quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Etapa nº. 81, Mas que surra!

      É assim, umas coisas lembram outras, e quando a mente faz buscas, até tropeça em coisas que não procura, foi o que aconteceu. Recentemente, a Ana Roldão publicou uma fotografia que eu partilhei. Essa fotografia é do ano 1966, e nela, estão vestidas de anjos as minhas duas filhas mais velhas, a Cândida e a Fátima. À frente, está a Fátima, por um lado, está ladeada pelo Adérito Ferreira Neves, e pelo outro, por Reinaldo Moreira Marques Roldão, este, ao tempo pouco mais que menino, agora, é médico e exerce funções no Hospital, em Cinfães, não lhe faltarão muitos anos para se poder reformar. Mais atrás, e um pouco distraída, está a Cândida, ladeada de um lado por José Marques Roldão, (pai do Reinaldo), e pelo outro lado, por pessoa que não sei identificar.

      Isto é para servir de introdução ao texto que se segue, porque foi, por estar na foto o Adérito, que me trouxe à mente este acontecimento, que ele e o seu irmão, (Bernardino Ferreira Neves), quando comigo se encontram, sentem prazer em me fazer recordar.
 
      Isto terá acontecido em 1953, teria eu 16 anos, os meus patrões tinham do lado sul uns vizinhos, que em especial a senhora era intratável, os quintais eram contínuos, a marcação das extremas era feita pela miragem de um marco ao outro e, aquela vizinha criava e inventava argumentos para a todo o momento provocar e ofender a minha patroa, Tais ofensas e provocações apenas poderiam ter como objectivo tirar desforras de acontecimentos antigos que eu desconhecia. Certo dia, a minha patroa, regressava do fim do quintal, de onde tinha ido espalhar um estrume em terra que eu, nesse dia, mais o seu filho mais velho tinha-mos que ir cavar, para se semear leirões de couve, trazia nas mãos uma forquilha, com a qual tinha acabado de fazer aquele trabalho, como os quintais eram pegados, aquela senhora salta-lhe para a frente e ao mesmo tempo, em altos gritos berra; ela quer-me matar.
 
      Eu, de onde estava vi aquele cenário, não me contive, fui a ela, dei-lhe tanto murro que me consolei, quando satisfeito, deixei-a livre, ela veio para a rua pedir socorro, não sei se o marido dela estava ou não em casa, sei que na rua ninguém lhe ligou, quando recomposta, não sei se com o marido, ou se sozinha, foi fazer queixa à GNR. Na queixa, não terá contado a verdade, porque eu nunca fui chamado nem interrogado por ninguém, eu não tinha por onde lhe pagar fosse o que fosse, apenas lhe poderia voltar a repetir a doze, mas à minha patroa, algo ela lhe pretendia extorquir. O caso foi a tribunal, mas a minha patroa foi absolvida.
 
      Aqueles vizinhos, o Bernardino que vivia e tinha quintal encostado do lado norte, que na sua residência tinha alfaiataria, e com ele tinha o irmão como auxiliar e aprendiz, do seu lado, alertados pelos gritos da mulher, assistiram à surra e quando nos encontramos, o tema é para recordar e para enaltecer o movimento da máquina a distribuir murro. Aqueles senhores viram o que viram, recolheram-se e, oficialmente, ninguém viu nada.

      O santo do dia de hoje é: Nossa Senhora das Dores
      "trata-se de uma devoção muito antiga, na qual Nossa Senhora é venerada enquanto tendo sido traspassada, no alto do Calvário, por uma espada de dor, à vista da Paixão e Morte de seu Divino Filho. Ela se uniu perfeitissimamente ao sacrifício do Redentor, pelo que mereceu ser chamada por muitos santos e teólogos Corredentora do género humano".
 
      Oração à Nossa Senhora das Dores:
      Ó Mãe de Jesus e nossa mãe, Senhora das Dores, nós vos contemplamos pela fé, aos pés da cruz, tendo nos braços o corpo sem vida do vosso Filho, uma espada de dor transpassou vossa alma como predissera o velho Simeão. Vós sois a Mãe das dores. E continuais a sofrer as dores do nosso povo, porque sois Mãe companheira, peregrina e solidária.
      Recolheu em vossas mãos os anseios e as angústias do povo sofrido, sem paz,  sem pão, sem teto, sem direito a viver dignamente. E com vossas graças, fortalecei aqueles que lutam por transformações em nossa sociedade. Permanecei connosco e dai-nos o vosso auxílio, para que possamos converter as lutas em vitórias e as dores em alegrias.
      Rogai por nós ò Mãe, porque não sois apenas a Mãe das dores, mas também a Senhora de todas as graças. Amém.
       
 
      
 
      

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