Hoje, iniciei minha etapa apreciando um texto publicado pelo Amigo Laurentino Pinto, que me levou ao passado; E pensava eu que, por ter saído da minha terra aos 15 anos de idade, seria entre todos, aquele que mais saudades teve da sua terra, mas, pelo que vou constatando, eu estava enganado, há muitos mais que foram atingidos pela mesma febre, e outros até, com grau ainda mais elevado. Se eu já atinjo o delírio, outros há que não estão assim tão longe, e sentindo eu que não estou só, esbracejo, gatinho e lá os vou seguindo.
Este ano, respeitando compromissos assumidos que envolve a minha pessoa, não me foi possível estar em Nespereira nestes fins de semana festivos, mas, prometo a mim mesmo, que para o ano, se meu pai não me chamar antes, irei a Santo Irício, nem que seja de muletas, e lá estarei para ver quem é que ainda tem forças para vencer a calçada, ou se vai para lá de carro estragar a festa.
Meus bons amigos, (há dois que valem por muitos), como eu vos admiro, vós que sois sábios, bondosos conselheiros, e guerreiros para com os ímpios, que dais de vós todo o possível, para com o vosso exemplo, transformar e converter os maus em bons, gostaria de saber acompanhar-vos, mas, reconhecendo que não sou capaz, não espereis por mim, força, o caminho é vosso.
Então, recordando o ano em que fiz a comunhão, o senhor Abade Zé exigiu que todos fossemos à Missa da Festa do Sagrado Coração de Jesus, a Santo Irício e lá comunga-se-mos. Como era tradição e exigível, tinha-mos que estar em jejum para podermos receber o Senhor. Não sei como terá sido a minha ceia à noite, mas a Missa foi muito tarde, muito demorada, o momento da comunhão terá acontecido já depois das 14 horas, a fome era tanta que já haviam crianças a desfalecer. Finda a Missa, quem era de mais longe e as famílias tinham levado comer, depressa se recompuseram, mas eu, pus pés à calçada, as minhas frágeis pernas tremiam, pensei que não ía chegar à Granja, (casa agora museu do Ranho), onde morava.
Santo do dia é: Santa Micaela do Santíssimo Sacramento, Virgem
( + Valência, Espanha, 1865) "Nascida em Madri, possuía o título de Viscondessa de Jorbalán e empregou toda a sua fortuna em obras de misericórdia, Fundou a Congregação das Senhoras Adoradoras e Escravas do Santíssimo Sacramento, destinado a acolher pecadoras públicas arrependidas. Estendeu sua obra a várias cidades espanholas. Morreu vitimada pela cólera, a que se expusera voluntariamente para ir assistir em Valência a suas filhas espirituais atingidas pela epidemia.
Oração:
Santa Micaela, tu que aproveitaste teu temperamento, e a tua força para dedicares todas as tuas inergias a salvar as almas, faz que também nós aproveitamos as qualidades que Deus no deu para ajudar a elevar essas almas ao Céu e a nossa também.
Que Santa Micaela nos ampare e proteja de todo o tipo de mal.
Amém.
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