segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Etapa nº. 50, a caminho dos 80 - 58 anos de casados

      Comemoramos neste dia 15 de Agosto, dia de Nossa Senhora da Assunção, o LVIII aniversário do nosso casamento, que somados ao três anos de namoro, nós temos um amor tão forte, antigo e robusto, que já ultrapassou as seis décadas.

      Lembro aos amigos que desde o início nos acompanham e dou a conhecer aos mais recentes, que nem sempre nós fomos fortes, o vício da carne aliou-se ao amor, e uma semente germinou, e, foi ela que nos levou à procura do perdão e da bênção para o nosso ato. Eu tinha acabado de entrar para o serviço militar obrigatório, a Carminda, que era empregada doméstica, sentia não ter condições para continuar naquele ambiente. Para casarmos, era preciso obter autorização militar, expus-me e tive o condão de cativar a atenção do Alferes Azeredo, (irmão do General Azeredo), que me olhou seriamente e me interrogou; perguntando-me: se eu te conseguir autorização para casares, prometes-me que respeitas e estimas a tua esposa? que pelo teu comportamento, a tua esposa nunca irá ter motivos para se arrepender de ter casado contigo? Eu prometi, e ele tratou-me de tudo, fez requerimentos que fez seguir e, pouco tempo depois, eu estava autorizado a casar. Foi também ele que tratou de todo o processo com a Igreja, inclusive, entregou-me um oficio com timbre do Regimento de Cavalaria 5, dirigido ao senhor Vigário, (Padre Daniel Correia Rama), da paróquia de Aradas, para me isentar dos custos.
 
      Casei na Igreja matriz de Aradas, no dia 15 de Agosto de 1958, era sexta-feira, dia de Nossa Senhora da Assunção, às 07,00 horas, Acompanhantes nossos na Igreja, eram apenas os nossos padrinhos do casamento, mas a Igreja estava cheia de fiéis. Longe de Nespereira,(longe da minha terra), não tive comigo ninguém, não tinha avós, nem pais, nem irmãos, e minha esposa, para não ser diferente, optou por pedir aos dela para não comparecerem. O nosso casamento foi diferente dos outros que são tratados por vias normais, o que não nos impediu nem nos impede de nos sentirmos abençoados, como provo explicitando: Será muito normal que uma rapariga, aos 24 anos de idade, que inesperadamente vê o seu marido com uma incapacidade permanente de 90% e que não o abandona? que uma rapariga tão nova e, para mim, bonita, não perde a cabeça e que tudo suporta? Só por graça divina é que tal acontece! Com nós, aconteceu. Graças a Deus.

      Neste dia gostava de escrever coisas muito lindas, mas optei por deixar que o meu coração me diga um pouco só do que sente e disso, o que quer que eu transmita, pois, apesar de neste aniversário não ter comigo bisneta, netas, e neto, filhas e genros, nada estranho, porque em nada é diferente ao que foi há 58 anos. Mas, digo e afirmo, não estamos sozinhos porque nos lembramos deles, e não só, também já nos lembramos dos nossos avós, dos nossos pais, dos nossos irmãos e também da nossa Mãe do Céu, neste momento, representada pela Santa deste dia.
 
      Santo do dia é: Nossa Senhora da Assunção; que, "É uma das mais antigas festas marianas. Em Portugal, chama-se Festa de Santa Maria de Agosto. Foi na vespora de Sancta Maria de Agosto, do ano de 1385 que se travou a decisiva batalha de Aljubarrota, na qual o Beato Nuno Alves Pereira, Condestável de Portugal, triunfou sobre o exército do rei de Castela, adepto do anti-Papa de Avinhão. Em 1950, Pio XII proclamou solenemente como dogma que, a Imaculada Mãe de Deus, a Sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial".

Oração a Nossa Senhora da Assunção:-
Ó dulcíssima soberana, Rainha dos Anjos, bem sabemos que, miseráveis pecadores, não éramos dignos de vos possuir neste vale de lágrimas, mas sabemos também que a vossa grandeza não vos faz esquecer a nossa miséria e, no meio de tanta glória, a vossa compaixão, longe de diminuir, aumenta cada vez mais para connosco. Do alto desse tronco em que reinas sobre todos os anjos e santos, voltai para nós os vossos olhos misericordiosos; vede a quantas tempestades e mil perigos estaremos, sem cessar, expostos até o fim de nossa vida! Pelos merecimentos de vossa bendita morte obtendo-nos o aumento da fé, da confiança e da santa perseverança na amizade de Deus, para que possamos, um dia, ir beijar os vossos pés e unir as nossas vozes às dos espíritos celestes, para louvar e cantar as vossas glórias eternamente no Céu
                                                            Que assim seja.
      



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