a camioneta, quando me apanhou distraído, desapareceu, eu entrei para a camioneta, e na companhia dos meus inseparáveis companheiros de viagem, lá nos íamos afastando da terra, com a esperança de, pelo menos no próximo Natal, lá voltarmos.

          Foi uma ventura, que para mim, quer para os meus três primos, e, tudo aquilo porque passamos uniu-nos para a vida, vida que, para o meu primo Manuel foi mais curta. O Senhor mandou a morte para o levar, elevou-o no dia 31 de Agosto de 2015. Foi um golpe, ele separou-se de nós fisicamente, mas o seu espírito permanece connosco. 

          Santo do dia de hoje é: São Frederico, Bispo e Mártir.

       (+ Holanda,838) "Bispo de Utrecht, na Holanda, esforçou-se por eliminar os restos de paganismo e idolatria ainda existentes na região. Censurou publicamente os escândalos dados pela imperatriz Judite, segunda esposa do imperador Luís, o Bonacheirão. Costa ter sido ela que, rancorosa, encarregou dois assassinos de apunhalar o Santo."

          Oração: 

          "Senhor Jesus Cristo, estou arrependido das coisas erradas que tenho feito na vida. 

Peço o teu perdão e deixo agora todas essas coisas. Te agradeço por teres morrido na cruz por mim para me libertar dos meus pecados. Peço que entres na minha vida e me enches com o Teu Espírito Santo, para estares comigo para sempre. Muito obrigado Senhor Jesus. Amem."