Etapa nº. 40, a caminho dos 80

      Hoje, pelas 08,00 horas da manhã, quando um reformado, que não cumpre horários, que não ocupa a sua mente a pensar no programa de tarefas que tem para executar, esquece-se de coisas que até podem ser muito importantes, tal como esta, que me ia mesmo passando, mas que num repente, algo me tocou e lembrei-me: faz hoje mesmo, por estas horas, 8,00 horas da manhã, 64 anos, que meu pai, conversando comigo, me estava a dar importantes conselhos, entre esses, aquele que já referi na minha etapa nº. 31, no dia 27 de Julho. 

 

      Foi no dia 05 de Agosto de 1952, e faz hoje 64 anos que eu saí de Nespereira, rumo a Aveiro. Saí de Nespereira na camioneta ( a carreira) pelas 10,00 horas, era uma terça-feira, quando a camioneta chegou ao Porto, na garagem Galiza, estava lá o marido da minha madrinha, (Dª. Ricardina), o senhor António Pereira, (pai do Dr. Pereira), à minha espera, ele trabalhava nos correios, levou-me com ele para o edifício dos CTT, deixou-me lá sentado nos degraus e entrou, quando saiu, trazia uma pasta, não aquela grande de andar a distribuir cartas, mas uma bastante elegante, apercebi-me que ele fazia cobrança de valores. Dali, ele levou-me à estação de São Bento, foi à bilheteira, adquiriu o bilhete e entregou-mo, oferecendo-mo, entrou comigo no comboio, escolheu o lado e um lugar à janela, e disse-me: aqui vais bem, tem melhor vista e até vais ver o mar, fez-me recomendações amigas e com um aperto de mão à homem,despediu-se. Pouco tempo depois o comboio iniciou a sua marcha e eu, que ainda não me tinha esquecido da geografia, ia contando as estações, sem conhecer, sabia onde estava, nas proximidades de Espinho eu vi o mar, e porque era verão, vi pessoas nos areais, vi águas revoltas como se estivesse a repelir muita sujidade.

 

      Quando cheguei à estação de Aveiro, sem nunca a ter visto, vi que não me tinha enganado, era mesmo a estação de Aveiro tal como a tinha imaginado, e logo ali, tive uma surpresa, a manobrar uma carreta de transporte de bagagem, estava um rapaz (já homem) nespereirense, o Antero do Amaral Semblano, que não tendo tido a oportunidade de alguém solicitar os seus serviços, dirigiu-se a mim, não me conhecia mas, porque lhe cheirei a Nespereira, ele não se enganou, deu-me um abraço de boas vindas, desejou-me boa sorte e que se eu precisa-se dele, que era lá que o encontrava. De seguida, um outro rapaz, da minha idade, que sem nos conhecermos me esperava, ao vermo-nos, corremos um para o outro, abraça-mo-nos, era o meu primo Manuel Soares Cardoso, que lá estava à minha espera, e com ele, uns bocados a pé e outros sentado no quadro da sua bicicleta, depressa chegamos ao meu destino, Quinta do Picado. Pensava eu que era mesmo uma quinta, mas não era, era uma grande e importante aldeia, a cerca de 5 Km do centro da cidade, aldeia que comporta no seu perímetro, 3 dezenas de lugares.

      Santo do dia de hoje é: Santa Afra, Mártir

      (+ Alemanha, 304) "Era prostituta e vivia com grande luxo quando recebeu a graça de se converter ao Cristianismo e mudou radicalmente de vida. A notícia espalhou-se logo pela cidade de Augsburg, onde ela vivia era muito conhecida. Chamada pelas autoridades pagãs, deram-lhe ordem de sacrificar aos deuses, mas ela recusou dizendo que não queria acrescentar mais um pecado aos muitos que já havia cometido. Foi queimada viva por amor a Nosso Senhor Jesus Cristo.

      Oração do dia

      Senhor, neste dia venho pedir-te saúde, força, paz e sabedoria. Quero olhar hoje o mundo com olhos cheios de amor, ser paciente, compreensivo, manso e prudente; ver, além das aparências, teus filhos como tu mesmo os vês, e assim não ver senão o bem em cada um. Fecha os meus ouvidos a toda a calúnia. Guarda a minha lingua de toda a maldade. Que só de bênçãos se encha o meu espírito.

Que eu seja tão bondoso e alegre, que todos quantos se aproximarem de mim, sintam a tua presença. Senhor, reveste-me da tua beleza, e que, no decurso deste dia, eu te revele a todos. Amem.